General do Exército fala em intervenção
O pior é percebermos que não aprendemos quase nada com os nossos erros. Ditadura e força não fazem o mundo mais justo. Apenas e talvez satisfaça nosso instinto de vingança de forma mais rápida. Mas é só
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Some o governo do presidente Michel Temer e seus ministros envolvidos em denúncias de corrupção; acrescente quase todos os partidos políticos e os seus líderes também suspeitos e denunciados; inclua a completa desconfiança da população nos seus representantes.
Feito isso, decerto fica nítido que parece não haver saída da crise pela política, o que pode explodir a qualquer instante. Ela, enquanto ciência, nos tempos atuais vem sendo praticada para o enriquecimento de quem detém o poder e mais alguns ao seu entorno.
Pois bem, nesta sexta-feira (15), durante palestra promovida pela maçonaria em Brasília, o general do Exército, Antonio Hamilton Mourão, disse em alto e bom som para os presentes que o Alto Comando do Exército avalia uma intervenção militar caso o Judiciário não solucione o problema político, referindo-se á corrupção de políticos.
Mourão, que é secretário de economia e finanças do Exército, afirmou que “Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso. Então, se tiver que haver, haverá. Mas hoje nós consideramos que as aproximações sucessivas terão que ser feitas".
O pior é perceber que o clima atual beneficia a esse tipo de saída. A descrença nos políticos é altíssima. Portanto, qual voz poderia ir de encontro a uma intervenção com punição e afastamento de políticos denunciados? Não há.
O pior é percebermos que não aprendemos quase nada com os nossos erros. Ditadura e força não fazem o mundo mais justo. Apenas e talvez satisfaça nosso instinto de vingança de forma mais rápida. Mas é só.
E apesar de todos os seus defeitos, somente através da democracia – votar e ser votado - é que o povo tem em suas mãos o poder de escolher o que deseja para si e para o País.
Não há solução mágica para o racha social, político e o desprezo-distanciamento entre o povo e os seus representantes no Executivo, Legislativo e até no Judiciário.
E qual a saída? Bom, sem lideranças capazes de formar uma maioria não há saída. Daí porque qualquer um pode propor como solução o velho caminho como se fosse algo novo: a força.
O pior é que esse tipo de ideia tem espaço em muitos corações e mentes desejoso de vingança e punição célere contra os larápios do dinheiro público.
O problema adiante é que esse tipo de solução mágica – ao arrepio da Constituição – sempre se volta contra boa parte dos seus defensores.
Vida que segue.
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