Eleição sem LULA é golpe!
Mesmo nos casos de condenação em primeiro grau, a justiça eleitoral tende a assegurar o direito do candidato, caso ele venha a ser mais tarde inocentado. Essa é a tradição brasileira. O caso de LULA parece ser diferente. É como se ele já fosse condenado antecipadamente e o ritual dos recursos e apelações não passasse de uma mera formalidade jurídica para confirmar a prévia condenação
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Qualquer outro candidato que estivesse na mira da Justiça, que não fosse LULA, poderia concorrer - descansado - nas eleições deste ano. O direito e a jurisprudência eleitoral baseiam-se no princípio da presunção de inocência, que diz ser a condenação definitiva, quando transitada em julgado. Mesmo nos casos de condenação em primeiro grau, a justiça eleitoral tende a assegurar o direito do candidato, caso ele venha a ser mais tarde inocentado. Essa é a tradição brasileira.
O caso de LULA parece ser diferente. É como se ele já fosse condenado antecipadamente e o ritual dos recursos e apelações não passasse de uma mera formalidade jurídica para confirmar a prévia condenação. Cujo objetivo, diga-se com todas as letras, é eminentemente político-eleitoral. LULA não pode concorrer às eleições presidenciais. LULA não pode ser candidato. LULA não pode voltar a ser presidente do BRASIL.
Esta é a tese implícita nessa farsa jurídica montada, a partir da acusação de uma aquisição ilegal de um apartamento (não na França) em Guarujá e um sítio em Atibaia. De nada adiantaram as contraprovas, depoimentos e documentos apresentados. A tese tem de progredir até produzir seus efeitos denegatórios.
É como se o nome do ex-presidente fosse a negação desse estado ruinoso de coisas em que se transformou a política no Brasil. Como dizia o antigo senador romano, a propósito de Cartago, "delenda LULA", destrua-se LULA e o seu legado político.
É uma espécie de mantra da direita: impedir que LULA seja presidente.
Ocorre que na pior hipótese de todos os recursos serem negados e julgados em rito célere, é muito provável que LULA consiga influenciar, com seu prestígio, o rumo dessas eleições presidenciais. Como liderança incontestável, pode transferir votos e apoios para outro nome que o seu partido indicar. Aí, trata-se de um símbolo de resistência e de luta que pode ser transferido para outro sujeito político que honre a bandeira, os compromissos, a agenda redistributiva do "lulismo". Pode ser um tiro na culatra toda essa manobra restritiva dos direitos políticos do ex-presidente.
O que está em jogo não é apenas um nome, uma pessoa, um partido. É a defesa de todo um legado político, que se contrapõe à destruição do estado brasileiro, tal como vem sendo feito pelos golpistas, a serviço do mercado e das empresas estrangeiras.
Nosso país encontra-se numa terrível encruzilhada. Nunca os partidos de direita se mostraram tão unidos contra as conquistas populares e democráticas do povo brasileiro. Faltam os republicanos, democratas e socialistas fazerem o mesmo.
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