Existem dois tipos de bolsonaristas? Os terroristas e os meros "cidadãos de bem"?
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A resposta é rápida e direta: NÃO EXISTEM “DOIS TIPOS” DE BOLSONARISTAS. Há uma mesma e única vertigem, delírio, surto, psicose, psicopatia, depravações e ambições inconfessáveis.
Neste momento, se farão muitas análises sobre aqueles que a mídia vem chamando de "extremistas" bolsonaristas que chegaram às vias de fato do terrorismo de estado em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. A mídia, como tem feito desde 2013 nas vésperas do golpe contra Dilma, vai tratar de passar o pano e tentar separar espartanamente os "radicais extremistas” que quebraram Brasília daqueles “cidadãos do bem” bolsonaristas que em tudo são idênticos aos vândalos, exceto pelo fato de que sequer tiveram coragem de ir à batalha campal, e permaneceram nos refúgios de seus lares insuflando os PATRIOTÁRIOS a fazerem o trabalho sujo por eles.
Portanto, eu vou descer a um nível um pouco mais baixo.
Eu quero questionar se há, de fato, diferença substantiva (ou mesmo diferença adjetiva e pequena que seja) entre os "terroristas extremistas" e o "mero" bolsonarista que não foi a Brasília e "apenas" concorda com a "ideologia" bolsonarista porque é um "cidadão de bem" que defende “pátria, Deus e família”.
Será que existe diferença entre um caso e outro?
A aparente diferença óbvia – o fato de que um grupo quebrou vidraças e depredou obras de arte e patrimônio histórico e outro grupo estava no sofá incentivando os patriotários – não é, no fundo, nem mesmo uma diferença. É apenas uma distinção de atitudes.
Os financiadores da tentativa de golpe, por exemplo, sequer estavam em Brasília dando a cara a tapa. Eles pagaram, financiaram e patrocinaram toda a barbárie no conforto de seus lares e escritórios, e enviaram suas buchas de canhão para serem enjauladas na arena de imbecis. Os patriotários que foram a Brasília são apenas o prolongamento dos braços e dos cérebros dos financiadores do terrorismo. Dizer que são diferentes é atentar severamente contra a inteligência, medíocre que seja, de qualquer pessoa.
Quando há uma guerra, quem vai às trincheiras são os soldados rasos. Mas isso torna os generais e os chefes de estado – assim como os que compartilham da MESMA VISÃO DE MUNDO dessas buchas de canhão – IGUALMENTE RESPONSÁVEIS PELO TERRORISMO E, PORTANTO, IGUALMENTE TERRORISTAS. Aliás, sabemos que uma guerra só acaba quando OS CABEÇAS MANDANTES dos soldados rasos são aprisionados. Até esse ponto, a guerra continua. Estancar e cauterizar uma pústula de guerra só ocorre quando as pústulas-mores são enjauladas – e essas são os CABEÇAS MANDANTES da guerra, não os soldados rasos.
Em resumo: não há diferença entre quem foi a Brasília e promoveu o quebra-quebra com as próprias mãos e as tiazonas e tiozões do Zap que estavam radiantes com os patriotários por meses nas portas de quartéis. É tudo a mesma laia de gente, são vírus e bactérias da mesma cepa. São micro-organismos da MESMA DOENÇA. A doença se chama EXTREMA-DIREITA NAZIFASCISTA, e essa doença ganha nomes específicos de acordo com os territórios onde são disseminadas e se tornam infecciosas, endêmicas e nefastas. No caso do Brasil, essa doença é o BOLSONARISMO.
O tiozão e a tiazona do Zap que moram em Portugal ou nos Estados Unidos e mandam mensagens de lá apoiando os acampamentos em quartéis e os atos em Brasília de certa forma são até piores do que os terroristas, porque sequer tiveram a coragem de pôr a cara no tudo ou nada na frente da polícia. Além de todo o mau caráter que os reveste, são covardes e fugitivos.
Ou há alguma dúvida de que o fato de Bolsonaro ter fugido para os Estados Unidos o tornou ainda mais desprezível do que os próprios terroristas que ele tem incubado e alimentado há meses nas portas dos quartéis?
“Desprezível” foi o adjetivo usado por Alexandre de Moraes.
A visão de mundo bolsonarista não é uma visão de mundo como outra qualquer. É uma visão de mundo DESPREZÍVEL.
Vamos falar um pouco de vida em coletividade, de comunidade e de civilização?
Os projetos de civilização podem ser divididos em duas correntes básicas de pensamento: por via da INCLUSÃO ou por via da OPRESSÃO. A corrente civilizatória que preconiza a OPRESSÃO é, muito grosso modo, a que pode ser chamada de “direita”. A corrente que preconiza a civilização pela via da INCLUSÃO é o que se convencionou chamar de “esquerda”.
Em tempo, o ÚNICO PROJETO CIVILIZATÓRIO real é por meio da inclusão. O “projeto” que tenta viabilizar a opressão não é um projeto civilizatório; é, em maior ou menor grau, um projeto DE EXTERMÍNIO. Assim como as duas tribos do “humanitismo” de Machado de Assis, que demonstram que a “guerra tem caráter conservador e benéfico”, como escreve o nosso Bruxo do Cosme Velho, justamente por exterminar a quantidade excessiva de seres humanos, fazendo com que sobrem mais “batatas” ao “VENCEDOR”, deixando os perdedores serem devidamente erradicados da face da terra.
ESTE É O PROJETO DA EXTREMA-DIREITA NAZIFASCISTA DO BOLSONARISMO, SEM MAIS, NEM MENOS. É um projeto de extermínio total e irrestrito das diferenças e das complexidades sociais. Alguma simetria absoluta com o nazismo?... O “humanitismo” de Machado de Assis é uma alegoria sardônica sobre a direita e, ainda mais especificamente, sobre a EXTREMA-DIREITA e seu “projeto” de construção da vida em coletividade por meio da opressão/extermínio.
Ficou CLARO E TRANSPARENTE como água que TODOS OS BOLSONARISTAS, "terroristas" ou "cidadãos de bem" nos seus sofás, integram a MESMA MILÍCIA DE EXTREMA-DIREITA. Um nazista no sofá nunca será menos nazista do que um soldado de campo de concentração. Hannah Arendt PROVOU isso para dissabor do orgulho e brio ocidentais. A extrema-direita, no sofá ou no quebra-quebra, é sempre exatamente isso: A (MESMÍSSIMA) EXTREMA DIREITA.
Que, aliás, tem eco MUNDIAL na contemporaneidade. Haja vista que governos como o dos Estados Unidos não conseguiram cauterizar, até hoje, 2023, a praga do trumpismo e do seu capitólio, mancha indelével na centenária democracia estadunidense de Abrahan Lincoln, Benjamin Franklin e George Washington. Com efeito, os atos ocorridos em Brasília hão de respingar severamente, EM BREVE, em Donald Trump e na extrema-direita estadunidense. Aguardem!
O Reino Unido muito recentemente capitaneou, sob o governo ultraconservador de Boris Johnson, a estúpida retirada dos britânicos da União Europeia. Outro exemplo de extrema-direita fora dos domínios, cercanias, arredores e feudos brasilienses.
A Hungria e a Polônia, desde que inveterados da extrema-direita tomaram os respectivos cargos-sênior desses países, não conseguiram mais se livrar desse anacronismo aos direitos humanos e ao avanço da agenda climático-ambiental. A extrema-direita abomina quaisquer complexidades e, é claro, não concebe que haja um véu finíssimo que cobre o nosso planeta Terra e que regula, num equilíbrio frágil, a dinâmica ambiental e climática. Isso seria exigir demais de “pessoas” que sequer “ACREDITAM” que a Terra é uma esfera...
O “Deus acima de todos” é uma sentença enrustida que traz consigo o apelo à ditadura. É UM ÚNICO Deus, e é ACIMA DE TODOS. A vida em praça pública, na complexidade da política de Aristóteles, exercida por pessoas concretas de carne, osso, músculos e desejos, é sumariamente esmagada por essa presença abstrata, unitária e totalitária DE UM ÚNICO DEUS. E ACIMA DE TODOS.
Isso porque essa visão socrático-platônica de OPRESSÃO e EXTERMÍNIO erradica a visão de um Tales de Mileto, para quem “todas as coisas estão repletas de Deuses” e são todas essas coisas, por isso, TODAS, IGUALMENTE, DIGNAS DE RESPEITO E PASSÍVEIS DE INCLUSÃO. Essa é uma visão anterior à despótica “república” de Sócrates e Platão, ainda mais deturpada com o cristianismo medieval, segundo a qual um “Deus único” impõe, por meio da própria nascença, quem DOMINARÁ e quem SERÁ DOMINADO (“dominar” vem de “domine”, que em latim, não coincidentemente, quer dizer “Deus”...), quem OPRIMIRÁ e quem SERÁ OPRIMIDO.
Nesse sentido, havemos de sentir orgulho do Brasil. Nós conseguimos, em 2 e 30 de outubro de 2022, quase que num milagre, estancar a sangria desatada de Bolsonaro e seu aparelhamento sanguinário e sanguinolento do estado. Com toda a incalculável fortuna do dinheiro da máquina pública que Bolsonaro despejou para a sua reeleição, ele NÃO CONSEGUIU LUDIBRIAR A MAIORIA DOS BRASILEIROS E BRASILEIRAS. E FOI DERROTADO. A história há de mostrar (ou já está mostrando) a magnitude desse MILAGRE que impediu que o Brasil reeditasse um novo mandato de Bolsonaro, o que representaria uma queda irreversível nas masmorras, cadafalsos e catacumbas do que teria sido uma das piores ditaduras não apenas da história do Brasil, mas da história do mundo.
Outra vitrine que o Brasil escancarou ao mundo, cortando na própria carne, foi o fato de que, com a LAMENTÁVEL quebradeira ocorrida em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, ficou MAIS QUE EVIDENTE, para o mundo inteiro, a dimensão e a periculosidade fatal das extremas-direitas, tenham elas os nomes que tiverem.
Todos os partidos DO MUNDO manifestaram repulsa ao bolsonarismo a partir de agora. Partidos de esquerda, de centro ou de direita DO MUNDO INTEIRO fizeram questão de se manifestar CONTRA o bolsonarismo para, assim, desvincularem suas imagens da imagem da EXTREMA-DIREITA NAZIFASCISTA, que é o que, na verdade, o bolsonarismo representa.
O partido conservador do Reino Unido, que é praticamente reacionário e foi o maior ator para a implementação do Brexit, se apressou em condenar com repúdio o bolsonarismo brasileiro pós-terrorismo em Brasília.
Já está sendo elaborado um tratado internacional nas Américas, do Canadá ao Chile, passando por governos de direita ou de cunho conservador, como o dos Estados Unidos e Equador, IGUALMENTE com a redação e implementação de medidas que IMPEÇAM o crescimento da extrema-direita, reconhecida como um MAL ABSOLUTO, não mais algo com que se possa “dialogar”, agora mais uma vez de forma tão contundente quanto o foi no episódio do nazismo da Alemanha da II Guerra.
Não se poderia, mais uma vez, como ocorreu durante o nazismo da Alemanha hitlerista, promover a naturalização ou a banalização do MAL EM ESSÊNCIA, como nos alertou, no nazismo, Hannah Arendt.
O erro de se deixar a extrema-direita bolsonarista ser alimentada e incentivada, tanto a dos "terroristas" quanto a dos meros "cidadãos de bem", não pode ser repetido. De um ovo de serpente jamais haveria de eclodir um colibri. Ovos de serpente geram filhotes de serpentes. Não é preciso ser gênio para entender isso.
O bolsonarista "cidadão de bem", quero dizer, o que não foi a Brasília depredar de modo brutal o patrimônio brasileiro com suas próprias mãos, é na verdade a encarnação da essência da fina flor da alma bolsonarista e, portanto, TEM EXATAMENTE AS MESMAS CARACTERÍSTICAS ANÍMICAS E SUBCULTURAIS DOS TERRORISTAS QUE DEPREDARAM AS SEDES DOS TRÊS PODERES BRASILEIROS COM AS PRÓPRIAS MÃOS.
Senão vejamos por que são todos iguais e todos farinha do mesmo saco e duas faces da mesma moeda.
Vou enumerar ALGUNS POUQUÍSSIMOS fatores que estão presentes, por assim dizer, na ESSÊNCIA ONTOLÓGICA (a redundância foi propositada) de um bolsonarista, seja ele um "terrorista extremista" seja ele um "cidadão de bem" que "APENAS" é a favor da "IDEOLOGIA" (???) bolsonarista.
A propósito, o despacho do ministro Alexandre de Moraes frisa que não poderá haver o que ele chamou de "ignóbil política de apaziguamento". Não pode haver contemporização, panos quentes. Já caiu de uma vez por todas a história pífia e falaciosa de que o Brasil tem "DOIS LADOS RADICAIS".
NÃO TEM!
Nós, que lutamos contra a extrema-direita, não somos "radicais". Um judeu jamais pode ser chamado de "radical" por ser contra o nazismo. As relações são ASSIMÉTRICAS, e o radicalismo é APENAS da parte da extrema-direita.
Ninguém é "radical" porque é terminantemente contra o nazismo.
Ninguém é "radical" porque é terminantemente contra a extrema-direita.
NINGUÉM É "RADICAL" PORQUE É TERMINANTEMENTE CONTRA O BOLSONARISMO E OS BOLSONARISTAS.
É uma visão de mundo desprezível que precisa ser mostrada com desprezo e pulso fortíssimo. Não se trata de meros bandidos ladrões de galinha, são BANDIDOS LADRÕES DE UMA POSSIBILIDADE DE FUTURO CIVILIZADO PARA TODO UM PLANETA.
Ainda no campo semântico do Reino Unido e do despacho do ministro Alexandre de Moraes em relação a essa ameaça nazifascista do bolsonarismo, ele citou, sobre o terrorismo bolsonarista de 8 de janeiro de 2023, a tentativa de pacto que o então primeiro-ministro inglês Chamberlain tentou ao se aproximar "amigavelmente" de Hitler, PARA DIALOGAR COM O INDIALOGÁVEL, dando-lhe de presente a Tchecoslováquia, em 1938. No ano seguinte, bem alimentado, pelo "apaziguamento" de Chamberlain e do Reino Unido, Hitler deu o bote e tomou o resto. Serpentes são sempre serpentes. A lição que Alexandre de Moraes quis enfatizar é a de que NÃO PODE HAVER DIÁLOGO COM SERPENTES. Serpentes não "dialogam". Serpentes DÃO O BOTE.
Alexandre de Moraes deixou claro que punirá QUEM QUER QUE SEJA que esteja envolvido nos ATOS e na INCUBAÇÃO DOS ATOS TERRORISTAS. Não importa a motivação, ele escreveu. SE FOI POR DINHEIRO, IDEOLOGIA, CONIVÊNCIA, OMISSÃO, FRAQUEZA, COVARDIA, IGNORÂNCIA, MÁ-FÉ OU MAU CARATISMO. Em suma, demonstra-se que SE TRATA DE UMA MESMÍSSIMA CORJA.
É nazista quem apoia o nazismo, SE POR DINHEIRO, IDEOLOGIA, CONIVÊNCIA, OMISSÃO, FRAQUEZA, COVARDIA, IGNORÂNCIA, MÁ-FÉ OU MAU CARATISMO. É nazista!
Bolsonaristas “extremistas terroristas” ou meros "cidadãos do bem" são as duas faces da mesma moeda. Uma não existiria sem a outra.
Já se tenta ensaiar e delinear um discurso segundo o qual o terrorismo de estado que ocorreu em Brasília não poderia ser atribuído ao bolsonarismo como um todo. "Aqueles vândalos seriam apenas uma parte dos bolsonaristas, e não representariam a totalidade do bolsonarismo". Estão tentando nos fazer engolir isso.
É claro que isso é uma falácia do mais baixo nível.
Todos os bolsonaristas comungam de atributos que os igualam, sim, como protótipos de nazifascistas. Ainda que esses atributos sejam inconscientes em certa parcela dos bolsonaristas, isso não os isenta de comungarem exatamente a mesma visão de mundo dos terroristas de Brasília.
Vamos a alguns pontos que, no checklist do bolsonarismo, tanto no caso dos "terroristas" quanto dos "bolsonaristas de bem", são devidamente preenchidos.
- RESSENTIMENTO, RECALQUE, FRUSTRAÇÃO – FALOCENTRISMO. O culto a uma masculinidade hiper exacerbada só revela a fragilidade de todas e todos em relação às suas próprias sexualidades. Alguém que de fato seja “imbrochável” precisaria alardear isso de si próprio e exigir que uma multidão, cheia inclusive de crianças, repetisse essa cantilena? Como temos dito, o bolsonarismo retirou parte da magia da psicanálise e de Freud, ao expor de forma tão explícita e anatômica as entranhas de um conjunto imenso de homens e mulheres castrados e EXPLICITAMENTE INCOMODADOS COM A PRÓPRIA SEXUALIDADE E TUDO O QUE PRECISAM ESCONDER A RESPEITO DELA.
- NEGACIONISMO, REPÚDIO AO MEIO AMBIENTE E À CIÊNCIA. Como vimos, o “projeto” da direita é a opressão, e o “projeto” da extrema-direita é o EXTERMÍNIO. Nada que escape da UNIDADE e da SIMPLICIDADE é cômodo aos imbecis que propugnam pelo nazifascismo bolsonarista. É mais fácil agir como no “humanitismo” de Machado de Assis e simplesmente exterminar quem quer que pense diferente ou que deseje EXISTIR fora das cartilhas patriarcais, eurocêntricas, racistas, heteronormativas, homofóbicas e falocêntricas. Há um imenso e pulsante desejo (mesmo que inconsciente) de exterminar as diferenças e o multiculturalismo social. Mais uma vez, diga-se de passagem, para esconderem e escamotearem as próprias taras que não ousam confessar nem mesmo aos seus frágeis espelhos impolidos.
- REPÚDIO AOS POBRES. O bolsonarismo acentua que se pode fazer "caridade", mas dar acesso para que os pobres saiam da miséria é, para esses micro-organismos, ato de "comunista". É claro, o bolsonarista quer MANTER O DIREITO DE OPRIMIR, e isso só pode existir enquanto existirem POBRES e pessoas que eles colocam à margem para continuarem sendo OPRIMIDAS. Assim, são “pobres” para os bolsonaristas todas aquelas pessoas que são mantidas no cativeiro dos degraus inferiores das suas rígidas hierarquias sociais: negros, mulheres, LGBTQIA, indígenas...
- CLASSISMO COLONIZATÓRIO. Darcy Ribeiro fala de uma das nossas maiores heranças da colonização portuguesa e cunha um adjetivo composto perfeito para designar a sanha brasileira colonizatória: uma sanha MERCANTIL-SALVACIONISTA. É mercantil porque quer tratar o Brasil como uma grande fazenda da metrópole colonizadora, seja ela Portugal, Reino Unido ou Estados Unidos. É salvacionista porque, nesse “projeto”, é intrínseca e indissociável a necessidade de “catequizar” e “cristianizar” todas e todos, erradicando as diferenças, erradicando a máxima de Tales de Mileto de que “todas as coisas estão repletas de Deuses”, eliminando toda a diversidade e multiculturalismo, eliminando o projeto de INCLUSÃO e substituindo-o por um “projeto” de OPRESSÃO E ERRADICAÇÃO E EXTERMÍNIO.
A classe média brasileira bolsonarista, tanto a que ficou no sofá quanto a que foi quebrar Brasília com as próprias mãos, é o que há de pior no mundo em relação a uma classe aristocrática escravocrata QUE NÃO QUER SIMPLESMENTE VIVER BEM, MAS QUE QUER VIVER BEM PISANDO E TRIPUDIANDO SOBRE A MISÉRIA E OS MISERÁVEIS. Essa camada da classe média brasileira não está satisfeita em ter uma boa vida. Para ela, é IMPERIOSO QUE AS EMPREGADAS NÃO POSSAM VIAJAR À DISNEY, como Paulo Guedes, um dos mitos dessa classe média desprezível, urrou no passado recente da bolsonarosfera.
Essa é uma das essências-unas ontológico-anímicas DE TODO E QUALQUER BOLSONARISTA, tanto os “TERRORISTAS DE BRASÍLIAS” quanto os meros “CIDADÃOS DE BEM” que ficaram refestelados em seus sofás. É a mesma COISA. São os mesmos micro-organismos.
- ORGULHO E SOBERBA. Muito simples: como, nesta altura do campeonato, tendo cometido BURRICES E ESTUPIDEZES INIMAGINÁVEIS, um bolsonarista conseguiria assumir que ERROU, E ERROU FEIO?
- QUERER MANTER O DIREITO DE OPRIMIR E DE SER SUPERIOR AOS MISERÁVEIS E ÀS MINORIAS. “Eu ATÉ sou seu amigo, mas é porque eu sou magnânimo e aceito você APESAR DE você ser negro, gay, pobre etc.” Assim pensa o bolsonarista “CIDADÃO DE BEM”.
Bolsonaro representa o empoderamento e o direito de oprimir e de reprimir. De erradicar e de exterminar. Isso serve tanto aos "terroristas" quanto aos meros bolsonaristas "cidadãos de bem", defensores de "Deus, pátria e família".
Um nazista que fica sentado no sofá, fiel ao nazismo, é tão nazista quanto um guarda de campo de concentração que dispara o mecanismo mortífero da câmara de gás.
O que eles têm em comum além da mesma “ideologia”
O mesmo “projeto” de extermínio.
O mesmo LÍDER.
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