Frente ampla para derrotar o fascismo
"O resultado do primeiro turno repetiu, em termos matemáticos, o cenário observado nas últimas semanas de ataques brutais contra Haddad e da campanha fascista, integrada inclusive pelo stf, que instaurou a censura e suprimiu a liberdade de expressão para silenciar Lula e não permitir que sua pregação a favor de Haddad chegasse ao povo", diz o colunista Jeferson Miola. "Um fator imponderável no resultado do segundo turno será o posicionamento que a Rede Globo terá diante da guerra comercial e de domínio hegemônico – e, portanto, de sobrevivência – que travará com a Record sob o regime bolsonarista"
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É preciso evitar o impressionismo para analisar o resultado do primeiro turno. É certo que o desempenho da direita foi impressionante, e trouxe surpresas com a eleição de figuras marcadamente identificadas com o bolsonarismo, além de outros fenômenos que devem ser criteriosamente apurados no seu momento próprio.
O resultado do primeiro turno repetiu, em termos matemáticos, o cenário observado nas últimas semanas de ataques brutais contra Haddad e da campanha fascista, integrada inclusive pelo stf, que instaurou a censura e suprimiu a liberdade de expressão para silenciar Lula e não permitir que sua pregação a favor de Haddad chegasse ao povo.
Na média das pesquisas deste período, o quadro eleitoral estava estabilizado, com as candidaturas não-antipetistas alcançando 39,08% dos votos válidos, ao passo que a soma das candidaturas antipetistas totalizavam 60,92%.
Neste 7 de outubro, as urnas praticamente repetiram este cenário. As candidaturas não-antipetistas obtiveram 42,36% dos votos, ao passo que as candidaturas antipetistas alcançaram 57,63%, conforme demonstrado no quadro:
Bolsonaro teve, individualmente, um crescimento de 4,68% em relação à sua performance nas pesquisas. Este crescimento, contudo, se deveu não às custas da diminuição dos votos do campo não-antipetista, pró-Haddad, mas às custas da desidratação das candidaturas antipetistas.
Houve um esforço orquestrado do antipetismo para concentrar o voto útil de Marina e Alckmin em Bolsonaro e tentar liquidar a eleição no primeiro turno, por temor de perder no segundo. Aliás, o capitão que se acovardou, amarelou e fugiu do debate final no primeiro turno, já confessou seu medo de enfrentar Haddad no segundo turno [ler aqui].
O segundo turno inicia com o mesmo desafio que os setores democráticos da sociedade assumiram no primeiro turno, de resistir e derrotar o bolsonarismo, porque é vital deter o fascismo.
É preciso, antes de tudo, unir o amplo campo social do não-antipetismo, representado em Haddad, Ciro, Boulos, Vera Lúcia, Goulart Filho no comando da frente antifascista e a favor de direitos humanos fundamentais como emprego, moradia, escola, acesso à Universidade, diversidade, respeito, dignidade e paz.
Em segundo lugar, Haddad deveria convidar para integrar o comando da campanha da luta contra o fascismo pelo menos 2 figuras fundamentais: Ciro Gomes e Guilherme Boulos, cujo gigantismo ético-ideológico dispensa justificativas.
E, por fim, é necessário planejar estrategicamente a campanha, tendo como meta realizar o potencial eleitoral do campo democrático-popular na última pesquisa em que Lula figurou, que correspondia a 55,13% dos votos válidos, conforme quadro acima.
Um fator imponderável no resultado do segundo turno será o posicionamento que a Rede Globo terá diante da guerra comercial e de domínio hegemônico – e, portanto, de sobrevivência – que travará com a Record sob o regime bolsonarista.
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