“Fogo de bosta”

"A sessão de ontem prometia fortes emoções. Havia murmúrios de uma revolta latente. Tudo poderia acontecer. Nenhum deputado dirigiria a palavra ao presidente. Todos ficariam de costas para a mesa diretora", esperava Alex Solnik, como descreve em seu blog no 247; no entanto, a realidade foi outra: "Nem os deputados deram pelota para o noticiário que enlameia Cunha (com a honrosa exceção dos do PSOL), respeitaram-no o tempo todo, jamais questionaram sua legitimidade, sempre o chamando de 'presidente'"

"A sessão de ontem prometia fortes emoções. Havia murmúrios de uma revolta latente. Tudo poderia acontecer. Nenhum deputado dirigiria a palavra ao presidente. Todos ficariam de costas para a mesa diretora", esperava Alex Solnik, como descreve em seu blog no 247; no entanto, a realidade foi outra: "Nem os deputados deram pelota para o noticiário que enlameia Cunha (com a honrosa exceção dos do PSOL), respeitaram-no o tempo todo, jamais questionaram sua legitimidade, sempre o chamando de 'presidente'"
"A sessão de ontem prometia fortes emoções. Havia murmúrios de uma revolta latente. Tudo poderia acontecer. Nenhum deputado dirigiria a palavra ao presidente. Todos ficariam de costas para a mesa diretora", esperava Alex Solnik, como descreve em seu blog no 247; no entanto, a realidade foi outra: "Nem os deputados deram pelota para o noticiário que enlameia Cunha (com a honrosa exceção dos do PSOL), respeitaram-no o tempo todo, jamais questionaram sua legitimidade, sempre o chamando de 'presidente'" (Foto: Alex Solnik)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Colei na TV Câmara a partir do momento em que Eduardo Cunha entrou em cena. A sessão de ontem prometia fortes emoções. Havia murmúrios de uma revolta latente. Tudo poderia acontecer. Nenhum deputado dirigiria a palavra ao presidente. Todos ficariam de costas para a mesa diretora.

Repudiariam o presidente que se afoga num mar de lama suíço.

Por outro lado, comentava-se, Cunha poderia dar o xeque-mate: anunciar ali ao microfone que finalmente aceitaria o pedido de abertura de impeachment da presidente enquanto ela estava em viagem à Finlândia!

continua após o anúncio

Servi uma xícara de café e aumentei o volume da televisão. Prendi a respiração. Imaginei todas as redações do país em obsequioso silêncio à espera do grande embate.

A expectativa – e as apostas na Bolsa de Londres - cresceram depois do bate-boca transatlântico, de modo que todas as ambulâncias foram postas de plantão.

continua após o anúncio

Provocado pelos incendiários de sempre, tais como Mendonça Filho, que, doido para ver o circo pegar fogo, enfileirou conselhos para acelerar o trâmite da degola, Cunha respondeu de forma blasé que "ia estudar", que "não era o assunto em pauta", como se não fosse com ele.

Nem os deputados deram pelota para o noticiário que enlameia Cunha (com a honrosa exceção dos do PSOL), respeitaram-no o tempo todo, jamais questionaram sua legitimidade, sempre o chamando de "presidente", nem Cunha colocou um só graveto de lenha na fogueira do impeachment, muito ao contrário, parecia estar tentando apagar o fogo nem tão rapidamente que afugentasse a oposição, nem tão devagar que irritasse a situação.

continua após o anúncio

Certa vez, Boni me disse, em sua sala de vice-rei da Globo, que os desafetos Roberto Marinho e Brizola eram no fundo muito parecidos e adotavam o mesmo estilo chamado "fogo de bosta": "fazem muita espuma, mas o fogo logo se apaga".

Taí, fizeram escola.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247