Feijão, cação e tolos
Não aguentamos mais a condução de um governo nazifascista, eleito por 57 milhões de eleitores, e responsável direto pela morte de mais de 220 mil pessoas por causa da má condução sanitária no combate na pandemia da Covid-19
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Como nessa quarentena radical a gente tem que ficar caçando coisas para fazer, além de lavar aquela louça e passar o aspirador de pó para limpar a estranha fuligem preta gerada em uma cidade praiana, numa rápida zapeada na TV, trombei com um desses chefes de cozinha bonitões falando que ia preparar uma feijoada de frutos do mar.
O bonitão disse que na sua receita teriam, como ingredientes, feijão branco, cação, lula, mexilhão, além dos temperos, para que tudo desse certo. Já tinha comido algo parecido, porque em família, minha mãe e minha tia cozinhavam bem e, de vez em quando, com algumas aparas de bacalhau compradas no mercado municipal, elas preparavam o peixe cozido com grão de bico e mergulhado num caseiro molho de tomate. Esse prato simples, feito por mulheres descendentes de espanhóis, relativamente barato, junto com um arroz branco bem soltinho alimentava e satisfazia bastante gente nos almoços dominicais, principalmente quando as crianças ainda assistiam o “Circo do Arrelia”, na TV Record, e bebiam “Crush” de canudinho durante a refeição. Bom o início dos anos 60 do século passado.
Muito tempo depois, morando na Praia do Santinho, na Ilha de Florianópolis, e ajudando, ocasionalmente, os pescadores a puxarem as redes na pesca da tainha, aprendi a fazer feijão preto com as postas desse peixe fresco. Bom para caramba esse prato de fácil preparo e com uma cachacinha do pedaço para acompanhar, então, nem se fala.
Voltando aos dias de hoje e sem muita pretensão de querer cozinhar uma feijoada de frutos do mar, porque a mercadoria para isso está rareando e cada dia mais é de baixa qualidade, fui atrás do que poderia encontrar em Ubatuba, no Litoral Norte paulista.
Na sorte de encontrar o pescador limpando um cação, perguntei se esse tipo de tubarão estava rareando junto com outros peixes que sempre vinham na rede de uma pesca artesanal. Para minha tristeza ele me disse que sim e que cada dia a coisa estava pior. Alguns trabalhos científicos começam alertar que algumas espécies de tubarão começam entrar na rota da extinção.
Sem me considerar um predador e muito menos um gourmet metido, pelo menos ainda, comprei meio quilo em postas do cação do pescador, passei no supermercado, escolhi um feijão branco de saquinho e completei os ingredientes com cebola, coentro e pimentão, escolhidos frescos na quitanda da esquina. Refogado os temperos no óleo comum e acrescentadas as postas de cação, o feijão branco, depois de cozido, entrou por último no cozimento. Sal e pimenta dedo de moça, a gosto, foram agregados na receita. Moral da história: no dia seguinte esse prato de feijão branco com cação estava melhor do que no dia do seu preparo. Pegou mais gosto. Ou seja, o prato estava precisando dar uma descansada, como nós estamos precisando dar uma descansada porque não aguentamos mais a condução de um governo nazifascista, eleito por 57 milhões de eleitores, e responsável direto pela morte de mais de 220 mil pessoas por causa da má condução sanitária no combate na pandemia da Covid-19.
Sei que esse assunto é repetitivo, que já escrevi várias vezes sobre ele, mas nesses dias de isolamento social a indignação permanece porque vendo ministros, congresso e demais instituições nitidamente contaminados e não conseguindo botar um freio definitivo nessa gente que comanda o país, continuo lembrando (e lamentando) que somos as mais de 150 milhões de pessoas “restantes” e que não colocamos esses militares fraticidas no poder. Somos tolos?
“A água que não corre forma um pântano; a mente que não pensa forma um tolo.” (Victor Hugo).
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