Empresários que ameaçam funcionários não temem as instituições

'Os engajados a Bolsonaro querem é continuar desfrutando de benefícios estatais como donos de nichos dos bagulhos que vendem', escreve o colunista Moisés Mendes

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Jair Bolsonaro
Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)


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Por Moisés Mendes, para o 247

Não há novidade na coação exercida por empresários que ameaçam empregados com demissões, se votarem em Lula e/ou se Lula for eleito.

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É uma prática disseminada, com focos bem localizados e iniciais na Serra gaúcha, terra dos descendentes dos colonos europeus e reduto da extrema direita.  

A coação eleitoral exercida pelo poder econômico absoluto está presente em todas as eleições. Cresceu na eleição municipal de 2020, já sob Bolsonaro, e se tornou agora descarada.

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Assediadores com poder econômico acima da média são classificados até como paladinos da liberdade de expressão. Inclusive por juízes que julgam seus abusos.

Assediadores de funcionários com a imposição dos seus candidatos, denunciados pelo Ministério Público, já foram absolvidos pelo Supremo. Dentro das empresas, eles poderiam dizer o que bem entendem.

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Podem submeter os empregados ao seu jugo porque a liberdade de expressão do fascista equivale à do escravocrata e está acima das liberdades e dos direitos do cidadão comum sob ameaça de demissão.

É assim porque todas as instituições se acovardaram diante do avanço do bolsonarismo.

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As autoridades constituídas foram subjugadas, com raras exceções pontuais e individuais no Ministério Público e em todas as instâncias do Judiciário.

Nesse ambiente, os ‘liberais’ do mercado financeiro fazem parte da mesma turma dos empresários ameaçadores que produzem de vinhos a penicos e parafusos e importam utilidades e inutilidades chinesas.

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Não são praticantes de liberalismo algum, como alegam ser os chefes, os subchefetes e os operadores do mercado que estão com Bolsonaro.

Os operadores miúdos e os graúdos, os que mandam e os que são mandados são defensores do que é bom para eles, e isso não é liberalismo. 

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Se fossem liberais e seguissem líderes vinculados às grandes corporações e ao mercado financeiro, fariam o que referências da área já fizeram.

Seguiriam Armínio Fraga, André Lara Resende, Pérsio Arida, Pedro Malan e Edmar Bacha e abririam o voto para Lula. Esses são liberais e democratas.

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Armínio Fraga disse que esse “não é um momento em que se possa brincar”. Ele sabe do que fala. Os impostores liberais também sabem, mas a defesa do mercado é só o pretexto de farsantes.

Então, vamos parar com essa conversa de que o pessoal do mercado e os empresários temem Lula.

Os engajados a Bolsonaro querem é continuar desfrutando de benefícios estatais como donos de nichos dos bagulhos que vendem.

São, com interesses variados, dos mesmos grupos de grileiros, desmatadores, inimigos de índios. Muitos são do submundo do agro pop. Alguns se consideram donos de cidades.

São homens machos brancos com os mesmos valores de Bolsonaro. A maioria manda recados aos empregados sem medo de punição, porque estão certos de que o sujeito será reeleito e eles continuarão sob proteção institucional.

Promotores, procuradores, juízes, desembargadores e ministros das altas cortes sabem que há muitos sonegadores impunes no meio dessa gente.

O que vai acontecer com eles? Por enquanto, nada. Depois, se o ambiente deixar de ser favorável ao bolsonarismo, espera-se que aconteça.

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