Eu te amo, meu Brasil, eu te amo

"Votação da PEC do Golpe abriu um grande espaço para o cancelamento das eleições, para o fim do Estado Democrático de Direito", diz Hildegard Angel

(Foto: Roque de Sá/Agência Senado | Reprodução/Twitter)


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Por Hildegard Angel, para o 247 

A votação de ontem da PEC do Golpe abriu um grande espaço para o cancelamento das eleições, para o fim do Estado Democrático de Direito. 

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Isso é da maior gravidade, é o prenúncio de uma ditadura, fingindo que se está seguindo os trâmites constitucionais. É a instrumentalização das instituições para concretizar o golpe. 

Segundo o projeto militar divulgado pela mídia, o objetivo dos militares é permanecerem no poder até 2035, com um boneco de ventríloquo desempenhando o papel de "Presidente", tendo como prioridades máximas os ataques à cultura, que eles veem como inimiga, e à educação. 

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Essa reforma do ensino médio, que lhe retira todo o conteúdo humanista, é mais uma rasteira na formação da consciência dos jovens brasileiros e evidencia o que pretendem: dominar cordeirinhos sem pensamento crítico, sem conhecimento histórico, sem discernimento sobre seus direitos, sem a noção do coletivo. 

Precisamos nos mobilizar sobre isso e falar muito, protestar. Não podemos ir como bois mansos para o matadouro, vestindo a camiseta da Seleção e cantando "Eu te amo / Meu Brasil / Eu te amo...". Não somos gado nem somos robôs. 

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Precisamos lembrar que somos brasileiros responsáveis, que temos direito à voz, à manifestação de nossas opiniões e a questionar atos violentos e excepcionais como essa PEC 16/22, uma aberração.

Estamos sob o comando de uma quadrilha que, cada vez mais, aperta o torniquete para imobilizar os mecanismos das garantias democráticas do Estado brasileiro.

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Não podemos e não devemos ter medo de nos manifestar, pois é através das ameaças e do estímulo ao medo, criando inimigos fictícios, como um suposto e inexistente risco de "comunismo", que essa erva daninha se expande e nos sufoca.

As raposas afiam as garras e os dentes para tomar conta do Brasil e tirar o maior proveito pessoal possível de suas riquezas. Mas não somos galinheiro. Somos o Brasil. Uma Nação com raízes, cultura, memória, história de luta e superação. Somos um povo trabalhador, honesto, com bons valores. Somos afetuosos, mansos, cordiais, mas não somos tolos. Querem mas não vão conseguir nos colocar mais uma vez o garrote no pescoço.

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Estamos ligados, estamos vendo, estamos conscientes.

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