Ex-ministro revela que PMDB quer ministério de Kassab
Às favas as fanfarronices de Renan e de Cunha, suas propostas “desinteressadas” de corte de ministérios, seus apelos para o governo “cortar na carne”, suas recusas em indicar ministros por “pudor” ou “para ajudar”... o que eles querem mesmo é Kassab fora do governo para ocupar o bilionário Ministério das Cidades
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Na entrevista de hoje a Daniela Lima, da Folha, o ex-ministro de Dilma, Moreira Franco, revela o que muita gente já sabia: essa crise que parece não ter fim e que começou no primeiro dia do governo Dilma 2 foi provocada pelo PMDB que não se conformou em perder espaço para os dois novos aliados - Kassab e Cid Gomes – e não pelo PSDB que, para variar, pegou o bonde andando e quer levar alguma vantagem nisso, mas não tem força para desestabilizar o governo como o PMDB.
Ao dizer que “(..) a estratégia de montagem inicial do segundo mandato de Dilma foi diluir a força do PMDB” e “o governo chamou o Kassab e o Cid Gomes para desidratar o PMDB”, Moreira Franco, a quem Brizola apelidou de “Gato Angorá” deixa bem claro qual é a pedra no sapato do partido.
Às favas as fanfarronices de Renan e de Cunha, suas propostas “desinteressadas” de corte de ministérios, seus apelos para o governo “cortar na carne”, suas recusas em indicar ministros por “pudor” ou “para ajudar”... o que eles querem mesmo é Kassab fora do governo para ocupar o bilionário Ministério das Cidades.
Sem querer querendo, o que o Gato Angorá quis dizer foi: Dilma, tira o Kassab que a gente aprova o teu ajuste fiscal. Sabe-se lá se ele falou em nome de Temer, a cujo grupo pertence, mas sempre vai pairar essa dúvida. E os dois vão negar. A entrevista saiu no dia em que o vice volta de uma longa viagem à Rússia.
Dilma não poderia, no entanto, atender o PMDB nem se quisesse. Ela não tem como abrir mão da bancada de Kassab composta por 32 deputados.
Não se pode deixar de levar em conta que, nesse arranca-rabo com o PMDB, que abala o país, o governo Dilma 2 tem sido pródigo em equívocos.
Ele poderia desmontar o discurso de defensor do povo utilizado por Eduardo Cunha se, em vez de propor uma CPMF horizontal, atingindo todos, decidisse tirar de quem tem mais, que são os bancos, cujos números, em plena recessão apresentam lucros bilionários.
Somente os quatro maiores lucraram, somados, mais de 15 bilhões de reais no segundo trimestre deste ano, metade do déficit do orçamento.
Não se vê no horizonte, no entanto, nenhuma empolgação do ministro Joaquim Levy em se travestir de Robin Hood para tirar dos ricos e dar aos pobres.
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