Exército não se alia ao golpe
Documento do Exército, assim como o meu artigo, desmentem os colunistas do Globo Ricardo Noblat e Merval Pereira, que se arvoraram em porta vozes das Forças Armadas, insinuando que os militares estavam prontos para conter milícias petistas, caso se intensificassem os conflitos de rua surgidos após o depoimento de Lula sob coerção, a mando de Moro. Era tudo que a direita poderia desejar para tirar de foco as denúncias contra o grupo Marinho
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O grupo Globo e seus colunistas se deram mal. Foi a maior barriga, como se diz no jargão jornalístico. Citaram o Exército como fonte fictícia, para ameaçar a militância petista e fortalecer o golpe, mas a Instituição rapidamente os desmentiu.
A nota assinada pelo general Otávio de Rêgo Barros, do Centro de Comunicação Social do Exército, só veio comprovar as opiniões por mim emitidas a respeito do sentimento legalista das Forças Armadas brasileiras e do espírito de hierarquia dominante na corporação, no artigo Colunistas do Globo pedem intervenção militar, publicado pelo Brasil247, no domingo, 6/3 .
O documento do Exército, assim como o meu artigo, desmentem os colunistas do Globo Ricardo Noblat e Merval Pereira, que se arvoraram em porta vozes das Forças Armadas, insinuando que os militares estavam prontos para conter milícias petistas, caso se intensificassem os conflitos de rua surgidos após o depoimento de Lula sob coerção, a mando de Moro.
A posição do Exército ficou clara no documento: “Quando empregamos tropas em eventos de pacificação ou de garantia da lei e da ordem, a determinação nos é dada por meio da Presidência da República”.
A entrada dos militares na crise política noticiada pelos colunistas de O Globo era tudo que a direita poderia desejar para tirar de foco as denúncias contra o grupo Marinho, as críticas contra a arbitrária atuação de Moro contra Lula e a blindagem de Eduardo Cunha, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Falam todos a mesma língua.
Noblat disse que os militares cobravam de seus interlocutores no meio político uma solução rápida para a crise, o que na sua ótica direitista, significa o impeachment.
É isso que querem convencer a população brasileira. Que no dia seguinte ao impeachment o sol voltará a brilhar num Brasil, sem crise, sem corruptos, sem desemprego. Tudo se resolveria num passe de mágica.
Em seu delírio Noblat chegou a afirmar que generais haviam entrado em contato com vários governadores, com exceção governadores do PT, se colocando à disposição para conter distúrbios de rua e manter a segurança.
Sobre o tema a nota do Exército afirma que “ se algum governador desejar a participação das tropas para qualquer coisa, tem que pedir à Presidência, esse é o fluxo". Mais preciso, impossível.
O general afirmou ainda, em entrevista ao Valor, que a mensagem principal do Exército é pedir "união" neste momento de crise.
"É essencial que as Forças Armadas, até pela credibilidade que têm, tenham papel completamente institucional e de Estado. Consideramos muito importante que a instituição fique pairando acima de qualquer viés ideológico", afirmou Rêgo Barros.
Em meu artigo lembrei aos colunistas que no Exército, na Aeronaútica e na Marinha do Brasil existem nacionalistas, homens sérios e comprometidos com a legalidade, não existindo unanimidade no oficialato, nos altos escalões, ou nas tropas sobre uma intervenção militar no país, ou uma volta da ditadura como defendem setores da oposição.
Reafirmei ainda o que qualquer estudante de Direito sabe mas estes dois jornalistas desconhecem: a presidente Dilma Rousseff é a comandante maior das Forças Armadas e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica tem seus próprios porta vozes, não mandam recados.
A resposta do grupo Globo à manifestações de protesto em todo país contra a coação de Lula para depor, sobre assuntos já esclarecidos por ele na Justiça, demonstra mais um passo da estratégia golpista da oposição. Querem calar as esquerdas pela força. E bem que gostariam que o Exército fosse cúmplice do golpe.
Como se comprova agora pela nota do general Rêgo Barros, era tudo mentira de dois dos principais colunistas do grupo Globo, que apoiou o golpe militar de 1964.
O que queriam, na verdade era jogar mais lenha na fogueira já iniciada por eles com a divulgação da suposta delação de Delcídio Amaral e a ação policial contra o ex-presidente Lula, para criar o ambiente perfeito para as manifestações de 13 de março.
Quebraram a cara. A reação foi contrária e o que se viu foi a formação de uma onda em defesa da democracia e em solidariedade ao ex-presidente Lula.
A militância de esquerda, os movimentos sociais, e a população mais carente deste país que nos governos petistas ganhou dignidade, não vão aceitar que condenem o maior líder popular que este país já teve, e o transformem em símbolo de corrupção, jogado na arena aos leões para acalmar uma multidão raivosa e inconsequente insuflada pela estratégia da direita brasileira .
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