Estadão ataca Lula com mentiras requentadas e mostra que não aprendeu nada com o golpe
Em sintonia com Folha e O Globo, jornal trata como erro programa de governo que defende a inclusão do pobre no orçamento e do rico no Imposto de Renda
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Em editorial, o jornal O Estado de S. Paulo ataca nesta sexta-feira as diretrizes do programa de governo divulgadas esta semana pela pré-campanha de Lula e Alckmin.
É um texto raivoso, do qual se extrai o gosto amargo das mentiras que levaram ao golpe de Estado de 2016.
Mostra que a velha imprensa não aprendeu nada nos últimos anos, depois de ajudar a instalar no Brasil a caquistocracia.
Ou melhor, não desaprendeu, considerando que o papel dessa velha imprensa é justamente este: criar no País as condições para o saque contínuo.
A Eletrobrás é só o mais recente capítulo dessa história antiga.
O jornal insiste na fantasia de que o Brasil quebrou em 2015 por conta de um governo que supostamente gastava mais do que arrecadava.
Uma farsa endossada por juristas do quilate de Janaína Paschoal, a que se deu o nome de pedaladas fiscais.
Ignora que o governo de então foi alvo de uma emboscadas política, para a qual se juntaram setores do Judiciário, conhecidos pra franquia “Lava Jato”, a classe política coordenada por Eduardo Cunha e Aécio Neves, e a própria velha imprensa.
Chamando as coisas pelo nome que têm, essa quadrilha travou investimentos no Brasil, com o ataque à Petrobras, a indústria da construção e outras que se moviam em torno delas.
Ignora que o Brasil teve, um ano antes, a menor a taxa de desemprego da história e, entre 2003 e 2013, antes que a Lava Jato se instalasse, o PIB brasileiro cresceu em média 4 por cento ao ano.
O programa de governo do PT ainda não foi elaborado. As diretrizes, aliás, estão em sintonia com o que disse Joe Biden, em seu discurso na Cúpula das Américas.
"A economia de cima para baixo não funciona, mas quando investimos no fortalecimento dos trabalhadores e da classe média (...) é assim que podemos aumentar a oportunidade para diminuir a desigualdade persistente”, declarou o presidente dos EUA.
No Brasil, algo semelhante deve ser dito de outra forma. “É preciso colocar o pobre no orçamento”, como propõe a pré-campanha de Lula e Alckmin.
Biden certamente conhece a história de seu país, e por isso sabe que os EUA cresceram depois que incorporaram à economia milhões de excluídos, com a abolição que teve o custo de uma guerra civil.
O Brasil não precisa de uma guerra civil para fazer o que é necessário. Até porque essa guerra já existe, e os brasileiros da periferia a conhecem bem.
O Brasil precisa de paz, e o primeiro passo nessa direção é identificar e expor quem não contribui para ela, quem inventa dilemas como os da “escolha muito difícil”, quando nunca foi tão fácil distinguir a civilização da barbárie.
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