Exército e golpe, TSE e democracia: os generais do governo fracassado

"O militar brasileiro entende mesmo é de ditadura e de tratar a democracia e a Constituição com desrespeito e escárnio", escreve Davis Sena Filho

Bolsonaro e militares dos Estados Unidos
Bolsonaro e militares dos Estados Unidos (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Shutterstock)


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Por Davis Sena Filho 

Eram militares e policiais armados, chancelados e escolhidos pelo Estado nacional, o que por si só se torna uma incomensurável vergonha e covardia, pois que torturavam e matavam, a afrontar a Lei da sociedade e de Deus, por causa de questões políticas, partidárias e ideológicas. Mesmo assim essa gente de moral torta jamais foi punida pela Justiça, que seguiu os trâmites de uma Anistia que jamais irá anistiar as pessoas que sofreram indescritíveis agruras e depois continuaram presas ou foram exiladas ou fugiram para o exílio, muitas vezes dentro do próprio País, o que ainda lhes causava mais desassossego e dor.

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A verdade é que muitos desses cidadãos brasileiros foram assassinados por agentes do Estado e, portanto, jamais anistiados, porque seus pais e mães, seus filhos e parentes, amigos e amores, os que já morreram e os que ainda estão vivos, encontram-se eternamente presos em suas dores e solidões profundas, mesmo quando acompanhados de pessoas, porque suas feridas jamais cicatrizaram e jamais cicatrizarão em suas memórias e almas, mesmo com o passar do tempo e o amparo das implacáveis palavras registradas por intermédio da história. É impossível!

Dito o que foi dito, então iniciemos o artigo.

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O militar brasileiro, para o bem da verdade, entende mesmo é de ditadura e de tratar a democracia e a Constituição, que eles sempre odiaram e desprezaram, com desrespeito e escárnio — a pontapés com coturnos. De ditadura eles entendem. E como... De democracia e eleições livres, os generais brasileiros jamais entenderam, e nem querem compreender nada, porque vivem em um mundo paralelo e divorciado da sociedade civil, mas com um olhar colonizador e preconceituoso no que diz respeito ao seu próprio povo, que serve como soldado e praça, assim como a sociedade paga seus salários e a infraestrutura que os oficiais usufruem no decorrer da carreira.

Ainda resta dúvida, cara pálida? Olha o que os tais generais que nunca combateram em uma guerra estão a aprontar por aí, desprovidos de semancol, a encher o saco e a atazanar a nação, principalmente neste ano eleitoral, com intromissões inapropriadas e indagações ridículas sobre o processo eleitoral, que, absolutamente, servem apenas como provocações àqueles que verdadeiramente entendem do assunto, porque tem expertise e por isso são os responsáveis pela estrutura das eleições, que tem por propósito fazer com que o povo possa votar em paz, com independência e segurança.

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Enfim, provocações perpetradas por generais que deveriam cuidar de outros afazeres, porque, como disse anteriormente, os militares não entendem bulhufas de eleições, mas sim de ditadura. A verdade é que as péssimas ações políticas dos generais que povoam o Palácio do Planalto e as estatais vão, sem dúvida, ao encontro dos interesses nada republicanos do chefe-mor dos generais, que estão a ocupar cargos de relevância no poder central: o presidente protofascista Jair Bolsonaro, que deseja, obsessivamente, sabotar as eleições para pretensamente continuar no poder.

O TSE e a sociedade organizada deste País que tratam, coordenam e entendem, incomparavelmente, de eleições em relação aos generais, que não entendem nada de processo eleitoral e de democracia, tem de urgentemente impor limites e encerrar as conversas com os generais a mando de Jair Bolsonaro, mandatário que não tem nada de bom para apresentar à população no horário político eleitoral, porque no decorrer de seu desgoverno de alma fascista apenas tirou os direitos do povo e prejudicou gravemente a economia do País, o que o leva a utilizar os “serviços” de generais reacionários, em busca de sabotar as eleições.

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Alô TSE, se tem alguma coisa que é real neste problemático País e, consequentemente, se trata da verdade, é que os generais brasileiros são intervencionistas e totalmente dissociados dos interesses da população, pois indelevelmente elitistas e sectários, além de comprovar por meio desse lamentável governo dos piores números e índices econômicos e sociais da história da República, que não estão nem aí para a soberania do Brasil.

Pelo contrário, esses milicos de alta patente nadam contra a maré e despoticamente se contrapõem à democracia e ao estado de direito, pois pertencem a corporações armadas que realizaram vários golpes e tentativas de golpes no decorrer da história, a desprezar o processo democrático e as eleições brasileiras, que desde 1996 não tem casos de violações de urnas eletrônicas, mas optaram, porque a intenção é permanecer no poder a qualquer custo, por causar confusão e contendas, a mentir por meio de documentos, como já alardeou o TSE para a sociedade brasileira.

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Agora os generais, em pleno século XXI e depois de uma Constituição profundamente democrática e de caráter social promulgada em 1988, que não deixa dúvida alguma sobre o papel das Forças Armadas, os generais, muitos deles de pijamas que ascenderam ao poder com o atual mandatário da República, se autointitularam os varões de Plutarco do sistema político-eleitoral, que é um dos mais modernos e avançados do mundo, e que elegeu o chefe fascista dos generais, Jair Bolsonaro, inúmeras vezes como deputado federal e uma vez como presidente da República.

Porém, esses militares, que desconhecem profundamente as necessidades e reivindicações do povo brasileiro, vem com esse papo para boi dormir, falar de assuntos que não entendem patavinas, mas com o propósito sórdido e infame de causar confusões, conflitos e, se der para dar uma de João sem braço, “melar” as eleições e, quiçá, ter uma abertura para a efetivação de mais um golpe na república bananeira deles, assim como feita sob medida para eles se darem bem e se locupletar com o poder republicano.

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A ambição e a obsessão do generalato pelo poder civil e o desejo de mandar e dar ordens à nação são realidades seculares, além de ser algo incontrolável por parte dessa categoria marcial e autocrata, que não se conforma em apenas administrar e governar o mundo da caserna desde os tempos do Brasil Império. Por isso está no DNA dos militares o golpismo, que atrasa severamente e profundamente o desenvolvimento do Brasil como potência econômica e sociedade democrática, justa e igualitária.

Além disso, somos um dos poucos países da América do Sul, onde ocorreu ditadura militar, que não puniu exemplarmente os agentes públicos que constituíram um regime brutal de repressão e, com efeito, envolveram-se com o sistema repressivo, porque incorreram em prisões ilegais, “desaparecimentos” e assassinatos. Esses agentes são nada menos e nada mais do que presidentes da República, generais, oficiais e praças de várias patentes. “Apenas” isso, cara pálida, o Estado a cometer crimes hediondos em série, a ter os porões da ditadura como locais de morticínios. “Só isso...” É mole ou quer mais?

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O título deste artigo resume basicamente o que está a acontecer neste País pleno de infelicidades e tristezas, principalmente no desgoverno desses militares de extrema direita e que representam a pior geração de generais que o Brasil já produziu, porque, além de ser a mais alienada e elitista de todos os tempos, também é protagonista do governo mais incompetente, entreguista, desumano e traidor que se tem notícia na história deste imenso lugar esquecido por Deus e ocupado por uma “elite” colonial, que pretende eternamente deixar incólume seu fazendão administrado por caras pálidas aficionados pelo atraso e pelo retrocesso.

Quando esses bárbaros que estão aboletados no poder central forem derrotados em outubro próximo pelas forças democráticas geradas pela sociedade civil, e eles sabem disso, o Brasil voltará a respirar o mínimo de oxigênio não poluído pelo barbarismo e o ócio pleno de malandragem desses oportunistas, que tratam como virtudes a iniquidade e a infâmia, de maneira que também vão poder mostrar de forma transparente o estrago criminoso que esse arremedo de presidente, cujo apelido é Bozo, efetivou para favorecer os ricos e muitos ricos, além de atender sistematicamente os interesses econômicos e geopolíticos dos países considerados desenvolvidos, especialmente os EUA.

Bolsonaro e “seus” generais oportunistas e de intenções golpistas recorrentes colocaram, inadvertidamente, oito mil militares no governo federal, a ocupar cargos civis, em um inigualável aparelhamento do Estado jamais ocorrido na República, mas que traduz, ipsis litteris, que esse tipo de gente sem projeto de País e vazio de programas de governo não está para brincadeira, pois o que interessa ao desgoverno militarista, que aplica perversamente um plano econômico ultraliberal e entreguista, é apenas se manter no poder e nele se locupletar.

E por quê? Porque, definitivamente, os interesses mais prementes e importantes para o povo brasileiro foram solenemente desprezados, bem como destruídos todos seus programas e benefícios sociais (trabalhistas e previdenciários), financeiros e econômicos, de acesso ao emprego e aos programas que garantiam o mínimo de igualdade de oportunidades à maioria da população deste País injusto, violento e desigual.

Programas distributivistas que davam oportunidades às camadas populares foram sumariamente extintos, de forma deliberada, como estratégia malévola para destinar os recursos orçamentários do Estado para pagar as dívidas com fornecedores e empresários, além de também repassar a parte do leão aos acionistas ricos de estatais e aos banqueiros nacionais e internacionais. É o que o desgoverno dos generais faz nesses trágicos últimos quatro anos, como se não bastasse a tragédia que foi o desgoverno do traidor, golpista e usurpador Michel Temer, que deveria estar preso por liderar um golpe de estado, juntamente com seu bando de delinquentes.

O governo criminoso e traidor da Pátria do sacripanta Temer, que alienou nas barbas dos generais entreguistas e privatistas e a toque de caixa o formidável pré-sal brasileiro às multinacionais do petróleo, bem como congelou criminosamente por 20 anos os recursos da educação e da saúde, além de implementar o teto de gastos, que na verdade tem o propósito de fazer com que o Estado não cumpra com suas obrigações constitucionais e institucionais, que é investir o dinheiro das estatais e dos impostos pagos pela população na melhoria da condição de vida dos trabalhadores e aposentados.

São exatamente eles, ou seja, todos nós somos os principais responsáveis por sustentar o Governo Federal e, evidentemente, os generais macabros, que hoje tentam fomentar irresponsavelmente um golpe, porque estão dispostos a atender os anseios golpistas de um protótipo de ditador de terceiro mundo, que está muito a fim de imitar as delinquências perpetradas pelo ex-presidente Donald Trump, responsável pela invasão golpista do Capitólio, e, mais do que isso, protagonista maior das mortes que aconteceram nos espaços do Poder Legislativo estadunidense.

Por sua vez, repetir essa bandalheira golpista acontecida na terra yankee que a burguesia e os generais tupiniquins mais gostam e admiram é tudo o que o inconsequente Bolsonaro quer, sendo que o papel dos generais em apoiar as diatribes do mandatário irresponsável causa à sociedade organizada e a milhões de pessoas que preferem a democracia ao invés de uma ditadura, regime que sempre causa uma sensação de inquietude, ansiedade e ausência de paz. Lutar contra um hipotético golpe bananeiro com a cara dos militares é uma questão essencial para que povo brasileiro conquiste sua definitiva emancipação.

Acontece que os generais são os principais atores do governo fascista de luta política e ideológica perpetrada não mais pela direita, mas sim pela extrema direita, que nem nos tempos do integralista Plínio Salgado conseguiu conquistar o poder central. Trata-se de profunda decepção e sem precedentes após a redemocratização o Brasil ter de passar por uma situação tão grave e inaceitável como termos novamente militares a literalmente a encher o saco da nação, ao invés de procurar uma guerra para se coçar, e, com efeito, cair na porrada a fim de ocupar o tempo ocioso de mais de um século.

Uma verdadeira vergonha, que será registrada e marcada nas costas dos generais, como se fosse tatuagem, que estão novamente a desacreditar o Exército e as Forças Armadas em geral perante a população. Esses caras jamais deveriam incluir o Exército na política, porque uma corporação de Estado e não de governo, assim como o Exército não é corporação que compõe o conjunto dos Três Poderes, porque ele é parte subordinada desses poderes, que, inclusive, podem convocá-lo para realizar ações, conforme estabelece a Constituição. Ponto.

O que se observa e todo mundo está a ver é que há uma tentativa de os generais do Exército aprofundar a tensão institucional, sendo que o presidente do TSE, Luiz Edson Fachin, parece disposto, por causa de suas últimas ações, rejeitar as atitudes do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que efetivamente tenta emparedar o Justiça Eleitoral, por intermédio de dúvidas sem sentido levadas a cabo para que, por meio desse mau procedimento por parte do militar, causar constrangimento e deixar sempre uma interrogação nos magistrados se haveria a possibilidade de golpe ou não. Simplesmente inaceitável.

Enquanto isso, a Polícia Federal confirma que o general Luiz Eduardo Ramos e a Abin, que é interligada com o GSI do general Augusto Heleno, realizaram ações em busca de encontrar equívocos, falhas e erros quanto à segurança das urnas eletrônicas e o sistema eleitoral atual, que desde 1996 quando foi implantado jamais foi constatadas fraudes ou quaisquer outros crimes contra o processo eleitoral brasileiro. Trata-se de má-fé intelectual aplicada diretamente nas veias. E esses caras, já de cabelos brancos, que votaram inúmeras vezes desde 1996, resolvem fazer essa papagaiada, pois o objetivo nada nobre desses militares é causar confusão e contendas, os combustíveis de Bolsonaro em toda sua lamentável e deplorável vida política.

Bagunçar o coreto! Ou seja, os generais apostam em ter uma oportunidade, se o fascista Bolsonaro for derrotado eleitoralmente como candidato a presidente da República, para que possam não reconhecer a vitória de seu adversário, que poderá ser o ex-presidente Lula e, com efeito, “melar” a posse de quem venceu legalmente e democraticamente pela força das urnas e pela decisão soberana do povo brasileiro. É isso, e todo mundo sabe disso... Até os bolsominions mais estúpidos e levianos espalhados por todas as cidades.

Essa ofensiva contra a democracia e o TSE no que concerne às fragilidades do sistema eletrônico são completamente sem cabimento, chegando a ser uma estupidez de tão insensata e irracional. A intenção desses caras é desacreditar as eleições, como o fez o irresponsável direitista Donald Trump. É intolerável a conduta profissional e moral desses generais, que deveriam tratar de cuidar de coisas pertinentes a eles e a seus cargos como servidores públicos.

Os generais já sabem que Bolsonaro não vence por meio do voto, bem como a sociedade organizada não permitirá que os militares deslegitimem as eleições com interferências artificiais e armações ilimitadas. O Brasil não precisa da tutela de milico para realizar suas eleições, o que faz diretamente e sem interferências desde 1982, quando o povo brasileiro elegeu os primeiros governadores após a ditadura militar, que se estendeu até o início de 1985. Militar tem de tutelar seu quartel ou ir para uma guerra para receber medalhas autênticas e, quiçá, heróicas. Golpe não! Ditadura jamais! É isso aí.

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