Empáfia na ONU
Afora o discurso que atirou flechas envenenadas nas direções mais variadas, houve o olhar e a conduta robótica totalmente recheada pela empáfia; vitaminada pela agressividade e sobretudo pelo falseamento de ideias
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Todos os dias discursamos, conjecturamos e nos envolvemos com a política, que é ao mesmo tempo uma ferramenta volátil e imorredoura. Ao ministrarmos uma aula, precisamos do planejamento, que aliado a retórica farão o milagre do ensino-aprendizagem.
Há eloquência até mesmo em um olhar lançado sobre outro olhar; e a poética também faz parte do repertório de um estadista.
Lembrando alguns trechos do pronunciamento do presidente Lula na tribuna da ONU há dez anos atrás, que inclusive foi feito de improviso, já poderemos sentir o quanto éramos felizes e não sabíamos: “Há exatamente um ano no limiar da crise que se abateu sobre a economia mundial, afirmei, desta tribuna, que seria um grave erro, um omissão histórica imperdoável, cuidarmos apenas das consequências da crise sem enfrentarmos as causas. Mais do que a crise dos grandes bancos, essa é a crise dos grandes dogmas. O que caiu por terra foi toda uma concepção econômica, política e social tida como inquestionável. O que faliu foi um insensato modelo de pensamento e de ação que subjugou o mundo nas últimas décadas. (...)”
Respire fundo e leia o trecho abaixo do discurso de hoje (24 de setembro de 2019) do atual presidente da República: “Embarcou em falácia da mídia sobre a Amazônia e nos tratou com desrespeito e espírito colonizador”
“Os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional despertaram nosso sentimento patriótico.”
Posteriormente, afirmou que França e Alemanha usam 50% da sua área para agricultura enquanto o Brasil usa apenas 8%.
Ele disse também que nessa época do ano o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e também as criminosas, e que muitas são realizadas pelos indígenas e populações locais.
Dentre outras inflexões também estão as críticas ao cacique Raoni, ao presidente Lula, as Esquerdas e ao presidente da Franca Emmanuel Macron.
Afora o discurso que atirou flechas envenenadas nas direções mais variadas, houve o olhar e a conduta robótica totalmente recheada pela empáfia; vitaminada pela agressividade e sobretudo pelo falseamento de ideias.
Houve o artifício da manobra, do ardil costumeiro em transformar os fatos em fakes. Evidências de torpor e exaustão desfiguraram alguns semblantes durante o elóquio. E vale ressaltar aos menos detalhistas que o rosto da primeira dama brasileira se contraía, vez em quando: como quem sente receio.
Algo de títere havia naquela exibição que trouxe (sinteticamente) um recado: “O Estado sou eu”.
#LULALIVRE
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