Facebook poderia ter impedido massacre de Suzano
Colunista Alex Solnik, membro do Jornalistas pela Democracia, destaca que Guilherme Taucci Monteiro, um dos matadores na tragédia numa escola de Suzano (SP), postou várias fotos no Facebook e que o próprio Mark Zukerberg já afirmou que a empresa "sabe tudo sobre as preferências de seus usuários"; "Fica, portanto, difícil entender porque, durante um ano e meio, o Facebook leu as mensagens trocadas entre os dois assassinos e não detectou o massacre que planejavam e os denunciou às autoridades"
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Fiquei surpreso ao ver, três horas depois do massacre de Suzano, as fotos postadas por Guilherme Taucci Monteiro, um dos matadores, em sua página do Facebook, antes de sair para o acerto de contas com os ex-colegas e funcionárias da Escola Estadual Raul Brasil.
As três são selfies. Numa delas, a maior, esconde o rosto na máscara de Esqueleto, com sorriso sinistro e pousa o dedo no gatilho do revólver 38 que usaria no atentado; nas outras duas aponta o revólver para a câmera, e, portanto, para o leitor, ensaiando pose de matador.
O Facebook, que já retirou fotos de mulheres por estarem com seis nus faz vista grossa para fotos que incitam à violência? Mulher nua é mais perigosa que um revólver apontado para o leitor?
Mas a surpresa maior viria no dia seguinte, hoje. A polícia informou que o crime fora discutido pelos dois assassinos na mesma página dessa rede social por mais de um ano e meio.
O próprio Mark Zukerberg já afirmou, no escândalo de vazamento de dados que o Facebook sabe tudo sobre as preferências de seus usuários.
Fica, portanto, difícil entender porque, durante um ano e meio, o Facebook leu as mensagens trocadas entre os dois assassinos e não detectou o massacre que planejavam e os denunciou às autoridades.
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