Faltou pouco para Witzel dizer quem mandou matar Marielle
"Foi quem mais fez Bolsonaro sangrar até agora na CPI da Covid", avalia o jornalista Alex Solnik sobre o depoimento do ex-governador do Rio Wilson Witzel
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Por Alex Solnik
Faltou pouco, muito pouco mesmo para o ex-governador Wilson Witzel revelar, na CPI da Covid, quem foi o mandante do atentado contra Marielle Franco. Mas deu a entender que sabe quem é. E prometeu dar detalhes numa futura sessão secreta da CPI.
Também revelou a preocupação de Bolsonaro com o episódio. Assim que os assassinos foram presos, o presidente fez uma live às pressas na qual atacou Witzel por supostamente manipular as investigações. E aí, disse, ele começou a ser perseguido, até ser afastado do governo.
O depoimento do porteiro à polícia civil, vazado pela TV Globo, movimentou não só o presidente, mas o governo. Então ministro da Justiça, Moro requisitou o inquérito para averiguar se havia crime contra a segurança nacional.
Mas teve mais, lembrou Witzel.
“O porteiro entrou como testemunha, mas foi intimado pela PF. A PGR abriu inquérito para acuá-lo. Ele estava apavorado.”
Ficou evidente que Witzel queria falar mais de Marielle que da pandemia. Contou ter questionado se a Defensoria Pública não iria proteger o porteiro. Não protegeu. E ele acabou desmentindo a versão que tinha dado à polícia civil. Na qual informara que o comparsa de Ronnie Lessa ingressou no condomínio Vivendas da Barra, no dia do crime, procurando pela casa de Bolsonaro e não pela de Ronnie, seu vizinho.
“Eu não sou o porteiro” jactou-se o ex-governador, querendo dizer que não seria intimidado.
Quando, porém, começou a ser atacado por bolsonaristas e após um bate-boca com Flávio Bolsonaro, com o habeas corpus embaixo do braço, tirou o time de campo.
Mas foi quem mais fez Bolsonaro sangrar até agora na CPI da Covid.
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