Fala sério, Meirelles!
"A quem você pretende enganar? A Temer, talvez, para manter o teu cargo, apesar do péssimo desempenho e da falta total de resultados positivos? Mas aos empresários você não engana. Eles não investem, seguem especulando, sem trazer vantagem nenhuma ao país. Os banqueiros, como você, estão felizes, mas vivem do endividamento, da recessão, da crise", diz o colunista do 247 Emir Sader; "O governo do golpe é também o governo dos bancos, da depressão econômica, do desemprego de 13 milhões de pessoas. E não deixará de ser assim, enquanto sua única política econômica seja o ajuste fiscal, destruindo o país, sua economia, seu patrimônio, seu futuro"
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O economista neoliberal é um coveiro da economia. Ele só sabe aplicar ajustes fiscais, isto é, cortar recursos, promover ou aprofundar a recessão, tudo em função do suposto equilíbrio das contas públicas.
Mas basta isso para nos darmos conta que o mecanismo se auto alimenta. Quanto mais corta recursos do orçamento, mas promove a recessão, diminui a arrecadação, se dispõe de menos recursos, é preciso cortar mais, aumentar a recessão, etc., etc., no moto perpétuo infernal do neoliberal. E, a cada circunstância adversa, o diagnóstico é o mesmo: aplicou-se com pouco rigor o ajuste, é preciso aumentar a dose, elevar os cortes, até que o paciente definha e morra.
Nas reuniões com os governadores, Meirelles não deixa dúvidas: seu único compromisso é com o ajuste, enquanto os governadores dizem que seu compromisso é com a população. Um diálogo de surdos. Ter apenas compromisso com o ajuste significa, frente a uma economia já em recessão, promover sua depressão. Significa que o governo não tem compromisso algum com a retomada do crescimento econômico. Isto se confirma se vermos que o ministro de indústria e comercio nem sequer foi indicado pela Fiesp, mas se trata de um pastor evangélico, sem nenhum compromisso com a indústria brasileira, funcional à política de ajuste do governo. Um nada para a indústria e a retomada do crescimento.
O pressuposto dos economistas neoliberais, desmentido em todas as partes do mundo, é que o ajuste é o suposto de um crescimento saudável. Falam de responsabilidade fiscal, de crítica ao "populismo" da distribuição de renda, da necessidade de cortar profundamente recursos das políticas sociais, de usar – cruelmente – o desemprego como "variável de controle da inflação", etc., etc.
Em nenhum lugar do mundo, menos ainda no Brasil, o ajuste levou à retomada do crescimento, um objetivo sempre adiado, para o semestre seguinte ou para o ano seguinte. Tendo fracassado em todo o primeiro ano do governo Macri, os economistas neoliberais de turno – a primeira equipe já foi substituída por uma segunda – prometem um 2017 melhor, mas o programa terrorista de privatizações e abertura escancarada da economia com que ameaçam os argentinos – com o retorno definitivo a uma economia primário exportadora, já que retomam a tese das vantagens comparativas, de só produzir aquilo para o que a economia do pais está apropriada e importar o resto -, vai na direção oposta. Mais de um milhão de trabalhadores estão ameaçados de perder o emprego, pelo fechamento, privatização e venda a capitas estrangeiros das empresas nacionais que eles consideram ineficientes e geradoras de déficit público.
Aqui tampouco há nenhum índice econômico positivo. Promovem a depressão econômica e nem sequer logram controlar a inflação e o déficit público – que chegou a seu recorde histórico. Depois de se dar conta que o horizonte que apontam para o pais é o mais negativo possível – recessão com inflação e déficit público, desemprego recorde -, Meirelles retoma a ladainha de que no primeiro semestre deste ano haveria uma retomada do crescimento econômico.
Fala sério, Meirelles! A quem você pretende enganar? Ao Temer, talvez, para manter o teu cargo, apesar do péssimo desempenho e da falta total de resultados positivos. Mas aos empresários você não engana. Eles não investem, seguem especulando, sem trazer vantagem nenhuma ao pais. Os banqueiros, como você, esta felizes, mas eles vivem do endividamento, da recessão, da crise.
O governo do golpe é também o governo dos bancos, da depressão econômica, do desemprego de 13 milhões de pessoas. E não deixará de ser assim, enquanto sua única política econômica seja o ajuste fiscal, destruindo o país, sua economia, seu patrimônio, seu futuro.
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