Fux, Pacheco e Lira são cúmplices de Bolsonaro?

"Sob o risco de terminarem nos convencendo que Sucupira e o Haiti são aqui, os presidentes do Supremo, do Congresso e da Câmara têm de sair de suas zonas de conforto e agir. Porque de zona basta a aresta de extrema-direita da Praça dos Três Poderes", escreve o jornalista Luís Costa Pinto

Presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do STF, Luiz Fux, e um ato contra Jair Bolsonaro
Presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do STF, Luiz Fux, e um ato contra Jair Bolsonaro (Foto: Mídia Ninja | STF | Agência Senado)


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Por Luís Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia

Que Jair Bolsonaro é covarde e frouxo, já se sabia. A incapacidade, incompetência, desqualificação moral, inapetência para o trabalho (ou seja, vagabundagem atávica) e a ausência de quaisquer compromissos dele para com a Democracia também sempre foram atributos dessa criatura desprezível que ocupa o cargo de presidente da República porque 39% dos eleitores aptos a votar em 2018 o fizeram com o fígado e comandados por seus recalques pessoais.

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Contudo, a combinação de um desqualificado amoral na Presidência da República com um inepto acusado de corrupção na Presidência da Câmara dos Deputados, um embusteiro Jurista de Quermesse – aquele que adora falar platitudes de causídico, ouvir-se e é tido pelas mães católicas como genro ideal – na Presidência do Senado e um vaidoso rábula na Presidência do Supremo Tribunal Federal fazem o Brasil estar sob uma tempestade perfeita neste setembro infernal.

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, cancelou a pauta e fechou a Câmara Alta nos dias seguintes ao 7 de Setembro do bolsonarismo que marcou o País com a Micareta da Boçalidade encenada em Brasília e em São Paulo e reproduzida pelos idiotas que vestiram verde ou amarelo, ou uma combinação dessas duas cores, no feriado da independência. Por que o presidente do Senado cassou a tribuna legítima e democrática do plenário azul do Congresso aos oposicionistas – que estão agora muito além da esquerda e já são vistos até mesmo em legendas de direita – no lugar de estimular as reações aos arreganhos proto-fascistas e totalitários de Bolsonaro? Por que, à primeira hora do dia 8 de Setembro não anunciou a devolução liminar e o cancelamento da Medida Provisória editada no apagar das luzes da última segunda-feira e que facilita a circulação de mentiras e fake news na Internet e em redes sociais e dificulta a autorregulação praticada pelas plataformas?

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Protegido pelas restingas alagoanas, descansando nas belas praias de seu estado, Arthur Lira evitou quaisquer comentários sobre as barbaridades pronunciadas, vomitadas, nos discursos imbecilizantes proferidos por Bolsonaro à sua claque regiamente paga por empresários e por verbas oficiais. Líderes de siglas de centro como PSDB, MDB, PSD, Solidariedade e DEM fizeram notas ou convocaram suas Executivas partidárias para debater o Impeachment, Já (que se impõe). O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, que é do PL, porém, é muitos graus melhor do que a média de seu partido e do que o presidente da Casa, enxergou quebra dos limites democráticos no discurso bolsonarista – ou seja, Impeachment, Já. E Lira? Cadê? Vai confraternizar no Palácio do Planalto quando for convocado pelo imoderado, imoderável, incomível e imbroxável (nas palavras zurradas pelo asno que é presidente do Brasil) Bolsonaro?

Por fim, qual rábula escondido por trás das palavras empoladas e empoadas dos cartapácios escritos em juridiquês, Luiz Fux, o homem que antes de virar ministro do Supremo Tribunal Federal jurou “matar no peito” a Ação Penal 470 e, uma vez togado no belo plenário da Corte Suprema brasileira, converteu-se em porta-voz da mixórdia lava-jatista e justiceira da classe média bem mediana do País, limitar-se-á a um renovado discurso de repúdio? Só isso? Bolsonaro ameaçou a Constituição, a Ordem instituída, a independência do Judiciário e estava envergando a faixa virtual de “comandante supremo” das Forças Armadas ao fazê-lo naquela que deveria ser uma data Magna da Nação – o Dia da Independência. As faixas que davam suporte ao discurso golpista do escroque acanalhado que senta na cadeira presidencial demonstravam ter sido verdadeiro o almoço no Palácio da Alvorada, descrito pelo comediante sertanejo Sérgio Reis quando descreveu as circunstâncias e os comensais do golpismo. E o STF ficará apenas em mais um discurso de Fux?

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Sob o risco de terminarem nos convencendo que Sucupira e o Haiti são aqui, os presidentes do Supremo, do Congresso e da Câmara têm de sair de suas zonas de conforto e agir. Porque de zona basta a aresta de extrema-direita da Praça dos Três Poderes.

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