Flávio tenta meter medo nos juízes do TSE: não mexam com papai

O TSE pode ter recebido de Flavio o melhor argumento para que, desta vez, não poupe Bolsonaro

Alexandre de Moraes, Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro
Alexandre de Moraes, Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE | Reprodução)


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O TSE pode cometer atrocidades contra a democracia, como o bolsonarismo tentou no 8 de janeiro? Pelo que Flávio Bolsonaro disse à Folha, sim

Se o TSE não repetir o que fez em 2021, quando poupou Bolsonaro da condenação, o tribunal estará sendo arbitrário e interferindo na democracia e no direito do acampado em Orlando de continuar impune.

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É o recado de Flávio na entrevista publicada hoje, na antevéspera do desfecho para as ações que correm no TSE e que podem tornar o pai inelegível.

Flávio está no ataque. O senador não diz esperar uma decisão sensata do TSE. E não sugere que Bolsonaro possa estar confiante.

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Com a arrogância que sobreviveu ao baque na eleição, à fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos, ao fracasso do 8 de janeiro e ao contrabando das joias, Flavio tenta meter medo nos ministros da mais alta Corte eleitoral do país.

Não mexam com papai. Não condenem o golpista que, cassado, pode voltar ainda mais forte e se transformar no maior cabo eleitoral da História.

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Flávio, o pai e os irmãos escapam sempre. Ele mesmo já colocou sob suspeição todos os que investigaram ou denunciaram os casos escabrosos da família, das rachadinhas à lavagem de dinheiro na compra de imóveis.

Flávio sabe que, vacilante, o TSE poupou Bolsonaro nas duas ações que poderiam ter cassado, por delitos provados, a chapa vitoriosa em 2018.

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Sabe que as circunstâncias podem prolongar a impunidade de toda a família. E que o tempo vai se alongar e dará conta do resto.

Na entrevista, o senador afronta a Justiça, e não só o TSE, e debocha de novo do encarceramento de Lula, que permitiu a vitória do pai e teve a retribuição do emprego a Sergio Moro logo depois.

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O TSE só ficaria em situação complicada com as declarações do filho, se houvesse a crença majoritária no encolhimento da Corte diante da ameaça.

Flávio pode, sem outra alternativa, ter passado dos limites. A afronta é grave, porque tenta submeter os juízes do TSE às suas advertências, com a insinuação de que o tribunal pode ser incompetente e até criminoso.

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Dizer que o TSE pode cometer uma atrocidade contra a democracia é uma acusação pesada demais.

Não seria uma atrocidade apenas contra o pai dele, mas contra a democracia, como se essa dependesse da impunidade de Bolsonaro.

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É um recado desaforado ao  tribunal que garantiu a eleição do ano passado. Flávio comporta-se como participante do grande Big Brother do bolsonarismo.

O pai está em Orlando, a família o protege como pode, o PL não sabe o que faz com Michelle e o próprio Bolsonaro, e o TSE tenta se livrar do estigma da passada de pano de 2021.

É uma aposta da família no pode tudo de novo. Flávio deixou claro. Se mexerem com papai, o bicho vai pegar e a extrema direita volta mais forte na eleição do ano que vem.

A História, a literatura, o cinema e principalmente as autoridades envolvidas com quadrilhas, gangues e máfias já nos ofereceram detalhes de exemplos clássicos de como isso funciona.

O TSE pode ter recebido de Flavio o melhor argumento para que, desta vez, não poupe Bolsonaro.

Se poupar, será engolido pelo pai e pelos filhos do novo fascismo brasileiro, sem nova chance para se redimir.

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