Espírito do carnaval manda recado ao Congresso: não à reforma da Previdência
O grito de rebeldia política dos carnavalescos, em 2018, ano eleitoral, transformou-se no novo fator político que não poderá ser desdenhado pelos golpistas, carentes de candidatos sintonizados com as massas, para, se eleitos nas urnas, tocar o programa neoliberal que elas repudiaram nos quatro dias de Momo
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Recado anti-neoliberal
Se o governo precisava de um recado forte do povo contra a reforma da Previdência que pretendia passar no Congresso, massacrando aposentados, ele veio da avenida com o grito contra a neo-escravidão neoliberal dado pela Tuiuti.
O clima ficou mais pesado para o governo, repudiado, publicamente, com a figura do presidente ilegítimo Temer como o imenso vampiro chupador do sangue dos aposentados e dos trabalhadores que tiveram a lei do trabalho suprimida pelo negociado no lugar do legislado.
Tiveram respostas em forma de gritos irados nas arquibancadas as acusações, falsas, construídas nos laboratórios dos neoliberais para divulgação na mídia oligopolizada golpista, de que os aposentados são os maiores culpados pelo deficit público.
Não colou a condução do assunto, de forma desonesta pelo antijornalismo oligopolizado puxado pela Globo e cia ltda, de desconhecer que o sistema de seguridade social é uma construção política social democrata de receitas e despesas capazes de manter equilibradas suas finanças, embora assaltadas pela DRU – Desregulamentação de Receitas Orçamentárias – para pagar juros extorsivos especulativos da dívida pública.
Inutilmente, os comentaristas da grande mídia insistiriam em focar, apenas, a previdência, separada da assistência social e da saúde(tripé do sistema de seguridade), para mostrar que havia buraco entre seus gastos maiores do que as contribuições de empresários e empregadores; esconderam, desavergonhadamente, que esse gap, que, sim, existe, mas que é, amplamente, coberto pelas receitas de impostos(CSLL, Pis/pasep, prognósticos lotéricos, Cofins etc).
E porque existe o gap?
Simples: o governo neoliberal optou pela recessão e o desemprego ao congelar, por vinte anos, em nome do ajuste fiscal irracional, os gastos sociais, que geram renda disponível para o consumo, produção, distribuição, circulação, arrecadação e investimento.
Nesse contexto, somado à destruição da política do trabalho, que substitui o assalariado pelo precariado, submetido ao negociado em substituição ao legislado, as receitas caem em relação às despesas, agravadas pela queda das expectativas dos investimentos, produzindo, consequentemente, déficit público.
Ainda assim, como comprovaram os analistas da ANFIP, na CPI da Previdência, no Senado, o sistema de seguridade é superavitário.
Privatização sob a ataque
O governo optou pelo anticapitalismo: congela o que gera renda, consumo, produção e arrecadação, ou seja, gastos sociais, e descongela o que só produz recessão, isto é, gastos com rentistas; do total do Orçamento Geral da União(OGU), de R$ 3,5 trilhões, estimados para 2018, 50,66% destinam-se ao pagamento de juros e amortizações, enquanto o resto será mal distribuído para os setores econômicos e sociais, candidatos a padecerem de escassez.
Não é de se admirar, nesse ambiente de insuficiência de demanda global, favorável aos investidores externos, na tarefa de arrematar patrimônio nacional a preço de banana, que a inflação esteja em queda, tendente à deflação, somente evitada pela nova política da Petrobrás de aumentar semana sim, semana não, o preço da gasolina e do diesel.
O grito popular contra esse estado de coisas explodiu no carnaval mais político da história do Brasil.
Emerge, poderosamente, a consciência de que ocorreu um golpe político em 2016 para derrubar governo legitimamente eleito, a fim de que sejam saqueadas riquezas nacionais por parte daqueles que somente chegam ao poder pela via golpista.
O povo acordou ao som dos tamborins, que espantaram as tentativas de imposição de uma anti-previdência privada anti-social, que destrói o sistema de seguridade social pública, e uma política econômica que destrói empregos e empresas nacionais, como Petrobrás, Eletrobrás etc.
Tornou-se mais difícil sustentar candidaturas com viés governista, como a de Meirelles, e as que se identificam com os golpistas, como as de Huck, candidato da Globo, e a de Geraldo Alckmim, tucana, terão que se posicionar claramente contra a reforma se não quiserem desaparecer como fumaça.
Ficou, também, mais complicado para o judiciário, que, igualmente, colocou suas digitais no golpe antidemocrático, manter sua ambiguidade vergonhosa de exercitar justiça seletiva, politizando, de um lado, sua atividade, e judicializando/criminalizando, de outro, a atividade política, produzindo, consequentemente, confusão geral na relação dos poderes republicanos.
O teste fundamental, agora, é o que fazer com a candidatura Lula, com o povo reclamando ela nas ruas, como se evidenciou no Carnaval.
A condenação sem provas do ex-presidente, baseada, apenas, em suposições, evidências e subjetividades, bem como em delação de co-réu, sem responsabilidade de dizer a verdade; o escandaloso pre-julgamento do novo presidente do TSE, Luiz Fux, de que ficha suja não pode disputar eleição, e a incógnita sobre se o STF concederá ou não habeas corpus ao condenado contra sua prisão, são os impasses dos próximos dias, a deixar a sociedade em suspense quanto ao futuro daquele que é, amplamente, favorito nas pesquisas eleitorais.
O grito de rebeldia política dos carnavalescos, em 2018, ano eleitoral, transformou-se no novo fator político que não poderá ser desdenhado pelos golpistas, carentes de candidatos sintonizados com as massas, para, se eleitos nas urnas, tocar o programa neoliberal que elas repudiaram nos quatro dias de Momo.
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