Entregadores do mundo, uni-vos!

Essa classe trabalhadora, hoje sente na pele todo o alerta que fizemos tempos atrás do perigo do apoio à Reforma Trabalhista e a terceirização do trabalho



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Não vou generalizar pois seria um erro. No entanto, devemos lembrar que boa parte dos motoboys que hoje param para protestar contra as condições desumanas de trabalhos, são os mesmos que preferiram entrar na onda “favorável” da Reforma Trabalhista, assim como açoitar a presidenta Dilma e gritar bravatas contra o Partido dos Trabalhadores e a esquerda como um todo – alienando-se com a falaciosa ideia de que seriam empreendedores e burgueses.

Alguns ainda acreditaram em movimentos ditos apartidários – mas com financiamento empresarial e até com suspeitas de recebimento de dinheiro “made in USA” – que ajudaram no golpe parlamentar contra Dilma, abalando nossa jovem democracia. É o caso do MBL, que descaradamente apoiou Bolsonaro – apesar de agora tentar desvincular sua imagem do governo desastroso e lesa-pátria – e comemorou a decisão de janeiro da Justiça, que reconheceu os entregadores dos aplicativos como “autônomos”, sem direito a qualquer vínculo trabalhista. Para esses canalhas golpistas, foi o dia da “vitória do empreendedorismo”.

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Essa classe trabalhadora, hoje sente na pele todo o alerta que fizemos tempos atrás do perigo do apoio à Reforma Trabalhista e a terceirização do trabalho. Ignoraram a fragilização dos sindicatos e deram ouvido aos “senhores da senzala” do capital, alegando que os trabalhadores seriam os principais favorecidos. Muitos caíram no “conto do pato amarelo” e sonharam com dias melhores, maior autonomia, renda maior e livres de contribuir com seus sindicatos. Na verdade, o que viram foram ganhos irrisórios, desvalorização e falta de apoio legal para suas reivindicações.

Mas o mundo, em seu formato geoide, mostra que dá suas voltas. E hoje, somando-se de forma solidária às suas solicitações, apenas a esquerda e os sindicatos – aqueles mesmos que tanto discriminaram. Hoje, percebem o quanto a ignorância política foi e é prejudicial, brindando-os com condições de trabalho absurdas e até desumanas.

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Por outro lado, a unidade apresentada nessa mobilização mostra um possível despertar para novos tempos. Ainda que tenham pago caro para ver tudo aquilo que lhes foi avisado, parecem que agora acordaram e perceberam a importância que os trabalhadores e trabalhadoras têm, ainda mais perante a nova crise capitalista imposta pela pandemia.

Na prática, aqueles que tanto tentaram criminalizar a esquerda, estão lutando por aquilo que Marx desde sempre falou: “o trabalho não produz apenas mercadoria; produz-se também a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e justamente na mesma proporção com que produz bens”. A alienação causada pelo capital, tanto no processo de produção como no processo de consumo, escancara que o fruto do trabalho, ao contrário do que quiseram acreditar, não enriquece o trabalhador, mas torna-o cada vez mais pobre – atendendo o desejo escondido da burguesia de concentrar a renda em seus tentáculos capitalistas, promovendo aumento da miséria e abismo social.

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Quem sabe realmente a sociedade trabalhadora como um todo desperte de vez para fazer frente ao sistema capitalista que, a cada dia mais, mostra-se insustentável e inviável perante tantos absurdos.

Mais do que nunca, TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO MUNDO, UNI-VOS!

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