Fascistas, ignorantes e corruptos
"Qualquer um, salvo os débeis, escuta Bolsonaro defender-se naquelas lives circenses e identificar uma pessoa sem inteligência ou escrúpulos"
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É surreal o argumento de que não há casos de corrupção no governo Bolsonaro. Desde sempre governos e governantes atribuem acusações de roubalheira a objetivos eleitorais, e tais objetivos existem, são legítimos e se baseados em mentiras podem ser desmentidos. Se houver calúnia configurada, o autor pode ser processado.
Não é isso que ocorre agora. A blindagem completa que o bolsonarismo ganha da Procuradoria Geral da República é de destroçar currículo – nada restará de Augusto Aras em termos morais findada esta triste era. Os sigilos determinados pelo Gabinete de Segurança Institucional, muito antes de caducarem, reduzirão o general Augusto Heleno à categoria de um cínico serviçal.
As compras superfaturadas de vacina contra Covid-19, de uma empresa de fundo de quintal, estão descritas em detalhes no relatório da CPI da pandemia, que dorme na sinistra gaveta de Aras. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, investigado por tráfico de madeira, prega os valores da família conservadora na TV Jovem Pan sem corar.
A corrupção bolsonarista – nem falemos das relações milicianas cariocas – ataca a sociedade brasileira em suas áreas mais sensíveis, como a educação. O desprezo manifesto de Jair Bolsonaro pelo ensino formal, por professores em geral, pelos cientistas em particular e pelos intelectuais em especial combina à perfeição com o uso que tem sido feito dos recursos do Fundo Nacional de Educação: agradar pastores evangélicos e aliciar prefeitos corruptos.
Mais do que a destinação obscura de recursos orçamentários, a interferência descarada em órgãos de Estado e as gentilezas escandalosas aos militares com dificuldade de ereção, estupefaz o nível de esfarrapo das desculpas. Bolsonaro, Heleno, Braga Netto, Mourão e asseclas nem sequer se preocupam em dar satisfações razoáveis a quem quer que seja.
Qualquer um, salvo os débeis, escuta Bolsonaro defender-se naquelas lives circenses e identificar uma pessoa sem inteligência ou escrúpulos. Sim, um pouco de behaviorismo elucida muita coisa.
Não bastasse a corrupção literal, aquela pela qual alguém se apossa indevidamente do dinheiro dos outros, Bolsonaro e seus seguidores, moralistas sem caráter, enquadram-se à perfeição na descrição de Norberto Bobbio: “O fascista fala o tempo todo em corrupção. Fez isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964. Ele acusa, insulta e agride, como se fosse puro e honesto. Mas o fascista é apenas um criminoso comum, um sociopata que faz carreira na política. No poder, essa direita não hesita em torturar, estuprar e roubar sua carteira, sua liberdade e seus direitos. Mais do que a corrupção, o fascista pratica a maldade”.
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