Faltam 32 votos para o impeachment
"No frigir dos ovos, ou dos votos, Bolsonaro vai ter de optar entre aqueles a quem prometeu o STF e os que podem salvá-lo ou jogá-lo no impeachment. Faltam 32 votos", escreve o jornalista Alex Solnik
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
A dupla Ciro-Lira não brinca em serviço. Seu poder tem aumentado na mesma medida em que Bolsonaro vem perdendo poder.
Depois de 7/9, quando jogou todas as fichas na mesa, o presidente ficou sem cacife.
Escancarou que suas ameaças de golpe eram blefe. E que o Exército não era “seu”, mas do estado.
Admitiu que tem que dividir o poder com o STF e com o Congresso. Deixou os seguidores, que acreditaram na sua proteção divina, com a brocha na mão.
Ficou, mais ou menos, na situação do José do Carlos Drummond de Andrade. Ficou sem discurso.
A cada nova pesquisa seu horizonte para 22 fica mais estreito. A continuidade no poder é um sonho distante.
Tal como ocorreu entre 1831, quando D.Pedro I, enxotado do Brasil, deixou aqui seu filho, Pedro de Alcântara, de seis anos, e 1840, quando completou 15, o país está sendo governado por uma regência, já que alguém tem de governar.
A regência Ciro-Lira.
Empolgada com os 310 votos pela convocação do ministro Paulo Guedes ao plenário da Câmara, onde dificilmente escapará da degola, a dupla agora pressiona para emplacar o novo ministro do STF, dando por favas contadas que Mendonça não descerá do telhado.
O indicado dos regentes, Alexandre Cordeiro, atual presidente do Cade, é repudiado pela bancada evangélica, principalmente por Silas Malafaia, que nem político é, mas apita no governo.
E garante que Bolsonaro não vai escolher quem os evangélicos não quiserem.No frigir dos ovos, ou dos votos, Bolsonaro vai ter de optar entre aqueles a quem prometeu o STF e os que podem salvá-lo ou jogá-lo no impeachment.
Faltam 32 votos.
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