Francisco manda mais um recado ao Brasil
Em homenagem ao Dia Mundial dos Pobres, Francisco enviou ao arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, a escultura Jesus Sem-Teto, em tamanho natural, de um homem deitado em um banco de praça, com um cobertor curto, deixando ver nos pés descobertos as marcas da crucificação
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Deus é brasileiro e deve ter lá suas razões divinas para ensinar aos brasileiros o que é democracia pelo caminho mais longo e difícil.
Seu representante da Igreja Católica, no entanto, é argentino, e parodiando o que disse Obama sobre Lula, eu acho este papa argentino "o cara".
Esse cara, assim como tantos Bonos Vox e Rogers Waters, levam multidões ao delírio defendendo a resistência contra o capitalismo selvagem, clamando o homo sapiens avalorizar seu lado humano - aquele que defende igualdade e fraternidade para todos.
O papa argentino tem mandado bons recados aos brasileiros. De forma delicada e sutil tem colaborado na luta incansável dos que hoje lutam contra o avanço do fascismo no país.
Esta semana, Francisco superou-se nesta missão maravilhosa.
Muitos bispos da Igreja Católica se uniram aos democratas na defesa de um Brasil mais igual mas o papa escolheu presentear um que expressou apoio ao homem que prometecriminalizar como organizações terroristas movimentos sociais de sem-teto e sem-terra.
Em homenagem ao Dia Mundial dos Pobres, Francisco enviou ao arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, a escultura Jesus Sem-Teto, em tamanho natural, de um homem deitado em um banco de praça, com um cobertor curto, deixando ver nos pés descobertos as marcas da crucificação.
A mensagem foi dada a Tempesta e seus admiradores.
A criação do Dia Mundial dos Pobres no ano passado mostra a preocupação de Francisco em fazer o mundo refletir sobre a questão e olhar para as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos seres humanos.
Com o ato de lembrar aos que estão contra os pobres que moradores de rua sofrem como Jesus sofreu, Francisco mostra que sua tarefa é abrir os olhos daqueles que não conseguem ou não querem enxergar que a luta pela igualdade se impõe a todos.
Os números são cristalinos. No Brasil, o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza caiu entre 2003 e 2014, (reduzindo-se de 19,5 milhões em 1992, para 5,1 milhões em 2014).
Voltou a subir a partir de 2015 e dados de 2016 indicam que já são 31,5 milhões de pessoasvivendo na extrema pobreza no Brasil.
Oxalá o ato do papa argentino, e a obra do escultor canadense, Timothy Schmalz, a ser instalada na Catedral Metropolitana, no centro do Rio, lembre aos que querem destruir seus irmãos e opositores sem teto que viemos para esta vida para aprender a amar e ajudar ao próximo.
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