Faroeste Hollywoodiano

Colunista Marcelo Uchoa afirma que "a provocação" do presidente dos EUA, Donald Trump, "foi adornada com elementos de faroeste hollywoodiano: um cartaz com fotos de Maduro e o anúncio de recompensa por informações no valor de US$ 15 milhões". Na crise do coronavírus, o mandatário, diz Uchoa, quer "distorcer o foco da opinião pública, elegendo um novo anti-herói"

Donald Trump e Nicolás Maduro
Donald Trump e Nicolás Maduro (Foto: Reuters)


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No instante em que a imprensa de todo mundo anuncia que os Estados Unidos ultrapassam a China no número de pessoas contaminadas pelo coronavírus e o país, sangrando pelo colapso econômico, sente o drama das mortes, nada mais conveniente para um governo que vem negando o caos agravado por sua própria omissão do que distorcer o foco da opinião pública, elegendo um novo anti-herói para inflamar o ódio no país e mitigar a perda de popularidade presidencial no ano eleitoral. 

Ontem, 26/03, o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, anunciou que acusará formalmente o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por suposta associação com o narcotráfico, em conjunto com importantes personagens da política venezuelana, a exemplo do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello. Para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em 2006, quando exercia o cargo de chanceler do país durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez, Maduro teria recebido US$ 5 milhões de dólares das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC, hoje partido político.

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A provocação de ontem foi adornada com elementos de faroeste hollywoodiano: um cartaz com fotos de Maduro e o anúncio de recompensa por informações no valor de US$ 15 milhões de dólares. 

O presidente da pátria bolivariana reagiu prontamente, refutando as acusações e nominando os asseclas do hediondo governo Trump de “cowboys racistas do século XXI”. A melhor resposta, contudo, foi a do atual chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, em seu Instagram (@jaarreaza.ve). Abaixo de um cartaz de “procura-se” divulgado contra o herói da Revolução Mexicana, Pancho Villa, mediante recompensa de US$ 5 mil, escreveu: 

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“Há 104 anos os EUA ofereciam recompensas pela captura dos Revolucionários mexicanos. Não mudam, não aprendem, não entendem que os homens e mulheres livres não se dobram jamais”. 

Sem mais nem por. Bela resposta de uma nação que corajosamente vem enfrentando o imperialismo internacional e reagindo contra a perversidade de uma injusta guerra econômica patrocinada contra suas divisas, em detrimento do bem-estar do seu povo. 

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