Esperando a bola da vez
"Tem gravação com Temer? Esta pergunta assusta uns e excita outros. Tenha ou não tenha, o gravador ameaça a votação de agosto no Senado, para condenar Dilma e efetivar Temer como presidente", diz a colunista Tereza Cruvinel; ela também questiona o silêncio dos institutos de pesquisas sobre a aprovação popular – ou não – ao governo provisório; "Afinal, quando é mesmo que os institutos de pesquisa vão aferir a aprovação ao governo? Está demorando um pouco. Alô, Ibope e Datafolha, precisando de pesquisadores?", questiona
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Não importa sobre o que conversaram Michel Temer e o procurador-geral Rodrigo Janot nesta segunda-feira. Ou melhor, não importa o que dirão ter conversado. Vai ver que foi também sobre orçamento do Ministério Público, assunto do TSE que levou Gilmar Mendes ao Jaburu em pleno sábado. Acabou-se o tempo das aparências. Para quê, depois dos grampos amigos de Sergio Machado? Encontros à parte, claro está que o governo interino de Temer, prisioneiro do gravador, já deve estar esconjurando o risco de ser chamado de provisório num certo futuro.
Depois da queda do segundo ministro em 17 dias, sobem as apostas em Brasília sobre quem será a bola da vez. Palpites não faltam. Faça o seu que eu tenho o meu. Os defensores da ordem sem progresso já reclamam de vazamentos seletivos para atingir apenas ministros de Temer. Mas quem vaza (quem é mesmo?) pode apenas escolher a ordem. Machado gravou a sua turma, a do PMDB, logo a de Temer. Não deve ter ficado nos já revelados Renan, Jucá, Sarney e o ministro caído da Transparência, Fabio Silveira.
Tem gravação com Temer? Esta é a outra pergunta que assusta uns e excita outros. Tenha ou não tenha, o gravador ameaça a votação de agosto no Senado, para condenar Dilma e efetivar Temer como presidente. Primeiro porque alguns senadores já questionam o voto pelo impeachment depois das confissões de que ele foi inventado para conter a Lava Jato e “estancar a sangria” de caciques. Se sobrarem cinco é muito, disse Machado, que sabe das coisas. Depois, porque Renan Calheiros vai se tornando cada vez mais uma incógnita. Reiterou em nota ontem que não indicará ninguém para o governo. Não negou nem admitiu ter indicado Silveira mas escreveu que estará fora, para preservar a independência do poder que representa. Opa! Isso é grave para o Planalto. Dilma ouviu esta conversa antes e deu no que deu.
O resto, o governo vai cavando. Uma briga aqui, outra ali, medidas impopulares a caminho da Câmara, e tome rejeição interna e externa. Afinal, quando é mesmo que os institutos de pesquisa vão aferir a aprovação ao Governo. Está demorando um pouco. Alô, Ibope e Datafolha, precisando de pesquisadores?
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