Fascismo X cultura

Fascista, selvagem e intelectualmente deficiente, Bolsonaro sempre detestou a cultura, por isso seu veto à Lei Paulo Gustavo não nos surpreendeu

Ator Paulo Gustavo e a Câmara dos Deputados
Ator Paulo Gustavo e a Câmara dos Deputados (Foto: Divulgação | Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)


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Fascista, selvagem e intelectualmente deficiente, Bolsonaro sempre detestou a cultura, por isso seu veto à Lei Paulo Gustavo não nos surpreendeu. Assim que assumiu o poder, tratou logo de extinguir o Ministério, nomeou pessoas desqualificadas, promoveu o desmonte da Agência Nacional do Cinema (Ancine), impôs censura moral e religiosa para financiamentos de projetos e, por fim, sucateou completamente a pasta. Tanto que sua gestão da cultura foi considerada como a pior das últimas décadas.  

Infelizmente, na história mundial, fatos assim são figurinhas bem repetidas. Governos autoritários tentam controlar, proibir, censurar e criar modelos do que, para eles, seriam as culturas aceitáveis. Assim como fez Hitler quando, em 1933, promoveu a grande queima de livros naquilo que o nazismo intitulou de uma “limpeza” da literatura. Os nazistas pretendiam relegar ao esquecimento, autores que o regime considerava inconvenientes.  

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Mesmo sem acender fogueiras, Bolsonaro tem atitudes semelhantes. Em seus três anos de governo, ocorreram ao menos 211 casos de censura. Censura essa que achávamos estar extinta graças à Constituição de 1988 ao determinar ser “vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. Segundo o levantamento realizado pelo Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística (Mobile), o Executivo Federal é responsável direto por 72% dessas sanções. Para mostrar imparcialidade, o Mobile pesquisou casos anteriores à ascensão de Bolsonaro à presidência e localizou apenas 16 registros de 2016 a 2018, já no pós-golpe. 

Lamentavelmente, a cultura tem esse poder, de atrair o ódio dos tiranos, por ser ela incompatível com o autoritarismo e, ainda por cima, estimular a livre formulação de ideias. 

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Descontrolados, e sob o pretexto de combate ao “marxismo cultural”, a “ideologia de gênero” ou, até mesmo, a “doutrinação nas escolas”, o capitão reformado e seus asseclas engendram uma destruição sistêmica dos espaços de produção artística, de estética, de opinião, de manifestações populares e de livre expressão. Assim, ele espera eliminar opiniões diferentes da sua, ou interpretações que ele reprove do alto de seu governo autocrático, assentado em dogmas, armas e numa visão fechada e autoritária do mundo. 

Portanto, não somente áreas como a da saúde, economia e educação clamam por Fora Bolsonaro. A cultura também levanta seu estandarte contra esse governo excludente. 

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Quanto ao veto que deu margem a essa nossa discussão, é necessária mobilização geral para que o Congresso o derrube. Pois, ao vetar a lei integralmente, Messias reafirmou o desprezo de seu governo pelos artistas, produtores, fazedores de cultura e técnicos, integrantes desse segmento que foi um dos que mais sofreu com a pandemia e que ainda passa por grandes dificuldades.  

Portanto, intercedamos junto aos deputados e senadores, pois defender a cultura é proteger o futuro do Brasil.  

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