“Fantástico” sobre racismo esconde Waack

No caso de William Waack, a TV Globo simplesmente decidiu "congelar" o racista. Ninguém mais fala sobre o apresentador, que era tido como porta-voz da famiglia Marinho nos seus telejornais. O restante da mídia, como em um pacto mafioso, também evita tratar do episódio. Ele só é citado em minúsculas notinhas

william Waack
william Waack (Foto: Altamiro Borges)


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O programa "Fantástico" deste domingo (3) exibiu uma longa e contundente reportagem sobre o racismo no Brasil. Os ataques desferidos por uma socialite patética – que se diz simpatizante de Donald Trump e do fascista Jair Bolsonaro – à filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso serviram de mote para a matéria. "A discussão ganha visibilidade quando uma criança negra, adotada por brancos famosos, é atacada na internet. Mas é rotina no Brasil", justificou a jornalista Sonia Bridi. Além das entrevistas com o casal e com outras vítimas do racismo, a reportagem apresentou dados de uma pesquisa que evidencia a extensão do preconceito no país. Palmas para o "Fantástico"! O curioso, porém, é que a "revista" da TV Globo simplesmente escondeu um astro da casa.

Como registrou Mauricio Stycer, "a reportagem não fez alusão ao caso que envolveu o jornalista William Waack, apresentador do 'Jornal da Globo', afastado no início de novembro depois que um vídeo o mostrou fazendo comentários de cunho racista para um colega. 'Tá buzinando por quê, seu merda do cacete? Não vou nem falar, porque eu sei quem é... é preto. É preto! Coisa de preto', diz Waack no vídeo, gravado em novembro de 2016 e divulgado um ano depois por Diego Rocha Pereira, então operador de VT da Globo, que se sentiu ofendido com os comentários".

A famiglia Marinho adora esconder seus podres. Ela ataca a corrupção, mas ofusca as inúmeras denúncias de sonegação, propinas e outras maracutaias que pesam contra o império global. Ela apoiou o golpe militar e a ditadura sanguinária dos generais, mas só fez uma autocrítica marota do seu crime após quase 50 anos.

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No caso de William Waack, a TV Globo simplesmente decidiu "congelar" o racista. Ninguém mais fala sobre o apresentador, que era tido como porta-voz da famiglia Marinho nos seus telejornais. O restante da mídia, como em um pacto mafioso, também evita tratar do episódio. Ele só é citado em minúsculas notinhas, como a postada por Flávio Ricco na sexta-feira (1) no UOL: "Dia desses, foi perguntado a Silvio Santos se no SBT haveria lugar para William Waack. Se ele o contrataria. A resposta foi sim nos dois casos. E que o colocaria imediatamente no ar. Mas o que, para muitos, pode ser visto como um ato de coragem tem chance praticamente nenhuma de acontecer. O presente do Waack continua sendo na Globo, com a sua situação ainda indefinida. Aliás, assunto com silêncio já de alguns dias em cima dele".

Quando do vazamento do vídeo, vários coleguinhas de William Waack, que costumam se reunir nos convescotes do Instituto Millenium – um antro da cloaca empresarial e dos barões da mídia –, saíram em sua defesa. Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli e outros direitistas lamentaram a sua exclusão do telejornal e do programa "Painel", da GloboNews, e também o cancelamento das suas milionárias palestras – como a que seria realizada pela Dow AgroSciences no final de novembro.

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Rachel Sheherazade, a difusora do ódio do SBT, postou indignada que "um dos jornalistas mais brilhantes da TV brasileira foi o último alvo dos fundamentalistas da moral seletiva. Caiu na armadilha pérfida dos coleguinhas invejosos, esquerdistas acéfalos e medíocres de todas as nuances. O 'hipocritamente correto' venceu mais uma vez. Feriu de morte o brilhante Paulo Francis, atropelou Boris Casoy, trapaceou Reinaldo Azevedo e agora condenou a execração pública William Waack". Sheherazade até que poderia levar o racista para a sua casa!

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