Fim do orçamento secreto? Ok, mas ninguém vai preso?
Quer dizer, então, que são distribuídos nada menos do que R$ 22 bilhões em “emendas do relator” – nome pomposo para compra de apoio parlamentar –aos deputados da base bolsonarista só em 2021, completamente fora do controle e fiscalização públicos, e ninguém é processado e preso?
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É impressionante como o establishment, leia-se mídia comercial e instituições, é leniente com os crimes cometidos por Bolsonaro e os que o servem.
Os incontáveis crimes comuns e de responsabilidade de Bolsonaro só repousam sob o traseiro do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, uma espécie de réplica de Eduardo Cunha, porque não há reação à altura do sistema de justiça, do Congresso Nacional e da imprensa.
Vejamos o caso do orçamento paralelo. Em qualquer democracia do mundo que mereça ser chamada como tal, um escândalo desta monta teria derrubado governos e levado gente graúda para a cadeia.
Mas em Pindorama chega a ser assustadora a forma como o assunto é noticiado por jornais e emissoras de rádio e TV. A naturalização e a normalização usadas na abordagem levam o incauto a crer que se trata de uma mera artimanha de congressistas fisiológicos.
“Ai, ai, ai, para com esta história de orçamento secreto, hein.”
O freio imposto pelo STF ao orçamento secreto de Bolsonaro, Lira e Centrão, embora positivo, lembra aquela bronca sem consequência dada pelos pais nos filhos.
Aliás, os próceres do Centrão, sem quaisquer constrangimentos, já dizem que têm um Plano B para driblar a decisão do Supremo e seguir adiante com a falcatrua.
Quer dizer, então, que são distribuídos nada menos do que R$ 22 bilhões em “emendas do relator” – nome pomposo para compra de apoio parlamentar –aos deputados da base bolsonarista só em 2021, completamente fora do controle e fiscalização públicos, e ninguém é processado e preso?
Não dá para não fazer a pergunta clássica: e se fosse com o PT?
E pensar que os canalhas cassaram Dilma Rousseff porque ela antecipou o pagamento de alguns benefícios sociais.
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