Estiagem foi armadilha de Lira para acelerar privatização da Eletrobrás e empobrecer povo

(Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | ABr)


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Estiagem alardeada pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-AL), como denunciamos há mais de duas semanas, serviu, como se vê, agora, para criar justificativa favorável à privatização da Eletrobrás; antes da votação, ele havia se reunido com pessoal especializado do governo em energia, para discutir o assunto; botou a boca no trombone, antevendo desastre hídrico, prejuízos para a economia, aumentos das contas de luz; depois dessa reunião, surgiu o argumento do parlamentar de Alagoas de que o povo se preparasse para racionamento; a estiagem à vista, alertou, seria a maior certeza decorrente de ausência de chuvas; não falou que decorre de ausência de investimentos, no contexto do neoliberalismo monetarista que corta gastos públicos, a torto e a direito, em nome de falso ajuste fiscal, para atender a ordem golpista de sustentar teto de gastos em nome do combate à inflação; os investimentos não foram realizados, os preços subiram e a inflação explodiu; 

GOLPE DA PRIVATIZAÇÃO

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Fragilizaram a empresa para ser privatizada; conversei com economistas respeitados que me alertaram para o fato de que a estiagem seria argumento mais que necessário para evitar a privatização e não promovê-la, como seria lógico; outros me disseram que talvez fosse realmente essa argumentação uma forma de fugir do assunto; vieram as votações, tanto no Senado, como na Câmara, e, como a mídia conservadora, reacionária e entreguista já há tempos vinha defendendo a privatização, a estiagem, alardeada pelos congressistas neoliberais, caiu como uma luva para encher a bola dos capitalistas interessados em privatizar uma das maiores empresas de energia do mundo, verdadeiro agente do desenvolvimento nacional, como a Petrobrás.

LOBISMO DESCARADO

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Passado o vendaval privatista, no qual o Palácio do Planalto se empenhou em favor da privatização, agora, vem Lira dizer que não há perigo de estiagem; ou seja, a manobra ficou clara; até o general Ramos, coordenador do governo, braço direito de Bolsonaro, teria tentado comprar voto do tucano senador Izalci Lucas(PSDB-DF), para alcançar o objetivo anti-nacionalista, que, materializado, resultará em aumentos das tarifas de energia por parte de quem comprará a Eletrobrás na bacia das almas; os relatores do projeto cuidaram de construir narrativas falsas; a Eletrobrás estaria dando prejuízo, de modo que injetar dinheiro privado nelas contribuiria para a sua recuperação financeira e evitaria aumento das contas de luz etc; puro blá, blá neoliberal; a privatização de patrimônio já pronto e amortizado, gerador de lucros extraordinários(somente no ano passado o lucro líquido da Eletrobrás alcançara perto de R$ 7 bilhões!) foi, na prática, sucateamento de patrimônio nacional de bandeja para os abutres privatistas, comandados por fundos internacionais; 

ARMADILHA DA FINANCEIRIZAÇÃO

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A Eletrobrás, portanto, teria sido mais uma vítima da financeirização econômica global, a merecer de futuro eventual governo da oposição investigação por CPI, tão como a CPI do Genocídio, que está descobrindo corrupção na compra de vacinas superfaturadas; o fato é que construíram no Congresso fakenews segundo a qual privatização resultaria em mais investimentos na empresa, com consequente redução dos preços da energia; balela; agora, depois do desmentido cara de pau de Lira de que não haverá estiagem, como se tivesse combinado com São Pedro a manobra, a verdade vem à tona, quando Inês já está morta, para alegria dos capitalistas ultra-felizes; compraram, na bacia das almas, com ajuda do Congresso, uma das maiores empresas de energia do planeta, graças aos vendilhões da pátria, como Lira.

CONTA SALGADA

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O povo brasileiro, porém, ficará com a conta salgada para pagar; as contas de luz virão acrescida do preço baixo de venda do patrimônio, na base da sacanagem dos políticos ultraneoliberais. Toda a economia - comércio, agricultura, indústria, serviços etc - sofrerá as consequências; e o pior, a sociedade ficará pagando tributo pela perda do patrimônio público, que é a água privatizada, para mover as usinas; é como se o pai de família irresponsável vendesse a casa e deixasse a família na rua. Esperemos que os bravos alagoanos, contemporâneos de Graciliano Ramos, deem o troco em Lira, vendilhão da pátria - ele e, também, o presidente do Senado, o mineiro Rodrigo Pacheco -, nas eleições de 2022, quando bater na porta de suas casas, pedindo voto; os eleitores estarão com a conta de luz majorada absurdamente, para desmentirem sua armadilha sacana de que os investimentos aumentariam e as tarifas de energia diminuiriam com a privatização da Eletrobrás.

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