Fora Temer e Diretas Já. Por que não?
Para o sociólogo Emir Sader, "a continuidade de Michel Temer nunca esteve tão ameaçada"; "Aí vem o momento das DIRETAS JÁ, unidas ao referendo de revogação das medidas antipopulares, antidemocráticas e antinacionais impostas pelo governo e pelo Congresso, e da Assembleia Constituinte, que recomporá a República, o sistema democrático e o próprio Estado, destruídos pelo golpe", vislumbra o colunista, às vésperas da votação da segunda denúncia contra o peemedebista; "Pode estar voltando uma nova conjuntura em que seja possível abreviar os sofrimentos do povo e os desgastes do patrimônio nacional, abreviar o tempo do golpe e recuperar a democracia. Por que não?"
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Temer tem cada vez mais dificuldades para comprar parlamentares em quantidade suficiente para se safar de novo de processo que pode levá-lo a, finalmente, ter que abandonar o cargo a que chegou por um golpe aventureiro. O bloco de direita se sente cada vez mais incomodo em tê-lo à cabeça do seu projeto de recomposição neoliberal. As acusações se acumulam, o descontentamento popular mais ainda. Seu sucessor eventual, Rodrigo Maia, mesmo se o preferido da Globo, terá muitas dificuldades em conseguir sucedê-lo, até porque a gangue que está com Temer necessita de muitas garantias de manutenção da impunidade, para aceitar deixar o governo. As bancadas se vendem de um lado e do outro, a preços cada vez mais altos. Em suma, nada é claro, mas a continuidade de Temer nunca esteve tão ameaçada.
Caso, pelas contradições internas, por aventurarem-se a uma nova operação de substituição de quem encabeça o golpe de destruição do país, Temer não se sustente, é hora de retomar o coro que permeia todo o Brasil há tanto tempo: FORA TEMER! Não para ser substituído por um Temer 2, que será objeto do mesmo coro rapidamente e tentará dar seguimento à rapina do país, à destruição dos direitos do povo.
Aí vem o momento das DIRETAS JÁ, unidas ao referendo de revogação das medidas antipopulares, antidemocráticas e antinacionais impostas pelo governo e pelo Congresso, e da Assembleia Constituinte, que recomporá a República, o sistema democrático e o próprio Estado, destruídos pelo golpe. Por que não?
É preciso arrebatar de vez a iniciativa das mãos da direita. É preciso promover um imenso movimento democrático, com um profundo conteúdo social e nacional, em que o povo expresse que não aguenta mais, que não suporta mais sofrer o que está sofrendo com o desemprego, o achatamento salarial, a recessão, a perda de direitos. Sem impor uma derrota à direita, não se conseguirá uma solução democrática à crise.
É preciso derrotar a direita, aproveitar sua divisão ocasional, o descontentamento popular, as mobilizações que as caravanas promovem, para tirar da imobilidade a grande massa da população, descontente, mas ainda sem capacidade de sair para lutar pelos seus direitos. O que Lula faz em São Paulo é decisivo para o futuro do Brasil. Pode-se ganhar eleições sem uma maioria em São Paulo. Mas só se terá imposto uma derrota profunda e duradoura à direita, derrotando-a também em São Paulo.
Para o que é indispensável despertar a indignação e a esperança na massa do povo, para o que é fundamental ganhar a batalha das ideias, contra o monopólio privado dos meios de comunicação. Recuperar a esperança, mas também a ideia de que outra forma de fazer política é possível, assim como recuperar a ideia de que o Estado tem que voltar a ter um papel essencial no desenvolvimento econômico e na distribuição de renda. Recuperar a ideia de um Estado democrático, com profundo sentido social e nacional.
Pode estar voltando uma nova conjuntura em que seja possível abreviar os sofrimentos do povo e os desgastes do patrimônio nacional, abreviar o tempo do golpe e recuperar a democracia. Por que não?
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