"Fi-lo porque qui-lo. Lê-lo-á quem suportá-lo"

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Quem nunca falou o que quis, mesmo que o assunto não o fosse algo 100% verdadeiro? Ou então quem não falou demais, porque algo o incomodava tanto, mas tanto que não conseguia mais suportar?

Declarações intempestivas e bombásticas tomaram conta do noticiário nacional na semana passada. Uma foi a do Ministro da justiça Torquato Jardim, sobre a conduta de comandantes da polícia militar em apoio ao crime organizado no Rio de Janeiro. 

“Em algum momento, este ano, de uma única vez, foram presos 93 policiais de um batalhão em São Gonçalo. Alguns dias mais tarde, mais alguns. E qual foi a consequência disso? 

A polícia tem que revelar, tem que contar. (Tem) a questão de vazamento de informações. Havia uma operação (em conjunto com as forças federais) planejada num morro, sabia-se que todo sábado de manhã uma das figuras mais perigosas do Rio jogava bola com a gangue dele ali naquele momento. A turma chegou escondida, secreta, silenciosa. O sujeito naquele dia não foi jogar bola onde joga bola todo sábado. 

Para mim, é muito curioso que o Roberto Sá (secretário de Segurança) não tenha encontrado entre os oficias da ativa um comandante-geral da PM. E foi buscar o coronel Dias que já estava aposentado. 

Então são essas circunstâncias todas que causam essa dúvida. Lamento a repercussão e extensão que teve (as declarações feitas). Fiz uma crítica institucional pessoal. Mas se estou errado, que me provem.” 

Disse o Ministro em entrevista ao Jornal O Globo. Reveja aqui: 

https://oglobo.globo.com/rio/torquato-voltamos-tropa-de-elite-1-2-2-22017490

Também na semana passada, na CPMI das Empresas JBS e J&F, que investiga as operações entre o BNDES e o Grupo JBS, o Senador maranhense Roberto Rocha (PSDB), fez uma contundente declaração envolvendo o Governador do Maranhão Flávio Dino (seu ex-aliado), de que seria a 16ª pessoa que recebeu propina da JBS: 

“13 bilhões de Reais ao PCdoB! O PCdoB só tinha um candidato no Brasil, era o candidato a Governador do Maranhão. Exatamente este que o depoente tenta claramente proteger”. Disse Rocha diretamente ao ex-diretor de Relações Institucionais da empresa J&F, Ricardo Saud, que estava na condição de depoente na sessão. 

Reveja a declaração do Senador tucano aqui: 

https://youtu.be/7pPyq23EAKc

e aqui: 

http://imirante.com/mobile/oestadoma/noticias/2017/11/01/roberto-rocha-aponta-propina-paga-pela-jbs-a-flavio-dino-em-2014.shtml

Não restam dúvidas que as declarações das duas autoridades, Ministro e Senador, mexeram não só com os brios dos Governadores do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do Maranhão Flávio Dino (PCdoB), como também de aliados e oposicionistas de todos eles. Mas quem está mesmo querendo respostas é a sociedade, que não aguenta mais tanta corrupção onde quer que ela esteja. 

Luis Fernando Pezão (PMDB-RJ) logo reagiu: "O Governo do Estado e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos".

Flávio Dino (PCdoB), preferiu o silêncio que “ É o senhor da razão”. 

Porém, o fiel escudeiro e Super-Secretário de Articulação Política e Comunicação, Jornalista Márcio Jerry (Pré-candidato a Câmara Federal), foi para o Twitter e disse em 04 posts: 

• Depois de trair vilmente seus aliados, Roberto Rocha resolve mentir desavergonhadamente.  O desespero o faz cometer tais desatinos.
• Em 2012 e 2014 ajudamos a eleger Roberto Rocha acreditando numa regeneração política. Mostrou-se rapidamente em processo de DEGENERAÇÃO.
• Aparentando desequilíbrio, Roberto Rocha faz acusações absurdas a Flávio Dino numa tentativa desesperada de aparecer .
• Enfim, Roberto Rocha mostra para que serve no Senado: mentir, caluniar, expelir desespero e desatino. Que coisa!

 

Em seguida o irmão do governador, o advogado Sálvio Dino, saiu em sua defesa: 

“Senador q fala leviandades da tribuna deveria ser responsabilizado como qualquer cidadão. Democracia exige responsabilidade no exercício!”

 

Dizem que “em todo boato existe um pingo de verdade.” Desta feita, a responsabilidade de provar todas declarações proferidas por eles, necessariamente – nesses dois casos especificamente – tem de ser muito mais dos próprios detratores do que dos detratados. Em outras palavras, acredita-se que Torquato Jardim e Roberto Rocha, terão muito trabalho a partir de agora, para apresentar de fato e de direito, as devidas “provas cabais” de suas declarações, do que Fernando Pezão e Flávio Dino de defender-se.  

Por que eles simplesmente não podem dar uma de Jânio Quadros e dizerem a frase célebre:

"Fi-lo porque qui-lo. Lê-lo-á quem suportá-lo".

Aguardem as cenas do próximo capítulo, as crises institucionais já foram instaladas em seus devidos estados de origem. Rio de Janeiro e Maranhão, cobram as provas e querem respostas.  FIM

 

 

 

“Fi-lo porque qui-lo. Lê-lo-á quem suportá-lo”. http://ricardofonseca.tumblr.com/ #propagando

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