Estadão dá a largada na ‘fritura’ de Paulo Guedes e pede mais privatizações e arrocho
"O que o Estadão quer é a imposição de mais privatizações, mais cortes nos gastos sociais e mais arrocho aos trabalhadores e ao conjunto do povo brasileiro", diz o colunista Milton Alves sobre críticas do veículo a Paulo Guedes. Jornalista afirma que o editorial do jornal reflete mais a insatisfação do "andar de cima" e "muito menos" a preocupação com o País
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O jornal O Estado de São Paulo, porta-voz da plutocracia paulista, expressou em editorial nesta quarta-feira (25) o desagrado do “andar de cima” – do ínfimo grupo de bilionários do país – com a gestão errática e desastrosa do ministro da Economia Paulo Guedes.
No texto, O Estadão critica a falta de rumo do ministro: “O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem uma vaga ideia de onde está, ignora para onde vai e desconhece, portanto, como chegar lá. Na escuridão, será cobrado ao mesmo tempo para arrumar as contas públicas, ampliar o âmbito da recuperação econômica, aumentar os investimentos e, acima de tudo, cuidar da reeleição do presidente da República”.
O jornal aponta o coquetel explosivo em gestação que mistura retração econômica, desemprego, crise social e pandemia -, o que pode levar o país em direção de uma aguda convulsão social nos próximos meses.
O Estadão lamenta ainda o fracasso da implementação das privatizações anunciadas pelo governo Bolsonaro. “As privatizações deveriam ter rendido R$ 1 trilhão em pouco tempo, segundo sua promessa anterior. Mas nada foi vendido, até agora, nem ele explicou por que a história será diferente a partir de agora, com o mesmo presidente e com tanta gente, no governo e em torno dele, interessada em usar as estatais para seus propósitos”.
A bronca de fundo do Estadão, na verdade, é com a incapacidade do ministro Guedes de conduzir e implementar, para os de cima, a política econômica neoliberal com mais força e ritmo. Esse é o “xis” da questão para o jornal a serviço dos interesses dos bancos e dos especuladores dos títulos das dívidas do governo brasileiro.
O que o Estadão quer é a imposição de mais privatizações, mais cortes nos gastos sociais e mais arrocho aos trabalhadores e ao conjunto do povo brasileiro.
Portanto, a natureza da crítica do jornal ao ministro diz mais sobre o descontentamento do “andar de cima” e muito menos com qualquer tipo de consideração sobre o futuro do país e da melhoria das condições de vida da maioria dos brasileiros – tangidos, cada vez mais, por um severo açoite que combina empobrecimento crescente e desalento social.
Nas entrelinhas do editorial, o velho jornal revela também o temor do establishment com uma latente e possível explosão social no país, a exemplo do que vem ocorrendo em diversos países da América Latina e do Caribe.
A falência da gestão de Guedes é uma clara demonstração do desastre do neoliberalismo no Brasil. O país não cabe nas amarras desse modelo concentrador, excludente, neocolonial e de viés antidemocrático.
Há outras saídas para o país, e todos sabemos e lutamos por elas. A receita do Estadão é a da continuidade da escuridão e do abismo.
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