Estão Collorindo o Aécio
Fazendo uma análise rápida, constatei que são muitas as semelhanças entre a campanha tucana desse ano e a campanha de Fernando Affonso Collor de Mello em 1990
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A Grande Mídia envolvida numa imensa campanha publicitária conseguiu fazer o pré-candidato à Presidência da República Aécio Neves da Cunha migrar dos reles 16% para os atuais 20% (de fevereiro a maio apenas), conforme divulgado pelo instituto Datafolha na última sexta-feira (9).
Fazendo uma análise rápida, constatei que são muitas as semelhanças entre a campanha tucana desse ano e a campanha de Fernando Affonso Collor de Mello em 1990.
Vejamos: Collor foi criado midiaticamente como o grande "Caçador de Marajás", que iria salvar o País das agruras do governo José Sarney. Todos os dias a Grande Imprensa massificava essa imagem atlética, em reportagens diárias e bem elaboradas, que venderam muitos jornais e revistas naquela época. Com esse "esforço danado", Collor foi eleito aos 40 anos como o presidente mais novo da história desse País.
Playboy, empresário, rico, bom vivant, ele foi o verdadeiro Don Juan do século XX. Para alegria de muitos, ele eclodiu como um verdadeiro meteoro, indo da fama ao fracasso em apenas 2 anos. Temos de admitir que a melhor obra do seu governo foi o nababesco jardim da casa da Dinda? Não! Foi a abertura do mercado brasileiro às importações. E a pior coisa foram as denúncias de corrupção envolvendo o saudoso PC Farias e o seu irmão, o também saudoso Pedro Collor de Mello. Evento esse que levou o Congresso Nacional a abrir um primoroso processo de impeachment. Mas antes mesmo de ser aprovado (fato que seria concretizado), Collor renunciou ao cargo em 29 de dezembro de 1992, deixando o saudoso Itamar Franco (PSDB-MG) na presidência e ficando inelegível por 8 anos.
Hoje, Collor de Mello (PTB-AL) é, sem dúvida, um cidadão mais maduro, ao longo dos seus 64 anos (completará 65 em agosto), se auto exilou em Miami, se separou de Rosane Collor e retornou à vida pública em 2007. Consolidou-se com um verdadeiro representante do estado de Alagoas, atuante e democrático. Tendo participações importantes no cenário político nacional, se pudesse voltar ao tempo, hoje, ele não cometeria mais os erros do passado; e faria uma administração brilhante, tenho certeza disso.
Já Aécio Neves, ao longo dos seus 54 anos, não é tão atlético assim. Mas adora badalar em festas no eixo Rio-São Paulo, também curte carros importados e dizem que é um grande galanteador. Há quem diga em "Belzonte" que ele também é playboy, e que adora zanzar de helicóptero pra cima e pra baixo na capital mineira. Herdou de Tancredo Neves o gosto pela política, e vem alimentando o sonho de ser o Presidente do Brasil desde que o avô faleceu, antes mesmo de assumir o mais alto posto do País, em março de 1985.
Como Collor, Aécio vem tendo o apoio maciço dos Jornalões como Folha de S. Paulo, O Globo e Estadão, que publicam com ênfase a sua agenda itinerante pelo País. Também apoiam o mineiro a revista Veja, Época, entre outras...
A crescente ascensão de Aécio Neves, retrata claramente um remake de "Vale a Pena Ver de Novo" do que fizeram com Collor nos anos 90. Lançaram um candidato jovem, que ia acabar com todas as mazelas do Brasil e ser o mais novo "Salvador da Pátria".
A difícil tarefa de pintar a cara dos jovens para ir às ruas protestar contra "o que de pior existia nesse País" de outrora, hoje se consegue facilmente com uma simples manchete poderosa feita de um smartfone ou tablet, nas redações dos grandes veículos que apoiam declaradamente Aécio Neves, quando na verdade teriam de ser imparciais. Ou quem sabe até com um simples post deles mesmos no Facebook, Instagram ou Twitter. De cara-pintadas a mascarados, os protestos ainda hoje acontecem – não à toa – para favorecer a oposição do governo da Presidente Dilma e fortalecer a grande campanha midiática pró-Aécio Neves.
Será que veremos a reprise da novela "Collorida" em ritmo de pão de queijo, uai? Ou teremos a continuidade de um governo sério, que tirou aproximadamente 33 milhões de pessoas da linha da pobreza? Como? A Globo não mostra isso, não é mesmo?
Termino esse singelo texto dizendo o seguinte: para mim, pesquisas encomendadas só favorecem os seus contratantes, por isso são amplamente divulgadas pelos mesmos. A melhor e mais eficaz pesquisa que se pode fazer hoje em dia é constatando o que foi verdadeiramente feito por um governante ao longo do seu mandato. O resto é midiaticamente criado para direcionar você a votar num candidato favorito, e efetivamente fazê-lo não perder o voto, votando em outro. #PorUmBrasilMelhor
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