Em melancólica coletiva de ex-ministro, Mandetta anuncia abrandamento da curva

"Mandetta não escondeu que já se considera carta fora do trabalho - até a Covid-19 já sabe que Bolsonaro mandou emissários sondarem nomes para substituí-lo nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein" escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil (edited))


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

“Melancólica” é a melhor palavra para definir a entrevista coletiva que está rolando agora em Brasília.

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Diferentemente de outros dias, em que o comando era do chefe da Casa Civil, general Braga Netto e outros ministros também participavam, Mandetta apresentou-se acompanhado apenas de seus dois fiéis escudeiros: Wanderson Kleber de Oliveira e João Gabbardo.

O ainda ministro fez blague com o pedido de demissão de Wanderson, ocorrido horas antes:

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“O Wanderson me mandou um papel e eu mandei de volta. Entramos juntos, vamos sair juntos”.

Ele disse que deixaria o ministério por um de três motivos: 1) quando o presidente não quiser mais o meu trabalho; 2) se ficar doente e 3) se sentir que o trabalho não é mais necessário.

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“Todas essas alternativas continuam. Claramente há um descompasso entre o ministério da Saúde... e a gente vai trabalhar até 100% do limite das nossas possibilidades. Nada muda enquanto eu estiver no ministério da Saúde. Nós conseguimos dobrar a curva, é um momento muito bom para fazer as reflexões. Nós estamos conhecendo o vírus e o vírus está nos conhecendo, um testando o outro.

Mas não escondeu que já se considera carta fora do trabalho - até a Covid-19 já sabe que Bolsonaro mandou emissários sondarem nomes para substituí-lo nos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein - tanto que a seguir ele deu outro toque de que não vai durar muito na cadeira:

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“Seja lá quem o presidente colocar no ministério da Saúde que ele confie que ele dê as condições para que a pessoa possa trabalhar baseado na ciência, nos números, na transparência para que a sociedade possa, junto com seus governadores e seus prefeitos tomar suas melhores decisões”.

Ele também anunciou que a situação no país é melhor do que se esperava:

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“Passamos duas semanas logo no início da circulação dos casos, passamos duas semanas com redução muito grande da dinâmica social, muito expressiva, houve uma adesão muito grande da sociedade brasileira. Ela estava conhecendo o vírus, ela estava vendo essa informação pela televisão, ela se apropriou dessa informação e seguiu o caminho da cautela, o instinto de proteção à vida. A gente tem essa pauta. E vamos conhecendo o vírus dia após dia. Acho que conseguimos tirar aquela curva enorme e conseguimos abrandá-la, agora vamos ver se conseguimos administrar essa curva”.

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