Esquerda deve defender a renda básica universal e disputar a queda na desigualdade

“É preciso não apenas defender a renda básica universal, como também disputar a narrativa sobre a queda da desigualdade no País”, diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247. “É preciso tributar os super-ricos para garantir a paz social no País”

(Foto: R.Parizotti | Ricardo Stuckert | 247 | Afonso Braga | PR)


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A notícia mais importante do ano foi publicada neste domingo pela jornalista Cássia Almeida. A desigualdade no Brasil, medida pelo coeficiente de Gini, alcançou o menor nível histórico, segundo cálculos feitos pelo pesquisador Rogério Barbosa, da Universidade de São Paulo. Mesmo com o País vivendo uma depressão econômica e com desemprego recorde, a desigualdade caiu. Qual foi o segredo? O auxílio-emergencial de R$ 600, aprovado pelo Congresso Nacional, após iniciativa dos partidos de oposição, em resposta à pandemia.

Portanto, graças ao coronavírus, o Brasil, que já havia conquistado grandes avanços sociais com o Bolsa-Família, colocou em prática uma política de renda básica universal, como vem sendo defendido há mais de trinta anos pelo ex-senador Eduardo Suplicy, do Partido dos Trabalhadores, um dos pioneiros da ideia. Ocorre que há um risco de que esse ganho na luta contra a desigualdade seja perdido, em razão do caráter temporário do auxílio. Diante disso, qual deve ser o caminho das lideranças de esquerda: deixar que o auxílio acabe, para prejudicar o governo federal, ou lutar para que ele passe a ser permanente?

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A meu ver, a segunda alternativa é o caminho óbvio. É preciso não apenas defender a renda básica universal, como também disputar a narrativa sobre a queda da desigualdade no País. Nos moldes atuais, o auxílio-emergencial custa R$ 50 bilhões por mês, 17 vezes mais do que o Bolsa Família. Diante de tais números, os neoliberais dirão que não há espaço fiscal, no Brasil, para um programa social desta envergadura.

Não é verdade. Primeiro, porque a renda básica universal não deve ser necessariamente de R$ 600 mensais. Segundo, porque muitos dos que estão recebendo o benefício não estão entre os mais necessitados. Terceiro, porque há espaço no Brasil, oitava economia do mundo, para elevar a carga tributária, seja com a nova CPMF, com alíquotas maiores do imposto de renda e com tributos sobre dividendos, ganhos de capital e heranças. É preciso tributar os super-ricos para garantir a paz social no País. 

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