Fragmentos progressistas, rupturas e a candidatura de Lula

"Ainda dá tempo para liquidar o mito que nos arruína, nas urnas, nas ruas e nos tribunais, com esquerda dispersa ou, preferencialmente, unida"

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com Geraldo Alckmin e sindicalistas
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com Geraldo Alckmin e sindicalistas (Foto: Divulgação)


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Tradicionalmente, veículos de imprensa com maior clareza de seu papel social fazem, criticamente, adesão a candidaturas do campo progressista. Por outro lado, as propostas de esquerda e/ou progressistas são todas rotuladas de comunistas pela direita reacionária, que nem ao menos sabe do que se trata o termo em termos históricos.

Teço algumas reflexões e nuances de detalhes sobre tais manifestações, fruto de comentários esparsos a artigos de jornais e revistas, não publicados, mas que são agrupados para dar, ao menos para mim mesmo, uma visão um pouco melhor do que está acontecendo.

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No início do ano, a mídia tradicional havia noticiado que o ex-ministro José Dirceu continuava firme e forte naquilo que sabe fazer muito bem: articular. Mesmo com todo o turbilhão pelo qual passou, é fiel a princípios. Importante é relembrar que essa sua característica é que levou muitos de sua geração de militância estudantil a votarem em Lula desde sua primeira tentativa à presidência em 1989.

E assim, mais uma vez, a revista CartaCapital e Mino Carta devem ser elogiados pela coragem e clareza ao tomar a posição de apoiar e defender a candidatura de Lula à Presidência deste nosso estraçalhado país. Reconheço que, antes cético no cozidão de lula com chuchu, foi um toque de mestre a solução encontrada para enfrentar a oligarquia reinante antes e após as eleições. Depois de readquirir os direitos políticos, Lula poderia optar pela aposentadoria, mas entendeu que, mais uma vez, o país precisa dele. O bolsofascismo não entregará o poder tão facilmente, bem o sabemos, e grande parte dos jornalões não engolem o ex-presidente, nem temperado com a hortaliça. Dias nebulosos virão, mas a travessia deve ser feita com a única solução possível: Lula lá de novo!

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Outro tema esparso e relacionado é o rompimento de membros do PSOL com o partido, em razão primeira do apoio à candidatura do PT, mas os jornais não citaram sequer a qual corrente pertencem - em grande parte do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) -, nem colocaram acesso à carta publicada, mesmo na versão eletrônica de tais veículos (aqui vai o link: https://rupturapsol.wordpress.com/). A esquerda é constituída na base de princípios muito bem definidos e as diferenças e disputas ideológicas são constantes e legítimas, mas que clamariam por um objetivo maior, que raramente acontece. A direita, por outro lado, fisiológica que é, sabe muito bem como manter o poder, mesmo com nuances de interesses internos.

Por fim, Ruy Castro - sempre ele - escreveu sobre “mitos difíceis de matar” e incluiu, na visão dele, a mera suposição sem comprovação da filiação de Oswald de Andrade ao PCB. O articulista, talvez, não quisesse contestar o professor Fábio Palácio, que no mesmo jornal poucas semanas antes havia sido categórico sobre o modernista ter sido dos quadros do partido, em artigo sobre seu centenário. Ruy usou a metáfora para falar sobre mitos correntes e pres(id)entes que não morrem. Ao menos ainda dá tempo para liquidar o mito que nos arruína, nas urnas, nas ruas e nos tribunais, com esquerda dispersa ou, preferencialmente, unida.

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