Escândalo viaja com Bolsonaro a Davos
Para Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia, o cancelamento da coletiva de imprensa que o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) daria em Davos, para onde embarca neste domingo, vai pegar muito mal; "Quem não fala com a imprensa internacional num evento como esse, de duas uma: ou denota perfil autoritário, ou fica em silêncio porque tem que esconder alguma verdade", escreve Alex, que também sugere uma pergunta, caso o pai do 01 volte atrás de sua decisão - como de praxe - e resolva atender os jornalistas: se o senhor repudia a Venezuela por ser uma ditadura por que elogia a ditadura brasileira de 64?
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Bolsonaro cancelou a coletiva que daria em Davos, para onde embarca na noite deste domingo, aconselhado pelo seu porta-voz, o general Rego Barros. Certamente para não ter de falar a respeito do seu filho 01.
Mas vai levar o escândalo na bagagem.
Cancelar a coletiva vai pegar muito mal. Quem não fala com a imprensa internacional num evento como esse, de duas uma: ou denota perfil autoritário, ou fica em silêncio porque tem que esconder alguma verdade.
Não sei o que é pior: não ter de explicar as lambanças do filho ou sair da primeira viagem internacional com a fama ou de autoritário ou de conivente com malfeitos do filho. Nos dois casos a imagem do Brasil sai desgastada.
No seu emprego anterior, como chefe da comunicação do Exército, Rego Barros assoprou no ouvido do general Villas Boas aquele tuíte-prensa na véspera do julgamento do STF que ameaçava com intervenção se Lula ganhasse. O que dá uma ideia do conceito que ele tem de democracia.
O buxixo promete ser grande em Davos.
Se o presidente se recusa a falar é por não querer falar de determinado assunto. E todos sabem que assunto é. E se determinado assunto é tão delicado a ponto de o presidente não querer tocar nele, então esse é o grande assunto.
Ou seja, cancelar a entrevista poderá provocar efeito contrário: aguçar a curiosidade dos jornalistas e transformar o caso do filho 01 no principal assunto das reportagens.
O escândalo, que já é a principal manchete nacional vai ser destaque na imprensa mundial, porque toda a imprensa estará na Suíça.
Ah, uma última pergunta que Bolsonaro poderia ter de responder em Davos: se o senhor repudia a Venezuela por ser uma ditadura por que elogia a ditadura brasileira de 64?
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