Entre tapas e beijos: menos governo, menos jornalismo e mais mortes

A situação (hoje) é tão drástica, que chefes de governo se sentem tranquilos para proferir a repórteres: “Minha vontade é encher tua boca de porrada”



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O jornalismo está sendo despido em tempos pós-modernos. Leio artigos, e reportagens em diversas fontes, porém só bebo das fidedignas; e principalmente aquelas comprometidas com a igualdade entre os seres.

   “No tempo da Monarquia deixei-me prender, porque reconhecia o governo, hoje não porque, não reconheço a República” – pg.209. Trecho extraído da obra de Euclides da Cunha: Os Sertões. Aliás, o escritor aludido fora também um jornalista. E cobriu os bastidores históricos da saga de Antônio Conselheiro: morto em Canudos de forma truculenta pela guarda do poder vigente republicano.

continua após o anúncio

   Falar em igualdade para alunos de jornalismo "empresarial", já que o curso zela por este viés da Comunicação, já me levou a ouvir ignóbeis palavras. Há uma ditadura fantasiada de empreendedorismo direcionando os estudantes de jornalismo no Brasil.

  O pior é que não há pluralismo, mas há disfarce; o “pito” academicista neoliberal é internalizado, nos meandros. Disfarçam, por exemplo, com palestras cujo tema é a desigualdade social. Aí, vemos lá o icônico Florestan Fernandes, como foco justo e padronizado de aulas inaugurais de disciplinas menos "liberalóides", como Cidadania e Mundo Global. Na realidade, alunos veteranos da área jornalística não sabem sequer que o nobre Florestan, fora um jornalista.

continua após o anúncio

 Se fosse só isso, poderíamos agradecer aos Céus; mas a orientação de estes cursos nos tempos líquidos: é de que todos brilhem nos palcos empresariais da ganância, fazendo jornalismo para a elite e pela elite. A receita é resistir e acompanhar o underground da notícia; no que este termo possui de mais vanguardista, proficiente e democrático. A bolha das Fake News está se expandindo aos quatro cantos, com seu emblema de encantamento/alienação  de  voraz lucro  acima de tudo, e pós-fato acima de todos; cabe a nós progressistas revertermos este estado de coisas.      

 Quem está lendo a Folha de São Paulo, atualmente? Talvez sejam aqueles, que corroboram com o mesmo pensamento do grupo; que em reportagem pretérita considerou o período (tão funesto) da Ditadura Militar de 1964, como um simples interregno de “aprendizado longo e doloroso”: A fonte é de 31 de março de 2014.

continua após o anúncio

  A situação (hoje) é tão drástica, que chefes de governo se sentem tranquilos para proferir a  repórteres: “Minha vontade é encher tua boca de porrada”. Um jornalista como o supracitado Florestan Fernandes (se aqui estivesse) diria novamente e diante de tão grande despautério: “Contra as ideias da força, a força das ideias”.  

  Como a morte de 115 mil criaturas pode ser uma vitória contra a Covid-19?  E  é esta a falácia da hora. Dilma Rousseff foi torturada (a base de pau-de-arara e palmatória); assim como tantas outras centenas de vidas. E houve outro brilhante jornalista entre estas vítimas: Wladimir Herzog (morto). Tal página sangrenta que durou mais de vinte anos de dor e massacre, não foi nem um pouco um aprendizado: foi um massacre biológico e estrutural.

continua após o anúncio

“Quando perdemos a capacidade de nos indignar com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerar seres humanos civilizados.”

Vladimir Herzog

continua após o anúncio

“A esperança é a ponte da misericórdia”

Valéria Guerra Reiter.

continua após o anúncio

#LeiaBrazilevireBrasil

#Brasillivre

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247