Esquerdas, uni-vos! Há tempo ainda
"Por mais que respeitemos os direitos de Ciro, Boulos e Manuela de se apresentarem candidatos, é em Lula que o eleitor quer votar", avalia o jornalista Aquiles Lins, editor do 247; "O momento pede serenidade, bom senso e pensamento no interesse público da nação brasileira. Se todos os projetos estão a serviço de restaurar o estado de direito, a soberania e as conquistas do povo, todos os candidatos devem convergir para aquele que detém mais força nesta batalha crucial. E queira-se ou não, felizmente ou infelizmente, o dono desta força atende pelo nome de Luiz Inácio Lula da Silva"
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As forças que operaram a destituição de Dilma Rousseff sem comprovação de crime de responsabilidade, isto é, que deram um golpe parlamentar, já se aglutinaram. A candidatura de Geraldo Alckmin acabou sendo o agente sobre o qual orbitarão PR, PP, DEM, Solidariedade e PRB, o chamado "Centrão", que de centro não tem nada. Matemáticos eleitorais calculam que Alckmin ficará com mais da metade do tempo de propaganda eleitoral.
Para finalizar a configuração golpista, só falta mesmo o MDB lançar Henrique Meirelles ao mar e aderir à candidatura do tucano. Mas o MDB nem precisa subir no palanque do PSDB para o povo saber que Alckmin é Temer e Temer é Alckmin. Os dois estão umbilicalmente ligados.
Entre as forças progressistas a pedra no caminho da unidade ainda não foi retirada. PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL batem cabeça e dão seguimento a projetos individuais, contribuindo para a indefinição do cenário, faltando pouco mais de 60 dias para as eleições. Preterido em sua incursão pela centro-direita, Ciro Gomes se lançou candidato acenando para a esquerda. O PSOL também confirmou a candidatura de Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila disse nesta segunda-feira 23, em Aracaju, que mantém sua candidatura presidencial pelo PCdoB enquanto não houver unidade na esquerda.
Pelo PT, o ex-presidente Lula tem repetido, pelos interlocutores que o visitam na masmorra da Polícia Federal em Curitiba, que não há hipótese em que ele não seja candidato. Mesmo preso, injustamente condenado em segunda instância e passível de inelegibilidade pela lei da Ficha Limpa. O fato é que Lula cresceu eleitoralmente nestes mais de 100 dias de prisão política. Pode vencer até mesmo no primeiro turno, se o deixarem concorrer. Seu discurso está mais à esquerda.
Dentro das forças progressistas, deveria ser natural que ele encabece a chapa na disputa presidencial. Não por "projeto de poder" do PT, mas pela representatividade que Lula encontra no eleitorado. Por mais que respeitemos os direitos de Ciro, Boulos e Manuela de se apresentarem candidatos, é em Lula que o eleitor quer votar. Está dito aos três pré-candidatos em todas as pesquisas que seus partidos realizam. Se Ciro detivesse 40% do eleitorado o apoiando, declarando voto nele, ainda que estivesse preso, ele abandonaria a candidatura?
O momento pede serenidade, bom senso e pensamento no interesse público da nação brasileira. Se todos os projetos estão a serviço de restaurar o estado de direito, a soberania e as conquistas do povo, todos os candidatos devem convergir para aquele que detém mais força nesta batalha crucial. E queira-se ou não, felizmente ou infelizmente, o dono desta força atende pelo nome de Luiz Inácio Lula da Silva e está trancafiado pelo Estado Burocrático Autoritário.
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