Entrevista de Lula marca afirmação jornalística e institucional do 247
Para o 247, a entrevista implica um compromisso de estar à altura da credibilidade depositada por usuários e até pelas mais elevadas instituições
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Para além de seu significado jornalístico e político, a entrevista do presidente Lula à TV e site Brasil247 reveste-se de relevância institucional para este veículo.
Durante uma hora e quarenta e dois minutos (o acerto prévio era de uma hora), o presidente respondeu perguntas do diretor presidente do 247, Leonardo Attuch, e três destacados integrantes da sucursal de Brasília, Helena Chagas, Tereza Cruvinel e Luís Costa Pinto.
Que o 247 seja capaz de reunir uma equipe com essa qualidade e que ela seja recebida pelo presidente da República para uma extensa e reveladora conversa representa um marco que ultrapassa o evento em si e seus resultados.
O encontro teve evidentemente uma grande audiência, esteve entre os tópicos de tendências do Twitter, está sendo reproduzido por todos os veículos de informação de todos os formatos, tamanhos e inclinações ideológicas.
Vale ressaltar a qualidade técnica profissional do trabalho realizado pelo 247, tanto em imagem, como em áudio, edição e transmissão - um trabalho que aliou seriedade e relevância das informações, sem abrir mão da informalidade típicas da internet em geral e do estilo do jornalismo do 247 em particular.
No momento em que escrevo, a transmissão, apenas no canal do YouTube do 247 ostenta 107 mil espectadores. Muitos mais estão sendo impactados. Uol e outros veiculos solicitaram ao 247 autorização para usar o material.
Uma boa questão a ser formulada é por que o presidente da República concede uma tal entrevista ao 247.
Há aí sem dúvida um gesto de reconhecimento pela atitude sempre firme do veículo contra o lawfare promovido contra o então ex-presidente da República pela Lava-Jato.
Há também o reconhecimento da força do 247 com seus milhões de audiência no site e 1,2 milhão de inscritos no YouTube.
Há a disposição de investir prestígio na promoção de um ambiente jornalístico mais variado, e por isso mais saudável e disposto a abrigar versões abertas ao contraditório. Mostra também que a vitória de Lula em outubro passado carrega em sim muitos significados além da Presidência da República.
O presidente mais do que ninguém sabe que a vitória resulta de um processo. Sabe que será necessário construir estruturas de opiniao e informação mais permeáveis às motivações de um governo voltado para o crescimento econômico, a industrialização e a defesa do patrimônio nacional.
São ideias que têm apoio da sociedade, mas que são rejeitadas pelo pensamento único do oligopólio da mídia neoliberal.
Trata-se de mudar o panorama jornalístico. É preciso que ele corresponda ao peso que o ideário desenvolvimentista tem na sociedade e que levou o PT a liderar vitórias em todas as eleições presidenciais deste século menos uma, distorcida.
Como se vê pela entrevista de Lula, distinguindo o 247 à frente de vários outros veículos mais tradicionais, o presidente tem consciência das distorções existentes. Elas impedem uma distribuição adequada de espaços no ambiente jornalístico. O presidente age para repará-las, para oxigenar o debate democrático.
Para o 247, a entrevista implica um compromisso de estar à altura da credibilidade depositada por usuários e até pelas mais elevadas instituições.
A eleição de Lula também significou a escolha de um jornalismo mais variado. O presidente encontraria ainda maiores dificuldades se não houvesse o 247 e outros veículos progressistas surgidos com as novas tecnologias, é verdade, mas enraizados na vontade da população.
Muitos temas estão em questão, alguns deles afetam esse ambiente, como a responsabilização de plataformas por conteúdos de parceiros.
É importante que, também com essa entrevista, o 247 se afirme ainda mais como uma das referências neste debate, distinguido pelo seu trabalho e reconhecido por agentes que amadurecem no exercicio da tolerância em meio à diversidade. Haverá, como sempre, resistências daqueles que têm agora a obrigação de reconhecer a realidade de sua derrota.
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