Farra das Laranjas atinge em cheio governo Bolsonaro
"Os ministros Gustavo Bebbiano (Secretário-Geral da Presidência) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), ambos do PSL, o partido alugado pelo presidente Jair Bolsonaro para se eleger, subiram no telhado. Estão bichados ou têm marimbondo no pé", diz Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia; "A desmoralização do partido que elegeu a maior bancada na Câmara é evidente, pois o seu discurso de defesa da ética e combate à corrupção virou pó"
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
Os ministros Gustavo Bebbiano (Secretário-Geral da Presidência) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), ambos do PSL, o partido alugado pelo presidente Jair Bolsonaro para se eleger, subiram no telhado. Estão bichados ou têm marimbondo no pé.
A Polícia Federal de Pernambuco convocou a ex-candidata a deputada federal Lourdes Paixão para esclarecer, amanhã, porque recebeu e como foram gastos os R$$400 mil que caíram na sua conta a três dias das eleições, enviados pela direção nacional do partido, o PSL, ocupada então por Bebbiano. Sua candidatura foi criada pelo fundador do partido, Luciano Bivar, também envolvido no escândalo, então licenciado da presidência.
Coordenador nacional da campanha de Jair, Bebbiano foi responsável pela divisão da verba do fundo partidário em todo o país. Lourdes não fez campanha, mas diz ter impresso 9 milhões de santinhos numa gráfica, em cujo endereço funciona uma oficina de carros. E não teve mais de 200 votos.
A Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais também resolveu investigar um caso suspeitíssimo de laranjas. O atual ministro do Turismo, então presidente do PSL no estado, distribuiu R$279 mil a candidatas que as gastaram em empresas ligadas ao seu gabinete.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
Uma delas, Cleuzenir Barbosa, de Governador Valadares disse em depoimento ter sido coagida por dois assessores do atual ministro para contratar uma determinada gráfica. Apropriação indébita eleitoral, falsidade ideológica e ameaça, com penas de até seis anos, são os crimes investigados e que foram listados em despacho do dia 4 deste mês pelo chefe do Ministério Público Eleitoral no estado, Angelo Giardini de Oliveira, encaminhado à Promotoria Eleitoral.
A demissão dos dois ministros bichados pode não ser a pior consequência do escândalo que atinge em cheio o governo Bolsonaro. Não se sabe ainda qual é a sua real extensão. A desmoralização do partido que elegeu a maior bancada na Câmara é evidente, pois o seu discurso de defesa da ética e combate à corrupção virou pó.
Bivar, que tenta fingir que não é com ele foi contemplado – também por Bebbiano - com R$1.800.000 do fundo partidário, mais de quatro vezes o que receberam Lourdes Paixão e Delegado Waldir, os mais beneficiados no país depois dele.
As investigações dão respaldo à abertura de uma CPI do PSL que poderá revelar o verdadeiro tamanho do laranjal e dos crimes praticados na campanha do ano passado pelo partido do presidente da República.
Nos anos 60 fez muito sucesso um samba chamado "Menino das laranjas", letra e música de Theo de Barros. Circula na rede uma paródia intitulada "Ministro das laranjas":
Ministro que fez besteira
Mandando uma laranja se candidatar
Deu grana dos brasileiros
A uma candidata pra ninguém votar
Desvia grana só com nota fria
Pra oficina imprimir santinho
Mas oficina só conserta carro, o ministro
Vai ter que se explicar
Quanta laranja, laranja, laranja doutor
Plantada com o dinheirinho do eleitor
Quanta laranja, laranja, laranja doutor
Devolve a grana desviada, por favor
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popularAssine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247