Fidel Castro faz 90 anos: a aurora da América Latina e da humanidade
É esse o significado de Fidel: além de um ser individual, constituído genética, corpórea e psicologicamente como único, incomparável e irrepetível é a representação coletiva do povo cubano, latino americano e da nova humanidade
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Amiga Psicóloga e Vereadora Jadete Ferrari, Alegrete, RS
Cumprimenta-a e a abraço com a força do vento norte que sopra os planaltos desta nossa terra. Muito me honro em saudar minha conterrânea apaixonada pelo bem comum, pelo qual todas as pessoas dignas devem lutar.
Neste 13 de agosto de 2016 o grande ser humano e revolucionário Fidel Castro Ruiz, como um piá apaixonado, faz 90 anos.
As notícias que veem de Cuba é de que o aniversário do grande líder é festa nacional, celebrada entusiasmadamente por todo o povo e por líderes mundias.
É esse o significado de Fidel: além de um ser individual, constituído genética, corpórea e psicologicamente como único, incomparável e irrepetível é a representação coletiva do povo cubano, latino americano e da nova humanidade.
Primeiro, porque provindo do interior sofrido e abandonado de Cuba, Fidel estudou numa escola de freiras com a consciência e o coração arraigados na realidade sofrida e não esquecida de seu povo.
Nisso já se diferencia de muitos que galgam o poder no Brasil, por exemplo. Depois de trilhar os caminhos eleitorais e das batidinhas nas costas do povo, esquece-o quando chegam nos cargos eletivos.
Segundo, pela coragem de romper com o paradigma dominante, que funciona como formatação de mentes, de pensamentos e das práticas das pessoas, que se moldam à vida insensível e miserável moralmente.
Apesar de emergir num mundo unilateral latino americano no qual as terras e propriedades eram entregues aos poderosos graças a bulas papais, principalmente nas colônias espanholas, como foi com Cuba, o comandante rompeu com a ideia de que Deus destina o mundo para alguns donos e a escravidão para seres humanos despojados de humanidade e de dignidade. A chamada cultura ocidental cristã pensava como normal alguns explorarem a maioria, destruindo as comunidades originárias.
Depois da colonização espanhola Cuba passou às mãos e ao tacão dos Estados Unidos, que a esvaíram de suas riquezas. Transformada em motel dos turistas racistas, ricos e brancos estadunidenses a Ilha era uma grande favela, apesar das belezas de suas praias e monumentos históricos.
Intuitivo e de inteligência aguçada, fortemente ciente do espírito coletivo, coube a Fidel reunir e dirigir uma gurizada briosa, ousada, sonhadora, apaixonada pela justiça social, que fez história, como Camilo Cienfuegos, Célia Sanchez, Ernesto Che Guevara, Haydê Santamaria, Raul Castro e outros, que se somaram no caminho revolucionário para enfrentar o gigante e derrotar o sanguinário ditador Fulgêncio Batista, testa de ferro do império.
Os lances da luta foram e são dramáticos até hoje.
Desde 1959, com a vitória da revolução, os Estados Unidos não se conformam com a derrota para um grupo de jovens que soube arrebatar mentes e corações de um povo centenariamente cansado de ser sugado como cana de açúcar, usado e jogado ao lixo.
A derrota yank na famosa Bahia dos Porcos enfureceu ainda mais o sempre opressor e inimigo dos povos, estes na sua ânsia de autonomia e soberania.
Desde as 634 tentativas de assassinar o comandante da revolução até a instalação de ogiva nuclear para bombardear e extinguir Cuba, os Estados Unidos sempre se empenharam em obstaculizar o sonho de uma sociedade justa para os cubanos.
O boicote a Cuba tinha o objetivo de abater o ânimo revolucionário e de indispor a população contra o chefe de Estado, isolando a Ilha do mundo, na tentativa de aumentar as agruras humanas em forma de fome e de doenças.
Nada arrefeceu o ânimo de Fidel e de seus companheiros, prontos a reinventar a saúde e a educação, modelos para o mundo, reconhecidos e recomendados pela ONU.
Após a implantação da revolução mais de cinquenta mil médicos, que faziam medicina como meio comercial, fugiram para os Estados Unidos, entregando o povo à doença e à miséria. Aí, mais uma vez, juntamente com os cubanos, o comandante teve que reinventar, engenhando o melhor modelo de medicina e saúde do planeta.
A alma revolucionária, portanto a de Fidel, vê muito além do que é dado e arrumado neste mundo, como se as injustiças, as misérias, a exploração e vitimização dos pobres fossem normais e aceitáveis.
O comandante formou gerações de combatentes que tomaram formas de soldados que lutaram na África, na América Latina, na Índia e também médicos com o mesmo espírito, como os consagrados servos da humanidade que participam do programa "Mais Médico" no Brasil, tão odiados pela direita tacanha e desonesta, e até oferecidos ao governo estadunidense, principalmente na ajuda às vítimas de destruições sofridas pelos poderosos tufões naquele País.
Terceiro, o aniversariante cubano deste 13 de agosto amou dedicadamente o povo cubano como José Martí o fez, sem desconhecer o valor da solidariedade aos povos e às Nações exploradas. Sabe que a luta fechada no seu País é insuficiente. Por isso sempre apoiou efetiva e objetivamente os governos africanos na luta contra o imperialismo e a miséria. Na América Latina Fidel é essencial nas eleições de democratas progressistas como Hugo Chave na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, os Kirchner na Argentina, os uruguaios, paraguaios, Lula e Dilma no Brasil.
Fidel Castro Ruiz é um cubano filho da humanidade. Assim, inteligentemente, percebeu o objetivo dos Estados Unidos na dominação do mundo, aplicando o modelo colonizador na América Latina, fazendo-a seu quintal de exploração, submetendo nossos povos ao terror das ditaduras sanguinárias e depois ao neoliberalismo dilapidador de nossas riquezas e de nossos direitos.
As alianças na Centro América através ALBA reflete a visão do revolucionário que não envelhece, embalado pela aurora do sol da justiça que emancipa os povos na afirmação de seus destinos, de seus direitos à independência e autodeterminação.
Nosso mundo vive uma crise estupenda, fruto da ruptura com o chamado mundo unipolar. Aí o senhor dos anéis e imperialista são os Estados Unidos e a Europa.
O poderio armado do poderoso império em frangalhos e cada vez mais debilitado é centrado na guerra de destruição das Nações e dos povos.
Já não há mais dúvidas de que uma guerra de abrangência planetária se aproxima. A eliminação de grande parte da humanidade já se prevê e calcula.
Os que se acham donos do mundo não se conformam com a ruptura da visão unipolar. A busca do modelo multipolar com inúmeros centros orgânicos de alianças dos povos é uma realidade seguidamente ameaçada. Todavia, tal encaminhamento, já em execução, reorganizaria o mundo, libertando as sociedades e as Nações das botas dos bancos, que se unem às indústrias concentradoras de poder econômico e rapinadoras de nossas energias, afastando a humanidade da produção que gera mãos de obras para, unicamente, privilegiar o capital volátil, pisando assim sobre nossas possibilidades e potenciais humanos e sociais.
A crise no Brasil, com o objetivo de destruir nossa incipiente democracia, segue esse objetivo, colocando no governo um bando de corruptos e desonestos.
Preocupado com os riscos da guerra e da demolição da paz mundial, já muito abalada, o grande líder cubano disse num texto que escreveu em 2010: "Já é hora de o mundo pensar mais uma vez nos perigos das armas nucleares, e que desta vez adote o caminho rumo à paz".
Lúcido dos riscos de devastação da humanidade e bem informado das intenções do império norte americano, o grande herói da revolução cubana escreveu na reflexão sobre seu aniversário deste ano: "Os meios técnicos modernos permitiram escrutar o universo. Grandes potências como a China e a Rússia não podem ser submetidas às ameaças de impor-lhes o emprego das armas nucleares. São povos de grande valor e inteligência. Considero que faltou grandeza ao discurso do Presidente dos Estados Unidos quando visitou o Japão, e lhe faltaram palavras para pedir desculpas pela matança de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima, apesar de que ele conhecia os efeitos da bomba. Foi igualmente criminoso o ataque a Nagasaki, cidade que os donos da vida escolheram ao acaso. É por isso que é preciso martelar sobre a necessidade de preservar a paz, e que nenhuma potência se dê o direito de matar milhões de seres humanos."
Parabéns a Fidel Castro Ruiz, o líder cubano celebrado por Papas, Patriarcas Ortodoxos e pelos estadistas que o visitam em sua casa para ouvir de sua sabedoria e dos seus conselhos. Parabéns ao irmão latino americano que ajudou a construir um dos melhores sistemas de saúde do mundo, que permite a menor taxa de mortalidade infantil do mundo e a média de vida acima de 78 anos.
Como disse nosso grande e inesquecível jogador Sócrates na sua última entrevista no programa de Marília Gabriela "Frente a Frente com Gabi": "Fidel representa o meu sonho de sociedade".
Exatamente isso, Fidel Castro Ruiz é o símbolo prático e militante de uma sociedade composta de pessoas diferentes, mas com direitos iguais, sobretudo o da participação da edificação de seu País e dos projetos humanitários.
Fidel foi eleito membro do parlamento cubano e chefe de Estado sucessivamente de 4 em 4 anos, numa sociedade exemplo de democracia, onde as pessoas participam, criticam, ajudam a afirmar e a corrigir projetos.
Por isso os Estados Unidos foram derrotados na Bahia dos Borcos, no chamado fiasco do século, no boicote que impôs ao povo cubano e nas tentativas de assassinar o líder da revolução. Quando o povo participa os opressores não vencem!
Viva o aniversariante Fidel! Viva o socialismo cubano! Viva Cuba!
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