FUP propõe suspensão da greve dos petroleiros
"O indicativo de suspensão da greve foi anunciado à categoria no início da noite desta quarta-feira (19/02) em vídeo gravado pela Comissão Permanente de Negociação da FUP", informa o jornalista Marcelo Auler sobre a greve que dura 19 dias e mobiliza cerca de 22 mil petroleiros
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Por Marcelo Auler, em seu Blog e para o Jornalistas pela Democracia
A partir da conquista da suspensão das 144 demissões de empregados da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), marcadas para ocorrerem no último dia 14, o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP), formado por sua diretoria e as diretorias dos trezes sindicatos a ela filiados, decidiu propor a suspensão da greve que dura 19 dias. Foi a maior paralisação da Petrobras desde 1995.
O indicativo de suspensão da greve foi anunciado à categoria no início da noite desta quarta-feira (19/02) em vídeo gravado pela Comissão Permanente de Negociação da FUP. Os cinco membros desta comissão ocuparam uma sala de reuniões no 4º andar do Edifício Sede (Edise) da Petrobras, na Avenida Chile, centro do Rio de Janeiro, desde o dia 31 de janeiro. Ao longo deste tempo, um dos sindicalistas – José Genivaldo da Silva – por conta de uma crise de hipertensão teve que abandonar a sala.
No vídeo, os quatro restantes – Deyvid Bacelar, Cibele Vieira, Tadeu Porto e Ademir Jacinto -colocaram para a categoria que a suspensão da paralisação está sendo proposta também por conta da negociação que será aberta, na sexta-feira, junto ao Tribunal Superior do Trabalho – TST, com o ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, representantes da Petrobras e do Ministério Público do Trabalho (MPT). Gandra foi o ministro que estipulou pesadas multas aos sindicatos e à FUP que, se forem realmente aplicadas, inviabilizarão estas entidades.
Na avaliação dos petroleiros, essa negociação é consequência direta da força do movimento grevistas que atingiu 122 unidades da Petrobras em todo o país – incluindo algumas cujos sindicatos estão filiados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) – levando mais de 22 mil petroleiros a cruzarem seus braços. “Uma negociação arrancada na greve e que será realizada antes do julgamento do dissídio coletivo, que só ocorrerá no dia 09 de março”, diz um comunicado assinado por José Maria Rangel, Coordenador Geral da FUP.
A suspensão das demissões na Fafen, subsidiária da Petrobras em Araucária (PR), foi determinada na terça-feira (19/02), pela desembargadora Rosalie Michaele Bacila Batista, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região (Paraná). Ela reconheceu que demissões em massa precisam ser negociadas com o sindicato, ao contrário do que a gestão da Petrobras pretendia fazer naquela subsidiária para vendê-la ou mesmo “hiberná-la” (o que significa seu fechamento).
Ao todo estavam previstas 400 demissões de trabalhadores diretos – dentre elas as 144 que aconteceriam dia 14 passado – além de outros 600 de empresas terceirizadas. A suspensão, a princípio, vigora até o dia 6 de março, período estipulado pela juíza para que as partes tentem chegar a um acordo com a mediação do próprio TRT e do MPT.
Apesar do indicativo de suspensão da greve, membros da coordenação da FUP acham que em algumas unidades da Petrobras a proposta pode não ser bem aceita. Lembram que há outros itens na pauta de reivindicações para os quais ainda não houve sinalização de negociação, como questões referentes a turnos de trabalho.
Por isso, o Comitê Permanente de Negociação permanecerá na sala de reuniões da Petrobras até o final das assembleias da categoria nos diversos estados, o que só deverá ocorrer no início da noite de quinta-feira (muitas assembleias estão marcadas para às 15h00).
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