Expulsão de embaixador mostra fiasco de Temer

"Expulsão de embaixador do Brasil em Caracas é o saldo inevitável de uma diplomacia que passou a atuar como braço auxiliar de Washington," escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247"; PML observa que, enquanto os aliados de Temer -- aprovado por 6% dos brasileiros -- produzem maquinações diversas contra a democracia no Brasil, a começar pela tentativa de impedir a participação de Lula na campanha presidencial, "Nicolas Maduro obteve três grandes vitórias eleitorais em seis meses, sem qualquer denúncia de fraude ou irregularidade digna de nota"

"Expulsão de embaixador do Brasil em Caracas é o saldo inevitável de uma diplomacia que passou a atuar como braço auxiliar de Washington," escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247"; PML observa que, enquanto os aliados de Temer -- aprovado por 6% dos brasileiros -- produzem maquinações diversas contra a democracia no Brasil, a começar pela tentativa de impedir a participação de Lula na campanha presidencial, "Nicolas Maduro obteve três grandes vitórias eleitorais em seis meses, sem qualquer denúncia de fraude ou irregularidade digna de nota"
"Expulsão de embaixador do Brasil em Caracas é o saldo inevitável de uma diplomacia que passou a atuar como braço auxiliar de Washington," escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247"; PML observa que, enquanto os aliados de Temer -- aprovado por 6% dos brasileiros -- produzem maquinações diversas contra a democracia no Brasil, a começar pela tentativa de impedir a participação de Lula na campanha presidencial, "Nicolas Maduro obteve três grandes vitórias eleitorais em seis meses, sem qualquer denúncia de fraude ou irregularidade digna de nota" (Foto: Paulo Moreira Leite)


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A expulsão de Ruy Pereira, embaixador do Brasil em Caracas, é uma nova demonstração do estrago que o governo Temer está produzindo na diplomacia brasileira.

Embora o diplomata brasileiro tenha sido declarado "persona non grata" pelo governo do país vizinho, não se trata de uma reprovação de caráter pessoal.

É o resultado esperado diante de sucessivas demonstrações de hostilidade por parte de Brasília, fruto de reorientação produzida no Itamaraty após a queda de Dilma Rousseff. Abandonando a melhor tradição de independência de nossa política externa, que transformou o Brasil no líder inconteste da América Latina, México inclusive, hoje o Brasil tenta atuar como braço auxiliar das pressões norte-americanas contra o governo de Nicolas Maduro, que incluem uma guerra econômica destinada a produzir uma catástrofe política.

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Pelo peso indiscutível do país na região, a diplomacia brasileira foi a força decisiva para a suspensão da Venezuela no Mercosul, anunciada com toda pressa em Brasília em 5 de agosto de 2016, quando Michel Temer sequer havia tomado posse da presidência da República em caráter definitivo. Em março de 2017, uma semana depois de assumir o Itamaraty, Aloysio Nunes Ferreira deu uma entrevista na qual definiu o regime venezuelano como "uma ditadura". Os gestos se multiplicam em várias áreas.

O El Universal de ontem noticiou que, convidado pelo governo da Guiana para explorar uma reserva de petróleo e gás numa área de fronteira reclamada pela Venezuela, o governo brasileiro acaba de responder positivamente à oferta -- o que, obviamente, não contribui em nada para um bom relacionamento entre os dois países de maior peso na América do Sul.    

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Vinte e quatro horas antes da expulsão do embaixador ter sido anunciada,  ao passar a presidência rotativa do bloco para o Paraguai, Michel Temer chegou a dizer que a Venezuela será acolhida quando voltar "à democracia". Seria uma declaração sempre discutível, pelo menos, quando se recorda o princípio diplomático que define o respeito a autodeterminação dos povos. Mas é ainda mais chocante quando se recorda não só as condições que o próprio Temer percorreu para instalar-se no Planalto, que não lhe dão a menor autoridade para falar da matéria. Caberia ainda mencionar as três boas vitórias eleitorais que Nicolas Maduro obteve nas urnas entre julho e dezembro de 2017, todas encerradas sem que se apontasse qualquer denúncia de fraude ou irregularidade digna de nota.

Enquanto Maduro ganha oxigênio democrático para debater a própria sucessão, marcada para 2018, os aliados e protegidos de Temer -- rejeitado por mais de 90% dos brasileiros -- se encontram em situação inversa. Sonham com o bloqueio da candidatura Lula num tapetão judiciário. Também imaginam a criação de um parlamentarismo de araque  que não está autorizada pela Constituição e multiplicam esforços para produzir um candidato viável em laboratório milionários de marketing. Para mostrar que a comparação entre os dois países atingiu um plano surrealista, a mesma Janaína Paschoal que apresentou a desmoralizada denúncia que permitiu ao notório Eduardo Cunha promover o golpe contra Dilma na Câmara  acaba de acusar o governo Maduro no Tribunal Penal Internacional.

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