Folha ataca Lula por ele defender o fim da farra fiscal bolsonarista que favorece a bancocracia

"Lula, ao contrário do editorial da Folha, está comprometidíssimo em por fim à maior fonte de desajuste fiscal da economia brasileira", diz César Fonseca

Lula
Lula (Foto: Reuters/Amanda Perobelli | Reprodução)


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Por César Fonseca 

O editorial fakenews sem vergonha da Folha de São Paulo é puro cinismo. Mente, descaradamente, e inverte a realidade. Tenta esconder o que realmente está acontecendo para favorecer a própria Folha, cujo dono, Luiz Frias, transformou-se em banqueiro. Ingressou na categoria social mais beneficiada com o golpe neoliberal de 2016, que ajudou a construir, defendendo impeachment contra Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade para caracterizá-lo.

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Na prática, a ira da Folha contra Lula tem uma razão de ser cristalina: o candidato da frente de oposição, que as pesquisas apontam como provável futuro presidente, promete acabar com o teto neoliberal de gastos, a fonte mais importante de ampliação incontrolável do déficit fiscal; é ela, afinal, que multiplica lucros especulativos da bancocracia da Farinha Lima da qual a Folha, por meio do seu Banco Pag, se tornou aliada.

Vale dizer, Lula, ao contrário do que diz o editorial da Folha, está comprometidíssimo em por fim à maior fonte de desajuste fiscal da economia brasileira, expressa no teto de gastos, no Governo Bolsonaro. Lula ataca o mal maior que impede a melhor distribuição de renda na economia, abalada pela desigualdade social, que inviabiliza emprego, investimentos, combate à inflação, estabilidade monetária etc.

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O ex-presidente, ao propor reformar o estrago neoliberal, para permitir crescimento econômico sustentável, transforma-se no maior adversário da Folha de São Paulo e, também, do Globo, que, também, reclama dele maior clareza na definição do seu programa de governo.

Ora, é o teto de gastos, aprovado no Congresso, dominado por maioria conservadora, comprometida não com o ajuste, mas com o desajuste fiscal, que jogou a economia no impasse da estagflação; ele reserva, praticamente, 50% do orçamento fiscal da União para gastos financeiros, garantindo pagamento de juros e dívida pública especulativa, enquanto o restante, apenas, é destinado aos gastos não financeiros, que puxam a demanda global – investimentos em infraestrutura, saúde, educação, segurança etc.

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Os ajustes orçamentários, pela lógica do teto de gastos, que Lula promete remover, com apoio dos partidos comprometidos com a democracia, contra o perigo do fascismo bolsonarista, são realizados, tão somente, em cima dos ajustes não financeiros, enquanto ficam fora do teto os ajustes financeiros.

Lula, para a Folha e Globo, comete pecado mortal ao prometer desativar o teto, fonte do desemprego, fome, miséria, paralisia econômica etc. A mídia corporativa não esclarece que Bolsonaro e seu ministro da Fazenda, Paulo Guedes, trabalham, apenas, para distribuir regalias ao andar de cima. 

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O Orçamento Primário do governo federal, segundo o economista Petrônio Filho, consultor legislativo do Senado, em seu livro “Os sapatos do Espantalho”, editora Dialética, apresentou déficit médio anual de 290 bilhões no triênio 2019-2021. E a Dívida Líquida Federal aumentou 46% no triênio de Bolsonaro. As finanças públicas estão sendo saqueadas, não saneadas. 

Pior do que a destruição da Economia, diz ele, vai ser a destruição da Democracia. “Não podemos excluir o risco de que aconteça aqui o que aconteceu no Chile. Um banho de sangue, com 40 mil vítimas, segundo Comissão Valech, sob o general sanguinário Augusto Pinochet.”

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QUAIS GOVERNOS FORAM “GASTADORES”

Nos 13 anos de governos petistas (2003 a 2015), destaca Petrônio, o governo federal teve o SUPERÁVIT primário médio de 44 bilhões (1,6% do PIB). Considerando apenas os 8 anos de Lula, foi registrado o Superávit Primário médio de 56 bilhões, o equivalente a 2,2% do PIB. 

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Após o Impeachment (2016 a 2021), o governo federal teve seis anos consecutivos de GRANDES DÉFICITS primários, cuja média foi 211 bilhões (2,9% do PIB). 

Já o orçamento federal, durante o triênio de Jair Bolsonaro (2019-2021), apresentou o DÉFICIT ANUAL MÉDIO de 290 BILHÕES, o equivalente a 3,9% do PIB. 

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Pior do que o déficit foi a deterioração qualitativa do gasto federal. Enquanto minguavam recursos orçamentários para Saúde, Educação e investimentos, o governo Bolsonaro destinou R$20 bilhões para emendas secretas em 2020, e R$17 bilhões, em 2021. 

Foram, portanto, 37 bilhões alocados para emendas secretas em dois anos. Um escândalo. Estão previstos mais 16,5 bilhões no Orçamento de 2022. As emendas são secretas porque elas omitem o nome dos parlamentares que as solicitaram. O sigilo é do interesse dos parlamentares, porque se trata de um esquema ilícito de compra de votos. 

O Orçamento Secreto de Bolsonaro, denuncia o consultor legislativo, é um esquema de compra de apoio político similar ao Mensalão do PT, que, segundo os acusadores, envolveu 141 milhões de reais. A principal diferença é que o Orçamento Secreto deve custar 54 BILHÕES, ou 376 MENSALÕES no período 2020-22. 

No entanto, a grande imprensa pouco denunciou o escândalo, exceto o jornal Estado de São Paulo , e as autoridades pouco o investigaram. Durante o governo Bolsonaro, a PGR e a Polícia Federal foram aparelhadas. E o TCU não tem feito o que dele se esperava. Bolsonaro entendeu que a melhor forma de combater a corrupção é impedir que ela seja investigada.

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