Fim da recessão com pibinho de 0,1%? Contem outra

"Governo, mercado e mídia soltam fogos, numa grande manifestação de auto-engano.  A recessão ficou para trás, alardeia Meirelles.  Como ficou para trás, se o pibinho do terceiro trimestre foi de míseros  0,1%, contra um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre (em relação ao anterior) e de 0,7% no segundo?  Com boa vontade, pode-se dizer apenas que o trimestre não foi negativo, e por um triz", escreve a colunista Tereza Cruvinel; "Mais sábio é o povo, que sabe onde o calo aperta e manifestou seu pessimismo com a situação na pesquisa IBOPE/Estadão: para  28% dos brasileiros haverá mais dificuldades em 2018, e para quase a metade, 48%, nada mudará em relação a este ano", completa

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temer meirelles (Foto: Tereza Cruvinel)


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Governo, mercado e mídia soltam fogos, numa grande manifestação de auto-engano.  A recessão ficou para trás, alardeia Meirelles.  Como ficou para trás, se o pibinho do terceiro trimestre foi de míseros  0,1%, contra um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre (em relação ao anterior) e de 0,7% no segundo?  Com boa vontade, pode-se dizer apenas que o trimestre não foi negativo, e por um triz.  Mais sábio é o povo, que sabe onde o calo aperta e manifestou seu pessimismo com a situação na pesquisa IBOPE/Estadão: para  28% dos brasileiros haverá mais dificuldades em 2018, e para quase a metade, 48%, nada mudará em relação a este ano. O pessimismo bateu recorde na série histórica da pesquisa mas eles precisam “criar um clima”, pois afinal as eleições vêm aí.

Com muito boa vontade, pode-se dizer, com base nos dados do IBGE, que a economia “marchou parada”.  Algumas indicadores melhoraram, como a Taxa de Formação Bruta de Capital, que avançou 1,6% entre julho e setembro. O consumo das famílias aumentou 2,2% entre julho e setembro mas o envidamento também aumentou.   Ao longo de todo o ano, só a agricultura e o consumo cresceram, ainda que ligeiramente, ao passo que a Indústria, os Serviços e as compras governamentais continuaram caindo. As compras do governo costumam contribuir com 20% para o crescimento do PIB mas a MP do teto dos gastos não deixa o Governo comprar nem investir. O emprego de verdade ainda não deu o ar de sua graça: 75% das vagas abertas foram de trabalho informal.

As comparações que a turma do auto-engano (governo, analistas de mercado e grande mídia) gosta de destacar  são aquelas que contrapõem os números deste ano aos de 2016, o ano do golpe e da descida ao fundo do poço.  Assim douram a pílula, apontando um crescimento de 0,6% no acumulado deste ano,  contra a queda de 3,6% do ano passado.

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Com a economia “marchando parada”  fica difícil armar a equação sucessória desejada pelo bloco golpista, a da formação de uma grande aliança em torno de um candidato dito “de centro” para enfrentar Lula. Por isso apelam para a lenda da “retomada”, embora o número do pibinho  não engane ninguém. Contem outra.

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