FHC e a hipocrisia brasileira
O caso fora do casamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o retrato exato da hipocrisia. Todos sabiam de tudo, mas ninguém tornava público, nem políticos, muito menos a imprensa
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O caso fora do casamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o retrato exato da hipocrisia. Todos sabiam de tudo, mas ninguém tornava público, nem políticos, muito menos a imprensa. Afinal de contas, era uma questão particular, privada.
No entanto, tudo isso é mentira. O que havia eram os interesses políticos e econômicos na relação que existe entre o público e o privado. O segredo é sempre o mais importante. A verdade é um detalhe a ser colocado embaixo do tapete, hipocritamente.
Acredito que ninguém tem nada a ver se fulano ou beltrano usa drogas, se tem amante e com ela tem filhos ou faz abortos. São questões pessoais, vida privada. Porém, se tais situações interferem na vida profissional, na atividade política, deixa de ser uma questão pessoal, vira de interesse público.
Pois bem, as revelações da jornalista Mirian Dutra, com quem Fernando Henrique teve um longo romance ainda casado com D. Ruth, precisam ser esclarecidas para o bem da verdade histórica. 30 anos depois ela relevou que FHC usava a empresa Brasif para bancá-la no exterior com seu filho, que seria fruto do relacionamento dos dois.
E quem é a Brasif? Empresa que explorava o espaço comercial das lojas nos aeroportos brasileiros, concessão concedida pela Infraero. FHC e os empresários não negam as declarações de Mirian, apenas não se lembram dos detalhes.
Pois bem, se o dinheiro encaminhado para a amante era legal, se era do próprio FHC, pra que usar uma empresa, envolver um terceiro com interesses no setor público?
Outra: dois exames de DNA feitos no filho de Mirian e de FHC deram negativo sobre a paternidade – ela duvida da veracidade – e, mesmo assim, FHC, tão bonzinho, assumiu o garoto, ajudou, deu dinheiro e um apartamento na caríssima Barcelona, acredite quem quiser. Ou seja, gastou milhares de dólares com um filho confirmado que não era seu.
Mesmo que sejam comprovadas atitudes ilícitas do ex-presidente, ele nada deverá sofrer. O tempo passou, os prazos prescricionais o beneficiam, assim como a idade. Risco zero. Mas a história julga e ela não perdoa.
Será o ex-presidente sociólogo um hipócrita? Ou hipócritas somos todos?
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