Generais ameaçam a CPI da Covid, o Renan, e se comportam como alunos a brigar no fim das aulas

Alô, militares! Perceberam como é bom existir o habeas corpus?

Eduardo Pazuello
Eduardo Pazuello (Foto: Anderson Riedel/PR)


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Seria cômico se não fosse trágico e ridículo. Acreditem, os militares, leia-se generais que resolveram entrar na luta política e assumir o poder na carona de Jair Bolsonaro, afirmaram, de acordo com o jornalista Bela Mengale, do jornal O Globo, que estão muito preocupados com o depoimento do general Eduardo Pazuello na CPI da Covid, que está a ser realizada pelo Senado Federal.

Os generais, apesar de estarem no poder e darem opinião sobre tudo e todos, bem como dão pitacos sobre o que acontece na sociedade civil, apesar de serem militares, não aceitarão provocações e "não vão levar desaforos para casa!" A verdade é que se trata de pessoas, que, apesar do mito de serem valentes e dispostas a encarar qualquer coisa, ficam cheias de não me toques e reclamações sem fim se forem criticadas, pois o Exército não pode ser manchado em sua moral, custe o que custar, mesmo se generais fazem parte de um governo que se recusou a tomar as medidas necessárias para enfrentar tão grave pandemia. Deve ser isso...

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Falam como se as pessoas ou a sociedade não conhecessem o Exército, o que a força fez no passado e faz no presente quando se trata de defender o establishment. Se a preocupação é não manchar o Exército, porque os generais historicamente intervêm na política e cometem todo tipo de casuísmo ao ponto de o general Villas Bôas ameaçar o TSE e o STF para que Lula não pudesse ser candidato, dentre muitas outras intromissões autoritárias, que mancharam o Exército em seu tempo histórico e, ultimamente, por intermédio da administração desastrosa do general Pazuello, que inacreditavelmente foi nomeado ministro da Saúde, que chegou a um ponto tão surreal que não se conseguia  comprar seringas em grande proporção, além de Manaus ser transformado em um gigantesco cemitério a céu aberto.

Trata-se, sem sombra de dúvidas, de um governo militarista cujo presidente dos generais é negacionista e refratário a tudo que possa ser fundamental para o combate à pandemia.

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Os militares tem se mostrado tão vaidosos, arrogantes e prepotentes que se consideram acima da lei ou que fazem parte de uma casta superior nos moldes da Índia antiga ou das arábias desses tempos, pois se comportam como se fossem intocáveis. Não aceitam críticas e questionamentos, mas criticam todo mundo, principalmente os movimentos sociais e os partidos de esquerda e suas lideranças, de maneira violenta, desaforada, agressiva e intolerante.

Desde antes do golpe contra a presidente Dilma Roussef, em 2016, os militares conspiravam, porque francamente arrivistas e dispostos a fazer intervenções políticas e ideológicas, fatos que acontecem desde que o traidor e usurpador Michel Temer, político sorrateiro e abjeto que assumiu o poder central com o apoio dos generais até chegar na posse de Jair Bolsonaro. Os generais apoiaram todas as ações governamentais desses dois governos de direita e de extrema direita, que extinguiram direitos, desmontam até hoje o Estado nacional, entregam estatais e acabaram com os programas de inclusão social, bem como a tratarem o trabalhador à míngua, sendo que o desemprego descomunal e a volta do Brasil ao mapa da fome são vergonhas inomináveis do Brasil.

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E aí, cara pálida, os generais querem briga, ameaçam irresponsavelmente a CPI e os senadores, como se fossem meninos à espera do portão da escola abrir no final das aulas para trocarem socos. "Não vamos levar desaforos pra casa!" É o que dizem os generais, e dane-se, para não dizer outra palavra, todos os fracassos que os militares são autores, pois protagonistas do governo fascista de Bolsonaro, bem como aparelharam o Estado, porque são quase oito mil militares a ocupar cargos civis, sendo que muitos são da ativa.

E dane-se! É isso que eles afirmam, do alto de suas boçalidades e falta de empatia com a sociedade, pois sempre foram assim, basta que o eleitor leia história para confirmar o que assevero. Dane-se! É o que pensam, porque são co-responsáveis pela tragédia de quase 430 mil pessoas mortas por Covid-19, afinal estão nomeados nos cargos mais importantes da República e não querem, de forma arrogante e autoritária, serem questionados.

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Quando o bicho pega querem a isenção, mas quando estão a navegar em águas calmas são arrogantes e atacam até partidos políticos, geralmente de esquerda, e poderes independentes como o Congresso e o STF. E são generais, servidores públicos pagos regiamente pelo contribuinte brasileiro, cujos regulamento e a Constituição não permitem que militares da ativa ocupem cargos públicos e recebam por outra fonte que não seja a força militar onde trabalha. Se o militar, no caso o general Pazuello, quer ocupar cargo civil, como o de ministro da Saúde, que fosse para a reserva e fizesse o que bem entender. Só não poderia deixar de comprar vacinas e não ter um plano nacional para combater a covid.

Para os generais, que por tudo e qualquer coisa se ofendem, o Pazuello, esse general incompetente e irresponsável, não poderá ser questionado com assertividade, pois, para seus colegas de caserna que estão no governo responsável por essa triste tragédia sanitária, responder a perguntas, ainda mais se forem do relator da CPI, senador Renan Calheiros, seria um acinte, quiçá desrespeito ou deboche com vossas excelências, os milicos de paladares mais refinados do que os paladares dos reis ou monarcas.

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Era só o que faltava nessa republiqueta bananeira de milicos sem guerras e ambiciosos de poder político e civil. Militares que se recusam a se profissionalizar a copiar o que fazem os militares norte-americanos. Só copiam os defeitos dos generais yankees, mas as virtudes do profissionalismo deles jamais. Trata-se, prezados leitores, da pior geração de generais que o Exército formou em todos os tempos.      

Além disso, os generais apoiam, talvez, o pior presidente do mundo, basta ver o fracasso retumbante na economia em todos os setores e segmentos de atividade humana com seus números e índices praticamente todos negativos, bem como observa-se a tragédia que é a política para o meio ambiente, além de evidentemente o fracasso mais do que retumbante da política de combate à pandemia do novo coronavírus, pois, na verdade, nunca existiu um plano para enfrentar tão grave situação, que deixou o Brasil à deriva e com péssima imagem perante o mundo.

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E os generais, em profunda alienação, a pensarem que tudo o que já aconteceu de terrível neste País desde 2013 e a recrudescer no governo dos generais não irá manchar as forças armadas. Como podem pensar assim, se ocupam os cargos mais importantes da República? Trata-se realmente de um contrassenso e de completa e total dissonância com as realidades brasileiras. É o fim da picada!

A verdade é que existe uma realidade que transforma o Brasil em um País pária no mundo, porque os brasileiros estão impedidos de viajar e o chefe dos militares de terceiro mundo, o capitão Bolsonaro, é tratado pela comunidade internacional e seus mandatários como um ser abjeto, desprezível e de mentalidade deletéria. E os generais, pasmem, não querem que o ministro da Saúde deles não responda questões sobre a monumental crise sanitária em que tal desgoverno meteu o Brasil, por incompetência, omissão e iniquidade, além da imensa e deliberada irresponsabilidade.

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Será que os generais, mesmo a ocupar cargos de poder e mando consideram que não devem dar satisfação a ninguém, a não ser entre eles, como se estivessem em seus cassinos de oficias e no Clube Militar do Rio, onde falam o que querem, dão ordens nas suas unidades militares e ninguém do governo fala nada ou cobra resultados? É o que parece, e olha que a Constituição, que é vilipendiada sistematicamente desde 2013, ainda está em vigor.

Que temor é esse? Que preocupação é essa de "manchar" as forças armadas? O que é isso, cara pálida? Militar é inimputável, é isso? Militar não dá satisfação? Militar não erra e não é incompetente? Para com isso, pois que eu saiba os militares são brasileiros que estão submetidos às leis do País. Ora bolas!

Se estão preocupados com a imagem das Forças Armadas que não se aventurassem na política, como fazem as forças militares que os generais do Brasil mais admiram, as dos Estados Unidos. Os generais tem de entender que entraram no mundo político-partidário e tem de enfrentar as realidades e se submeter ao Senado Federal, que é parte de um dos três poderes da República. O Exército é uma instituição corporativa, não é um poder republicano, conforme reza a Constituição. Ponto!

Que negócio é esse de "não levar desaforo pra casa?" Entram na política e pensam que estão na caserna, à vontade, a mandar e a desmandar? Querem se comportar assim no mundo civil, governamental e parlamentar, como se estivessem momentaneamente a se divertir no poder e com as mordomias, privilégios e benefícios que ele proporciona?  

Os generais só querem o bônus e não assumirem o ônus? Então, aviso aos navegantes: Generais, não se preocupem com manchas na moral das forças armadas, pois grande parte do povo brasileiro sabe e compreende que os militares são parte desse desgoverno que abandonou a população à própria sorte. Não se preocupem, vossas excelências os generais, dentro ou fora do desgoverno, continuarão com suas vidas como sempre viveram desde a criação das forças armadas.

Ah, já ia esquecer, muitos militares de alta patente são pró-ditadura, apoiam as sandices de bolsonaro, estão num governo que recomendou medicamentos para combater a covid que não tem eficácia, assim como ajudam a administrar um governo de extrema direita que fracassou em todas as frentes econômicas, sanitárias, sociais e ambientais.

Contudo, há o melhor "de tudo isso que está aí": o general Pazuello e a Capitã Cloroquina pediram habeas corpus para não serem presos ou não responderem o que considerarem provas contra eles. Foram os únicos a usar tal instrumento jurídico, porque no poder são corajosos até para cometer  ações que certamente irão parar na Justiça, mas enfrentar as realidades de seus atos não querem e por isso tergiversam e não enfrentam de frente as consequências, por piores que elas fossem. Francamente, general Pazuello... Sem mais comentários.

Alô, militares! Perceberam como é bom existir o habeas corpus? Pois é... Vocês que são de um governo com vocação autoritária e sectária, além de elitista, o habeas corpus é garantido pela Constituição e, sem dúvida, é um dos pilares da democracia e do Estado Democrático de Direito. Não venham com essa de não levar desaforo pra casa. Assumam responsabilidades e enfrentem as questões com coragem e republicanismo. Viu, general? É isso aí.  

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