Esta fábula fala de ti
Quando choramos pelos que se vão (com toda justiça e direito) choramos por nós mesmos. Nós também morremos um pouco por cada um que se vai
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Diz o silogismo aristotélico- Todo homem é mortal. Sócrates é homem , logo ele é mortal. Primor de raciocínio lógico dedutível, mas que depende da verdade empírica da premissa maior- todos os homens são mortais. É essa premissa empírica a base de tudo. Todos somos mortais. Ninguém escapa da morte. Nem o espertinho do conto que se escondeu debaixo da cama para ludibriar a morte. Essa certeza empírica fala de todos nós. Um dia, até os mais longevos vão desaparecer.
Essa constatação deveria nos levar a consideração que cada um que morre leva consigo a inexorável certeza do silogismo aristotélico. Ela fala da comunidade humana em seu conjunto. Ela implica todos nós- jovens, adultos e velhos. Foi o filósofo Jacques Monod quem afirmou certa vez ser a vida um acidente estatístico diante da idade do universo. Quase uma impossibilidade matemática. E a terceira lei da termodinâmica prevê que tudo se converterá em energia indiferenciada. Não haverá mais vida nem natureza.
A visão de que a visão humana é o corolário da evolução cósmica é religiosa, judaico-crista. Não somos o umbigo do universo, nem o amo e senhor da criação. Somos uma ínfima parte do planeta, prestes a desaparecer. Quando um de nós morre, leva consigo o destino solidário da espécie. E nós que sobrevivemos, devíamos ter a humildade de entender o sentido dessa incumbência. Amanhã seremos nós, os nossos filhos e netos.
Nada faria melhor a nossa vã vaidade entender essa ligação de todos os que vivem e os que morrem. Quando choramos pelos que se vão (com toda justiça e direito) choramos por nós mesmos. Nós também morremos um pouco por cada um que se vaii!
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