Eu, eu, eu, Bolsonaro se inelegeu
A vingança é um prato que se come com picanha e cerveja
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Grande dia! Um dia 30 de junho para entrar para a história da política brasileira. Um dia em que o ser mais nefasto que já ocupou o cargo de Presidente da República do Brasil, se tornou inelegível. Durante oito bons anos, a sociedade brasileira estará livre da pernóstica e maléfica figura de Jair Messias Bolsonaro como político. Um homem que, com o seu negacionismo científico, ajudou a matar setecentas mil pessoas durante a pandemia. Um homem que, com sua maldade pessoal, zombava das mortes que ajudava a produzir, imitando pessoas morrendo com falta de ar. Um homem que, com seu fascismo político, incitou a violência e engendrou, por meio de seu discurso de ódio, o maior ataque já sofrido pelas instituições democráticas do país. Uma verdadeira besta fera predadora da própria espécie. Ou seria Bolsonaro de uma espécie diferente da humana?
Debochado e abusador, Jair Bolsonaro fez da presidência da república um puxadinho do seu QG miliciano em Rio das Pedras. O Palácio do Alvorada virou uma extensão do quintal da sua casa na Barra da Tijuca, onde ele armava o churrasco com seus vizinhos, parças e comparsas. Entre eles, os assassinos da vereadora Marielle Franco. Tutti buona gente. Cidadãos de bem e defensores da família tradicional brasileira. Bolsonaro abusou do poder. Tirou partido da dor e do sofrimento de milhões de brasileiros que, enquanto ele, com o seu peculiar riso cínico, exibia uma picanha de R$ 1.799,00 nas redes sociais, estavam chorando na fila do osso. Bolsonaro abusou. Acreditou que seria eternamente soberano e que jamais prestaria contas da desgraça que estava promovendo na sociedade brasileira, com sua política genocida e com seu comportamento perturbador.
Não houve sequer um dia de paz enquanto Bolsonaro governava o país. Tudo o que ele sempre quis foi instaurar o caos para, sob o caos, estabelecer a sua tirania. Colocar as urnas eletrônicas sob suspeição e inflamar o seu gado contra o resultado das eleições, era parte do plano. Porém, a inelegibilidade de Bolsonaro não é suficiente. Não nos satisfaz plenamente. Isto porque ela, mesmo o excluindo da vida pública por um período, não o faz pagar pelos inúmeros crimes que cometeu no exercício de suas funções como presidente do país. E foram muitos crimes. E ele precisa pagar por cada um deles. E na cadeia. O lugar de Bolsonaro não é apenas fora da disputa eleitoral. É na cadeia, vendo o sol nascer quadrado, olhando a liberdade perdida pela grade de uma cela fria, chorando a solidão dos insensíveis e ouvindo repetidamente vozes do além a lhe falar: “Vai ficar chorando até quando? ”, “Seja homem, porra! ”, “Deixa de ser maricas”
Inelegibilidade é pouco para um sujeito que logo após ser condenado pelo TSE, contrata o marqueteiro do “The Walking Dead” e lança nas redes sociais uma foto sem camisa, usando a cicatriz da suposta facada que ele levou no seu bucho cheio de frango com farofa e leite condensado, para se vitimizar e insistir na esdrúxula narrativa de que ele é um mártir que quase morreu para salvar o país. Mostrando, mais uma vez, que a sua canalhice política é sem precedentes. Ou será que a intenção do compartilhamento da sua horripilante imagem seminua, era apenas divulgar a sua nova ocupação em algum site de conteúdo adulto? O que deveria ser investigado pelo Ibama, porque sexualizar um jumento é crime de zoofilia. Se isso é tripudiar de Bolsonaro nesse momento, é isso mesmo que eu quero. Pelo muito que eu e tantos outros milhões de brasileiros, fomos tripudiados por ele em quatro anos de desgoverno. Afinal, a vingança é um prato que se come com picanha e cerveja. Mais baratas do que em seu governo, é claro!
Mesmo estando temporariamente fora de combate no jogo eleitoral, é preciso que estejamos atentos aos próximos passos de Jair Bolsonaro. Se levarmos em conta uma declaração dada por ele mesmo, na qual dizia que a sua especialidade era matar, não restaria a ele outra opção, senão exercer o seu único e talentoso ofício. Não que ele o fizesse de forma física e direta, mas a sua, digamos, ideologia, e o seu discurso de ódio baseado na sua realidade distópica, ainda é capaz de matar muito mais. E ele ainda tem um bom número de gados em seu rebanho, capaz de seguir promovendo essa matança dentro da sociedade. Sobretudo, se ele for condenado à prisão. O que, graças a Deus, parece ser inevitável. Um novo 8 de janeiro não pode ser descartado, pois estamos falando de bolsonaristas radicais. O grau mais baixo na evolução cognitiva da espécie. Pessoas que prestaram continência à pneus, que se ajoelharam na porta de quartéis pedindo intervenção alienígena e que se organizaram em exércitos de Brancaleone para combater o resultado das urnas e lutar contra a democracia.
Por hora, devemos ficar felizes com a sua inelegibilidade, mas não tranquilos. Bolsonaro e o seu gado raivoso e virulento, ainda representam um grande risco à nossa democracia.
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